O Grande ABC se transforma neste mês em laboratório internacional de experiências no campo do desenvolvimento econômico sustentável. Especialistas em regionalidade de várias partes do mundo reúnem-se no Teatro Municipal de Santo André em 10 e 11 de junho para participar do seminário Cidades Produtivas e Inclusivas: O Papel das Estratégias de Desenvolvimento da Cidade no Panorama Internacional.
Aberto ao público, o evento é organizado pela Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e Prefeitura de Santo André em parceria com a Aliança de Cidades e com o programa Habitat de Assentamentos Humanos e Gestão Urbana para a América Latina e o Caribe da ONU (Organização das Nações Unidas). A Aliança de Cidades é um grupo de agências bilaterais e multilaterais de desenvolvimento que agrega organismos como o Banco Mundial.
Vitrine de experiências bem sucedidas no Primeiro Mundo e também em países em desenvolvimento, o seminário internacional deve servir de inspiração para um Grande ABC que precisa desenvolver matrizes econômicas alternativas para deixar de depender enormemente da vulnerável e globalizada cadeia automotiva. O fato de o evento ser realizado no Grande ABC é visto como vitória pelos organizadores brasileiros, já que havia vários pretendentes no páreo.
"Outros países importantes se candidataram para sediar o seminário. A escolha do Grande ABC se deve à criação de ambiente aberto à discussão de soluções e alternativas socioeconômicas nos últimos anos, além do empenho do ex-prefeito e ex-coordenador da agência Celso Daniel, que sonhava com a possibilidade de trazer o seminário da ONU para a região" -- cita Carlos Paim, secretário-executivo da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC.
Exemplos internacionais -- O primeiro dia do encontro é dedicado à exposição de experiências de desenvolvimento regional aplicadas em países do Terceiro Mundo com suporte de organismos internacionais como Banco Mundial e Habitat da ONU. A programação do segundo dia contempla iniciativas promovidas em países desenvolvidos e que devem servir de benchmarking (referência) para o Brasil. "Basicamente todas as ações têm em comum o fato de terem sido concretizadas por meio de esforço conjunto entre poder público, iniciativa privada e sociedade organizada" -- pontua Jeroen Klink, secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de Santo André.
Dia 10 de junho serão apresentadas experiências da cidade de Cuenca, no Equador e Colombo, no Sri Lanka, além de Johanesburgo, Capital da África do Sul. "O ponto alto de Colombo foi a democratização do acesso aos serviços públicos, uma vez que muitos países asiáticos não têm tradição de descentralização" -- comenta Jeroen Klink, que participa da sessão introdutória conceitual ao lado de Peter Palesch, representante da Aliança de Cidades e do Banco Mundial, Dinesh Mehta, do Programa de Gestão Urbana da ONU, e Alberto Paranhos, do Habitat.
No dia 11 entram em foco experiências do norte de Milão, na Itália, da espanhola Badalona -- que integra a região metropolitana de Barcelona --, além da norte-americana Los Angeles, apresentada por Richard Hollingsworth como exemplo de gateway city (cidade porta de entrada com vocação logística). A sessão de encerramento contempla painel com o tema O Papel de Parcerias Locais e Globais Em Criar Cidades Mais Produtivas e Inclusivas, com expositores de instituições como Banco Interamericano de Desenvolvimento, Universidad Nacional de Mar del Plata e OIT (Organização Internacional do Trabalho).
O seminário do Grande ABC é realizado apenas dois dias depois de outro grande debate internacional sobre problemas regionais e metropolitanos: o Urbis 2002, congresso e feira internacional de cidades promovido pela Prefeitura de São Paulo entre 5 e 8 de junho no Anhembi.
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