O embrião do cooperativismo entre empresas, lançado no Pólo Petroquímico de Capuava e que só nos dois últimos anos ganhou musculatura com a redução de custos de diversas atividades de serviços, está-se ramificando em Santo André. A explicação é a contratação do executivo Nívio Roque para o cargo de diretor de departamento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Emprego da Prefeitura de Santo André. Depois de deixar o posto de superintendente da OPP Polietilenos, uma das empresas do Pólo Petroquímico, Nívio Roque está somando experiência da livre iniciativa com o secretário Nelson Tadeu Pereira, há três anos no cargo após comandar a unidade da Rhodia Têxtil no Município.
O Grupo de Sinergia da Avenida Industrial é o ensaio de uma clonagem da experiência vivida por Nívio Roque no Pólo Petroquímico. Há fundas diferenças entre as grandes corporações próximas entre si em Capuava e as pequenas e médias empresas que se espalham pelo antigo eixo industrial ao longo da estrada de ferro. Além do tamanho econômico e da vizinhança, as empresas do pólo integram a mesma cadeia produtiva e foram concebidas para se complementar industrialmente. Já as empresas da Avenida Industrial e de seu entorno são de atividades diferentes, em alguns casos concorrentes. Mas isso não impede que Nívio Roque e Nelson Tadeu Pereira se lancem a juntar as peças até então desconectadas de um tabuleiro de individualidades.
"Até que realizássemos duas reuniões preliminares em dezembro, os representantes dessas empresas não se falavam, não se conheciam e não identificavam oportunidades de integração. Agora é diferente" -- anima-se Nívio. A diferença vai começar a ser mensurada neste 13 de janeiro, quando será realizada a primeira reunião voltada para efetivar o cooperativismo de ações. Representantes de 13 empresas preliminarmente inscritas vão apresentar planilhas de custos de uniforme, limpeza e assistência médica. É o primeiro passo de um processo que, quando finalmente consolidado, implicará na redução de custos dos três serviços em pelo menos 25%, segundo cálculos do novo executivo da Prefeitura de Santo André.
O ex-superintendente da OPP Polietilenos projeta os números com base nos resultados registrados no Pólo de Capuava, onde o Grupo de Sinergia envolve 10 empresas. "Conseguimos reduzir as despesas com transporte em 20%, de segurança em 22,5%, de cópias xerográficas em 40% e de assistência médica em 36%” -- conta.
Escala, o segredo -- A aparente mágica de rebaixar custos fixos de serviços num período em que as relações comerciais supostamente já chegaram ao extremo do suportável e as margens de lucros tornaram-se estreitas tem fácil explicação: todas as empresas que se juntarem no Grupo de Sinergia da Industrial vão contar com os mesmos fornecedores, um para cada atividade. Adota-se nos serviços o conceito de produtividade industrial, no qual a escala de produção faz a diferença. Limpeza e uniforme, segundo Nívio Roque, são quesitos de resultados imediatos. Já a assistência médica demanda negociações mais complexas. "O que todos precisam entender é que não vamos sacrificar os fornecedores das empresas. As relações pautarão pela ética e competitividade, respeitando-se o preço básico após análise de propostas das empresas convidadas a participar da tomada de preços" -- explica.
O Grupo de Sinergia da Industrial já definiu o titular da coordenação: é o empresário José Carlos Vassoler, da Irmãos Vassoler, uma das mais antigas indústrias daquele endereço. Nívio Roque está tão empolgado com os resultados efetivos das duas reuniões de dezembro que já anuncia a constituição de outro Grupo de Sinergia até o final do primeiro trimestre deste ano, formado por empresas do chamado Eixo Tamanduatehy, entre as quais Pirelli, Tintas Coral e outras indústrias.
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