O poder de consumo por habitante dos sete municípios do Grande ABC perdeu força no âmbito do Clube dos Ricos do Estado de São Paulo, marca derivativa do G-22, grupo formado pelas 20 maiores economias paulistas, exceto a Capital do Estado, acrescido de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que completam o Grande ABC.
Como mais um desdobramento de análises dos números mais recentes do Índice de Potencial de Consumo, especialidade da Consultoria IPC, da Capital, é indispensável situar o Grande ABC nesse contexto estadual.
Quem comparar a região com a própria região corre sério risco de imaginar coisas que não existem ou se existem não são exatamente o que se pensa existir.
Portanto, nada mais indicado (e damos conta disso há muito tempo, inclusive para fugir do provincianismo histórico de analistas e da mídia regional) do que pegar o touro do poder de consumo à unha. Afinal, esse é um dos indicadores mais importantes para se conhecer o grau de desenvolvimento econômico municipal e regional.
O G-22 se desdobra em dois subgrupos de análises. O primeiro é formado pelo G-7, os sete municípios da região. O segundo é o G-15, ou seja, dos demais municípios. A nata da economia paulista está no G-22, depois da Capital do Estado, claro.
O agrupamento é responsável por 7,15862% de tudo que se consumirá nesta temporada no Brasil. Trata-se de participação relativa extraordinária.
Como se fosse São Paulo
No total, o G-22 conta com 11.323.385 milhões de habitantes nos 22 municípios paulistas. Se formassem um único Município, teria o mesmo tamanho populacional da Capital do Estado.
O potencial de consumo do G-22 previsto para esta temporada pela Consultoria IPC é de R$ 335.484.337.659 bilhões. A participação relativa desse bloco na economia do Estado é de 26,21%. O total do poder de consumo dos paulistas é de R$ 1.279.828 bilhões. São 27,30943% de tudo que está à disposição dos brasileiros.
Os sete representantes do Grande ABC só poderiam mesmo perder posição no potencial de consumo por habitante neste século. O crescimento nominal do indicador (ou seja, sem considerar a inflação do período) alcançou 477,88%, enquanto o G-15 (ou seja, os demais integrantes do G-22) registrou 690,46%. A velocidade de crescimento nominal de consumo do G-15 foi 44,48% superior. Mais de 2% em média por ano.
Vantagem vira desvantagem
Em 1999, base da pesquisa realizada pela Consultoria IPC, o potencial de consumo do G-7 (Grande ABC) era de R$ 5.936.912 por habitante, ante R$ 5.764.915 do G-15. Uma diferença de 2,88% a favor da região. Vinte anos depois, neste 2019, o poder de consumo per capita do Grande ABC chegou a R$ 28.618.458, enquanto o do G-15 alcançou R$ 29.949.767. Ou 4,65% superior.
Quando se fazem as contas dos dois períodos, a vantagem do G-15 chega a 7,53%. Nada mais natural, portanto: o volume em números absolutos de crescimento econômico do G-15 frente ao G-7 no interior do G-22 é muito mais expressivo. A vantagem do G-15 no Interior do G-22 segue a trilha do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), indicador que mede a geração de riqueza, enquanto o Potencial de Consumo define a acumulação de renda.
Os municípios que formam o G-15 dentro do G-22 são Barueri, Campinas, Osasco, Guarulhos, Mogi das Cruzes, Sorocaba, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Piracicaba, Taubaté, Sumaré, Jundiaí, Paulínia e Santos. São 8.537.850 milhões de habitantes contra 2.785.535 do Grande ABC. A aferição de potencial de consumo per capita elimina a distância populacional entre os dois subgrupos.
Pequenas diferenças
No cômputo geral de distribuição das famílias do G-22 por estrato social, não há diferenças significativas que colocariam o Grande ABC e o G-15 em posições contrastantes, mas os índices revelam os efeitos do crescimento por habitante do G-22 sobre o G-7.
Entre as famílias de Classe Rica, o Grande ABC conta com 3,4% do total de moradores, contra 3,7% do G-15. Em 1999, base dos estudos da Consultoria IPC, a participação do Grande ABC era de 8,32%, contra 9,11% do G-15.
Na Classe Média Alta, a participação relativa das moradias do Grande ABC é de 6,2%, contra 6,3% do G-15. Em 1999 a participação desse estrato social no Grande ABC era de 5,33%, enquanto no G-15 era de 5,46%.
Entre os moradores de Classe Média-Média, o Grande ABC registra neste ano participação relativa de 20,3%, contra 21,4% do G-15. Em 1999 o Grande ABC contava com 31,36% e o G-15 com 29,35%.
Na Classe dos Proletários, que alquimistas ideológicos travestidos de estudiosos chamam de Nova Classe Média, o Grande ABC conta com 49,5% das moradias, enquanto o G-15 registra 50,3%. Em 1999 a distribuição era de 38,23% no Grande ABC e 39,41% no G-15.
Já entre Pobres e Miseráveis, o Grande ABC chega nesta temporada a 20,6%% das residências, enquanto o G-15 registra 18,6%. Em 1999 eram 24,22% no Grande ABC e 24,86% no G-15.
Total de 1894 matérias | Página 1
21/11/2024 QUARTO PIB DA METRÓPOLE?