Na falta de pavilhão de convenções e eventos, um estacionamento de shopping serviu para abrigar a 1ª Feira Empresarial de Mauá, realizada entre os dias 8 e 11 do mês passado. A iniciativa de promover encontro de empreendedores em local pouco comum a negociações não é inadequada, mas a realidade nua e crua mostra um Grande ABC ainda despreparado para dar o salto rumo ao século XXI quando se trata de desenvolvimento econômico. A feira em si foi produtiva, com negócios fechados e encaminhados, além de uma segunda edição garantida para 2006.
Montar tenda com três mil metros quadrados no estacionamento do Mauá Plaza Shopping foi a única forma que a Prefeitura encontrou para realizar atividade de empresários que ocorre quase diariamente em outros centros econômicos. A mostra reuniu 65 expositores, 80% dos quais ligados ao setor industrial. "Acredito que realizamos negócios que giram em torno de R$ 10 milhões, mas as perspectivas são para novos contatos que podem somar quantia superior a R$ 50 milhões. Esse é o ritmo de uma feira, que não é só para vender, mas principalmente ser uma vitrine" -- explica o secretário de Desenvolvimento Econômico e Social de Mauá, Marcos Soares, que previa um evento bienal mas cedeu às pressões dos empresários e pretende realizar a feira anualmente. Para o ano que vem serão 130 estandes -- o dobro da edição de 2005.
Marcos Soares está animado com o evento e quer superar as dificuldades encontradas, principalmente a falta de local adequado a negociações empresariais. "A Prefeitura já tem planos para a construção de um centro de convenções. Nossa idéia é iniciar as obras no ano que vem" -- promete o secretário de Desenvolvimento Econômico e Social, para quem, apesar das inevitáveis dificuldades naturais do evento pioneiro, a feira contou com todos os estandes cheios e a presença de quase 20 mil visitantes.
Outra razão para Marcos Soares comemorar foi a participação de entidades como Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá), Aeps (Associação das Empresas do Pólo Industrial do Sertãozinho), Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Agência de Desenvolvimento do Grande ABC. Durante a feira também foi lançado o Guia das Indústrias de Mauá, com informações sobre 400 empresas do Município.
Rodada de Negócios
Na Rodada de Negócios realizada pelo Sebrae, participaram cinco compradores -- Basf, Coop, Modelarte, Arpifrio e Prefeitura de Mauá -- além de 20 fornecedores da região. A organização da feira também realizou a chamada Rodada de Integração, uma apresentação básica com troca de cartões e folders entre participantes. "A primeira amostragem que fizemos revela que as empresas que tiveram participação ativa na feira registraram aumento nas vendas que varia entre 15% e 20%" -- avalia o secretário Marcos Soares.
Para 2006, na 2ª Feira Empresarial de Mauá, estão previstas oito rodadas de negócios. O potencial para novos eventos do gênero ficou demonstrado pela presença em Mauá de aproximadamente quatro mil empresários de outras cidades, segundo a contabilidade do secretário.
A Feira Empresarial de Mauá também registrou fenômeno recorrente sempre que se reúnem empresários do Grande ABC para discutir negócios: existem muitos produtos, serviços e insumos disponíveis na região e a bom preço, mas são negociados com fornecedores de outras regiões, com inevitáveis custos de frete e demora na entrega. "Eu mesmo comprava brinquedos para minha loja de um atacadista da Capital e não sabia que havia indústrias do setor em Mauá" -- confessa Marcos Soares.
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