Nesta quinta-feira, véspera de Natal, vou publicar provavelmente o último texto da temporada de 2016. “Provavelmente” porque tudo pode acontecer, mas não está nos meus planos voltar antes de janeiro. E o que vou escrever vai tratar do que chamo de “Jornalismo do Bem”. O que é “Jornalismo do Bem”? É exatamente o contrário do “Jornalismo do Mal”. Parece simples, não é verdade?
Parece, mas como o reverso daquele personagem de telenovela da Globo, Romero Rômulo, nem sempre o que parece que seja do bem do bem de fato é. E nem sempre o que parece do mal do mal de fato é também. Entenderam?
Quem assistiu a novela das nove da Globo (entre minhas prioridades está o acompanhamento dessa atração que, por conta do horário, é sociologia pura, desprezada apenas pelos machistas bobalhões ou pelos ignorantes intelectuais metidos a sabetudos) deve imaginar o que estou tramando para destrinchar nesta quinta-feira.
É bom mesmo que imaginem. Não vou dar refresco a esses dois conceitos tão aparentemente simples mas de complexidade que precisa ser dissecada, esmiuçada, de modo que não se vendam mais gatos por lebres.
Mais caracteres
Não quero me estender sobre o que diferencia um jornalismo de outro porque colocaria tudo a perder na edição de quinta-feira. O que posso antecipar é que no complemento do que ainda vou escrever como espécie de desabafo (que também pode ser entendido como reflexão, que também pode ser chamado de esclarecimento), desfilaremos todos os títulos das análises que produzimos nesta temporada.
Estou meio frustrado porque ao que parece não chegarei a 400 textos redondos, como pretendia e anunciei uns tempos atrás. Garanto aos leitores que não me tomou qualquer poção macunaímica. Muito ao contrário: escrevi neste ano que está para se encerrar muito mais caracteres do que nos anos anteriores, quando, individualmente, assinei mais de 400 artigos. O que diferencia esta temporada das anteriores é que os textos de uns tempos para cá se tornaram mais longos, com maior valor agregado ainda.
Bifurcação desafiadora
Estou conectado ao jornalismo digital e ao jornalismo impresso. Há uma bifurcação que separa duas escolas de pensamento, com base no consumo dos produtos editoriais rigorosamente pesquisados. Ao mesmo tempo em que se massifica a ideia de que textos devem ser curtos, não faltam especialistas que defendem, com dados irrebatíveis, o quanto são importantes os textos analíticos.
Tomei esse caminho, o caminho de textos mais elaborados, desde que criei a revista LivreMercado, impressa, no começo dos anos 1990. Fizemos história por isso. E, gostem ou não os bandidos sociais, continuaremos a fazer.
Portanto, ficamos assim: nesta quinta-feira os senhores e as senhoras vão saber de fonte tecnicamente preparada o que significa “Jornalismo do Bem” e também “Jornalismo do Mal”.
Não resisto e antecipo o pensamento dos bandidos sociais: eles confundem as bolas porque é do interesse deles confundirem as bolas. Daí, propagarem aos quatro cantos que quem faz “Jornalismo do Bem” supostamente praticaria “Jornalismo do Mal”. Duro mesmo é constatar que a mídia regional, em larga escala, exercita mesmo o que chamaria de “Jornalismo do Bem-Bom”. Se não houver um cavalo de pau mesmo que gradual nessa postura, estaremos mais fritos ainda. Mesmo com todos os votos de Feliz Ano Novo.
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)