Somente no 13º capítulo de Complexo de Gata Borralheira os participantes do encontro no hotel-fazenda decidiram falar da riqueza cultural nas fronteiras da Região Metropolitana de São Paulo. A selva de pedras da maior metrópole da América Latina cede espaço a algo que não fosse tão cartesianamente técnico. São Paulo e as gatas borralheiras da região até então praticamente trocavam farpas, como se nada houvesse de mais importante.
Mas havia mesmo naquele encontro algo mais importante do que, finalmente, lavar a roupa suja? Até que ponto aqueles personagens poderiam dar de ombros às questões que mais afligiam a sociedade naquele abril de 2002?
Até porque, a reunião só foi agendada porque um fato impactante demais deveria servir de âncora a tudo que se pudessem debater. O prefeito Celso Daniel acabara de ser assassinado numa área geográfica coalhada pelo vale-tudo do crime organizado e do crime sem organização, dos bandidos de ocasião.
Celso Daniel não fora assassinado por motivos que, em seguida, se tornaram espécie de sentença final. Mas isso é outra história. O fato é que a Região Metropolitana de São Paulo era um covil de sequestradores. Algo jamais observado na história. A politicamente correto do governo Mario Covas, herdado por Geraldo Alckmin a partir de 2001, quando o titular morreu, foi totalmente alterado com a morte de Celso Daniel. Os Direitos Humanos foram relegados a quinto plano.
Acompanhem os diálogos que se seguem e que marcam um pouco de amenidade num ambiente até então de contundência crítica cáustica, quando não agressiva.
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)