Em outubro de 2001, o comerciante Alexandre Ferreira pensava seriamente em vender sua padaria no Centro de Diadema. Para muitos, a abertura de hiper e supermercados criou concorrência desigual. “Houve mesmo um problema de administração. A maioria dos donos de padaria não sabia nem quanto ia de farinha na receita do pão” — fala sem meias palavras Alexandre, que participou do estudo com 21 padarias de Diadema.
O levantamento revelou que a maioria dos panificadores não tinha noções de gerenciamento, nada conhecia sobre marketing e se limitava a cuidar do caixa fazendo troco. Alexandre Ferreira chegava a perder 40% da fornada de pão de coco porque não sabia balancear a receita e acabava produzindo além da capacidade de venda. “O Sebrae ensinou que não adianta ficar com bronca do concorrente. A gente tinha de se aliar e crescer juntos, pois havia mercado para todos” — conta o comerciante.
A partir do estudo, o Sebrae montou cursos e palestras aos panificadores. Foi quando descobriram que os supermercados não eram o bicho-papão dos negócios e que as padarias tinham diferencial que dificilmente seria igualado: o calor humano que só é possível no contato próximo do cliente com panificadores e balconistas. Era preciso diversificar, buscar o que o consumidor estava procurando. “Quem ainda mantém a visão antiga de que o negócio é vender pão, leite e mortadela, está saindo do ramo” — afirma Alexandre.
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