Imprensa

Face República no
Grande ABC Republiqueta

FERNANDO BELLA - 05/11/2003

A República do Grande ABC mostrou sua face quando jovens do grupo Régua e Compasso, coordenado pelo Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), subiram ao palco do Teatro Municipal de Santo André no lançamento do livro República Republiqueta do jornalista Daniel Lima, dia 28 último. A apresentação não foi mais emocionante do que o dueto do tenor Plínio Ramacciotti com a pianista, maestrina e diretora do Grupo Lírico do ABC, Mitzi Fröhlich. Nem menos arrepiante que o tributo do cantor e compositor Tom Villa ao prefeito morto Celso Daniel. E conseguiu ser tão brilhante quanto a performance dos bailarinos da Cia. de Dança Luiz Morenno. Mas o significado regional foi infinitamente mais provocativo. Serviu de impulso para o discurso de Daniel Lima e mostrou que ações como essas deveriam pautar os interesses regionais ao lado da recuperação econômica integrada das sete cidades do Grande ABC.

A mistura de sensações que deu o tom da cerimônia é reflexo do ímpeto de Daniel Lima como jornalista e escritor. Nas 272 páginas de República Republiqueta estão textos escritos ao longo dos últimos dois anos na newsletter Capital Social OnLine, mas não deixam de abraçar matérias igualmente contundentes publicadas em LivreMercado. A obra está dividida por temas: Regionalidade, Celso Daniel, Política, Economia e Tributos. São textos independentes com histórias do Grande ABC, estatísticas econômicas regionais, crônicas sociais e muito da personalidade combativa do jornalista. República Republiqueta contou com apoio cultural da PQU, Brisa, Sindicato dos Empregados no Comércio de Santo André, Alman, Projeção Engenharia, Instituto de Doenças Renais, Prisma Engenharia, Consladel, Computer Associates e Guedes Consultoria.

Ao subir ao palco para fazer ligeira introdução ao conteúdo da obra, Daniel Lima se rendeu à emoção após ver os jovens do Régua e Compasso estremecerem as estruturas do Municipal com tambores e batuques. "Esse é o lado República do Grande ABC que deveria ser estendido a todo o território nacional. São esses os exemplos que deveriam ser massificados para não deixar a Republiqueta regional atual mais evidente do que a República que deveria ser o Grande ABC" -- desabafou o jornalista. "Trabalhos como esse são exceções à regra e comprovam a condição de Republiqueta que vivemos" -- completou sobre o grupo de jovens da periferia integrados pela arte.

O mais novo livro reforça o que Daniel Lima defende no comando editorial de LivreMercado. Para o jornalista, apenas o reagrupamento das sete cidades seria capaz de dar força política ao Grande ABC para recuperar-se após os últimos oito anos de intensa abertura econômica e evasão industrial que assolaram a região. "Os interesses individuais de quem representa o Grande ABC não podem superar as necessidades coletivas. Precisamos de mais representatividade nos governos federal e estadual" -- cutucou.

As palavras do prefeito de Santo André, João Avamileno, também serviram para endossar a capacidade de entendimento da regionalidade de Daniel Lima. "Mesmo sem ter lido o livro, conheço o perfil de Daniel Lima e acredito que vai ser mais uma obra para marcar a história do jornalismo regional" -- sublinhou o prefeito, que recebeu o primeiro número autografado das mãos do autor. Os convidados também ganharam autógrafos durante o café oferecido pela Padaria Brasileira ao som do saxofonista Eliseu Borges. O evento ainda contou com as parcerias da Memories Eventos Especiais e Queops Buffet.


Perdas e danos -- As perdas do Grande ABC e os danos para a população de 2,3 milhões de pessoas estão fundamentadas em números. "E esses são os estímulos para combater triunfalistas de plantão" -- insistiu o jornalista. A necessidade do Grande ABC buscar urgentemente uma fórmula para estancar a hemorragia industrial e a perda de riquezas está exposta em recentes estudos do IEME (Instituto de Estudos Metropolitanos) sobre as baixas da riqueza industrial entre dezembro de 1995 e dezembro de 2002 no Estado de São Paulo. Foram R$ 15,2 bilhões a menos de Valor Adicionado, sendo que o Grande ABC é o responsável pela perda de R$ 12,1 bilhões desse montante. "O Grande ABC foi a única região metropolitana que perdeu. Campinas, Sorocaba e Vale do Paraíba ganharam nesse período" -- reforçou o jornalista. Outra recente pesquisa do IEME mostra as cidades do Grande ABC no topo dos índices de criminalidade entre os 55 municípios economicamente mais importantes do Estado. Inspiração não faltou para pautar República Republiqueta.


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