Economia

Desta vez o Cristal
quer brilhar

FERNANDO BELLA - 05/11/2002

Os sócios Mário Centini e Adérito Lourenço esquentaram a cabeça por mais de seis meses depois que foram contratados para encontrar alternativa às instalações que abrigaram o finado Cristal Casa Shopping, em São Bernardo. Acostumados a esse tipo de desafio à frente da Lourenço & Centini Planejamento e Consultoria e também a dar cartadas no mercado imobiliário, a dupla de empresários tirou da cartola a idéia de shopping automotivo. Em 14 de dezembro próximo o Auto Shopping Cristal transforma-se em realidade e abre as portas ao Grande ABC.

O empreendimento vai ocupar os mesmos 8,1 mil metros quadrados de área construída do antigo Cristal Casa Shopping, em Rudge Ramos. Mas a expectativa é aproveitar melhor a localização. "Estamos no melhor ponto de São Bernardo" -- confia Mário Centini. O empresário explica que diversas pesquisas justificam a empolgação. "Estamos na cidade de maior PIB (Produto Interno Bruto) do Grande ABC e fazemos fronteira com São Caetano, a namoradinha da região" -- argumenta. Sem contar que o shopping tem como vizinhos a Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), o Instituto Mauá de Tecnologia e a Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo). "É um universo de aproximadamente 27 mil estudantes" -- entusiasma-se. 

A pesquisa de mercado foi feita pelos próprios empresários junto a fontes como IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e Seade, entre outros. "Também conversamos com vários empresários da região, que consideraram ótima a idéia de um centro automotivo" -- completa Mário Centini. Com tantos pontos positivos, por que o Cristal não brilhou antes? Os principais motivos apontados para o fechamento do Cristal Casa Shopping foram as divergências internas e a falta de divulgação. Outro ponto negativo foi o foco voltado exclusivamente às classes A e B, notadamente da Capital e que não vinham até São Bernardo. Dessa vez, a aposta é que o cenário é diferente. "Estamos do lado da De Nigris, revendedora Mercedes, da Ford Caminhões e da VW Apta, entre outras. Podemos transformar essa região em pólo de serviços automotivos" -- projeta Mário.

O estilo do Auto Shopping Cristal, aparentemente, não é nenhuma novidade. Em Santo André está localizado o Auto Shopping Global, que trabalha com o mesmo perfil de negócios. "Muita gente até pergunta se vamos competir com o Auto Shopping Global. Pelo contrário, pretendemos dividir espaços e, se possível, complementaridade" -- espera o empresário. Os dois empreendimentos propagandeiam a facilidade de comprar automóveis em um shopping com horários prolongados, estacionamento, centralização de lojas e vários serviços ligados ao segmento.


Diferente por dentro -- Por fora e até mesmo para o consumidor o layout de centro de compras é o mesmo. Mas para os lojistas surgem algumas diferenças. As lojas estão divididas por tamanhos de 90, 100 e 135 metros quadrados. Cada uma terá o valor do aluguel correspondente e nada mais de custo com a estrutura do shopping. A Lourenço & Centini não trabalhará em esquema de condomínio. As lojas pagam aluguéis e o restante do custeio fica por conta dos administradores do shopping. "Tudo o que estiver relacionado a custo de manutenção, luz, água, publicidade e promoção será encargo da Lourenço & Centini" -- detalha Mário. "Estaremos comprometidos com o êxito do shopping. Até porque dependeremos dos aluguéis para sustentar a estrutura" -- comenta.

O Auto Shopping Cristal promete contar com praça de alimentação -- fast-foods e restaurantes --, financeiras, seguradoras, despachante, centro automotivo, lojas de pneus, acessórios e som, além de 20 mil metros quadrados de estacionamento. As revendedoras serão todas multimarcas e comercializarão veículos novos, seminovos e usados. A capacidade é de cerca de 500 carros nas lojas e mais 300 no estoque. A expectativa é criar cerca de 400 empregos diretos e comercializar cerca de 400 carros por mês.


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