Começamos hoje a reproduzir as matérias que selecionei em janeiro de 1999, publicadas na revista LivreMercado, antecessora de CapitalSocial. São quatro textos do total de 15 daquele mês que já completou duas décadas.
Tratamos de uma megapesquisa econômica da Fundação Seade (que não se repetiu desde então) e também dos conceitos de Peter Drucker sobre a importância de economia e social se encontrarem em nome do desenvolvimento econômico e social.
O perfil da arquiteta Ângela Tasca também era desenhado em minúcias. E, para completar, a Vila de Paranapiacaba mais uma vez ocupava as páginas de uma revista concebida para jogar luzes na economia da região, mas que, devagar, devagar, foi muito além disso.
Por essas e outras LivreMercado, antecessora de CapitalSocial, consolidou-se como a melhor publicação regional do País. Quem leu, leu. Quem não leu, que trate de ler.
Primeira matéria
Exatamente 1431 variáveis de estudos, desde a quantidade de robôs na indústria até quanto do pessoal ocupado possui Terceiro Grau, ou então que parcela do comércio já utiliza leitura ótica de preços e qual o grau de experiência profissional que a construção civil exige para recrutar trabalhadores. A grandeza de indicadores apurados pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) impediu que São Paulo começasse 1999 conhecendo com que cara ficou após a turbulenta abertura comercial que varreu a economia mais importante do País. A releitura do que sobrou no Estado, com um corte especial sobre o Grande ABC encomendado pelo Consórcio Intermunicipal de Prefeitos, vai vir a conta-gotas, na medida em que a equipe de trabalho for cruzando e interpretando as centenas de respostas dadas por 21.665 empresas que entraram no banco de dados do Seade para compor a Paep (Pesquisa da Atividade Econômica Paulista).
05/01/1999 - Mapa da mina ou rota do caos?
Segunda matéria
Qual é o objetivo de uma empresa, independente do porte, do segmento e da região em que esteja instalada? Gerar lucro, é claro. Nem é preciso ser um Peter Drucker para acertar. É de conhecimento geral que o saldo positivo entre receitas e despesas é tão importante para a iniciativa privada quanto oxigênio para os seres humanos, plantas e animais. O que muitos ainda não notaram é que as empresas vislumbram outras metas, por assim dizer, intangíveis. Lucrar continua sendo fundamental, mas cada vez mais, e num caminho sem volta, organizações de todos os tamanhos se dedicam a ações sociais para melhorar as condições de vida intra e extramuros.
05/01/1999 - Solidariedade faz bem aos negócios
Terceira matéria
Quem vê a arquiteta de interiores Ângela Tasca brilhando nos salões sociais e profissionais na qualidade de vencedora sequer imagina os obstáculos que enfrentou no início de carreira, há 20 anos. A começar pelo desestímulo por parte da família e do marido, que lhe conferiam apenas o papel de supermãe, supermulher e superfilha. Muita água rolou desde a infância no Bairro Cerâmica, em São Caetano, onde estavam reunidas as casas de toda a família Tasca. Italianos são assim mesmo, gostam de morar pertinho uns dos outros. Foi nesse bairro que o avô de Ângela, um dos primeiros comerciantes da cidade, instalou armazém e onde sua mãe criou os filhos cercados por plantas e carneiros. Vem daí a paixão de Ângela por animais: em sua casa, um lindo bangalô em estilo alpino no Jardim São Caetano, há um papagaio atrevido, uma arara barulhenta e um cachorrinho basset, neto direto do famoso cão amortecedor dos comerciais da Cofap. O bichinho tem nome de registro, mas o apelido é Bud, numa explícita alusão à preferência etílica da família, a cerveja Budweiser.
05/01/1999 - Dona-de-Casa que desenhou o futuro
Quarta matéria
Sempre lembrada quando o assunto é exploração do turismo no Grande ABC, Paranapiacaba está longe de reunir consenso entre Poder Público, entidades e empreendedores que espicham os olhos para a vila inglesa. O empresário Beto Carrero já manifestou interesse em erguer ali complexo de lazer e entretenimento sobre a História do Brasil. Mas as intervenções necessárias para esse parque temático fazem arrepiar as ONGs (Organizações Não-Governamentais), que não admitem qualquer arranhão no patrimônio histórico da vila. A Prefeitura de Santo André, por sua vez, desconhece a carta de intenções que Beto Carrero protocolou em 15 de julho de 1998 junto à Rede Ferroviária Federal, dona do patrimônio de Paranapiacaba. A diretora municipal de Desenvolvimento Urbano, Cláudia Cabral de Souza, acha positiva a pretendida restauração da malha de trilhos que dá acesso ao local, mas avisou que não se vai permitir o uso da vila como cenário de negócios privados.
05/01/1999 - Órgão gestor para Paranapiacaba
Total de 1884 matérias | Página 1
13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)