Completamos com esta edição os textos selecionados da versão impressa da revista LivreMercado de agosto de 1998. Portanto, há mais de 20 anos. As matérias desta edição definem bem a cara e a alma daquela que foi a melhor publicação regional do País, antecessora de CapitalSocial. São três textos de peso, com a personalidade de uma Redação moldada a revolucionar o conceito de fazer jornalismo regional, que sempre foi muito além da informação rasa, fastfoodiana. Uma leitura imperdível.
Primeira matéria
No curto prazo, é indispensável resolver a questão da infraestrutura do Grande ABC, com ênfase para o barateamento da água industrial e melhoria e melhoria do sistema viário. Mas o corte de modernidade que a região persegue para o médio e o longo prazo será dado pela tecnologia. Sem fazer da competência tecnológica um grande diferencial, será difícil ao Grande ABC ganhar altura e competitividade, sublinha Armando Laganá, representante da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo na Câmara Regional. Figura assídua e atuante desde a criação da Câmara do Grande ABC, Laganá acha que na disputa aberta desencadeada pela globalização o parque econômico regional encontrará saídas em Centros de Pesquisas e Desenvolvimento de novos produtos ou, no caso de pequenas empresas, em Centros Setoriais de Apoio e Difusão Tecnológica.
05/08/1998 - Somente tecnologia pode garantir competitividade
Segunda matéria
Há tantas carências microorganizacionais na economia do Grande ABC, território que jamais conseguiu conjugar o verbo planejar exceto na primeira pessoa do singular, sempre em proveito próprio, que se torna até difícil definir prioridades. O envelhecimento da indústria automotiva, da indústria química e petroquímica e da indústria moveleira, tripé sobre o qual gira uma engrenagem socioeconômica que range dores de esvaziamento e de empobrecimento, é apenas uma das faces da moeda. Felizmente, embora tarde mas não tardiamente, cada um desses setores finalmente está sendo levado a negociações de revitalização.
05/08/1998 - Quem olha para os pequenos?
Terceira matéria
As criaturas se voltarão contra os criadores. Finalmente, os homens se tornarão escravos das máquinas. Robôs e outros mecanismos de automatização, numa evolução fantástica, dominarão todas as áreas da atividade humana. Se transformarão em atores principais e definitivos do cenário da vida, deixando aos pobres mortais não mais do que o papel de figurantes. Transbordante de desempregados ejetados do mundo produtivo pela inexorável Revolução Tecnológica, o planeta entra em colapso social. Massas de seres ainda humanos, desesperados de fome e sem perspectivas de conseguir emprego que garanta pelo menos a sobrevivência, põem tudo a perder justamente por não ter mais nada a perder. Matam-se uns aos outros, canibalizam-se, protagonizando cenas mil vezes mais bárbaras que as testemunhadas hoje nas grandes cidades. Enfim, o homem desaba ao nível mais baixo da selvageria para se tornar predador do semelhante.
05/08/1998 - Por que tanto medo de tecnologia?
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)