Seguimos com a edição de janeiro de 1999 da revista LivreMercado. É mais um capítulo da abrangente mostra do quanto o passado do Grande ABC é uma espécie de espada sobre a cabeça dos inoperantes que praticamente nada fazem para alterar a rota de empobrecimento social. São mais quatro textos daquela edição da melhor revista regional do País, que circulou no Grande ABC durante duas décadas. Boa leitura.
Primeira matéria
Desde 18 de novembro representantes de montadoras, concessionárias, governo e trabalhadores dedicam horas às propostas de incremento do setor automotivo, em especial à de renovação da frota nacional de veículos combinada com reciclagem. O estrelato do assunto nesse período não ocorreu por acaso. Em agosto do ano passado, a Portaria 92 do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo estipulou prazo de 90 dias para que o governo federal montasse projeto envolvendo todos os segmentos para criar o Programa Brasileiro de Reciclagem, que inclui a veicular. De imediato, Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores) e AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva) uniram conhecimentos e interesses. "Pelo projeto, a indústria automotiva entraria com a identificação de produtos novos, ou seja, assumiria o compromisso de produzir carros 80% recicláveis até 2005, e a AEA seria responsável pela elaboração da parte técnica dos Centros de Desmontagem e Reciclagem, os CDRs" -- afirma Edmir Mesz, coordenador da subcomissão de Fontes Fixas da Anfavea. Legislação francesa similar impõe 2002 como data limite para que os veículos sejam 90% recicláveis.
05/01/1999 - Isso ainda vai dar pano pra manga
Segunda matéria
Novos dirigentes do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) no Grande ABC assumiram recentemente e prometem marcar período de intenso relacionamento institucional da entidade na região. Dos quatro titulares do Grande ABC, apenas Walter Bottura Júnior, de Diadema, foi mantido no posto com a eleição de Horácio Lafer Piva à presidência do Sistema Fiesp/Ciesp. Os outros três são novatos no cargo — César Garbus (São Bernardo), Shotoku Yamamoto (Santo André) e Willian Pesinato (São Caetano). Coincidentes em vários pontos, os dirigentes dos Ciesps integram um conjunto de lideranças empresariais que decidiram fazer carga junto a várias instâncias de governo para a importância da produção, contra o monopólio de debates e de prioridades voltadas ao campo monetário.
05/01/1999 - Discurso afinado do Ciesp defende setor de produção
Terceira matéria
O Grande ABC resolveu semear com vigor um novo território de negócios, o da indústria do entretenimento, pegando carona na atividade que mais cresce em todo o mundo. O 1º Workshop de Turismo do ABC, realizado no mês passado pela Câmara Regional, concluiu ser possível carimbar os sete Municípios também como pólo turístico e inverter o sentido da placa em direção à Capital, Baixada Santista e outros centros de lazer onde há maior oferta de recreação, espetáculos culturais de gabarito, roteiro gastronômico diversificado e, sobretudo, eventos de negócios. Segundo o coordenador do Grupo de Turismo da Câmara Regional, Jorge Hereda, a região dispõe de grande arsenal de equipamentos, mas desconhecidos ou subutilizados. Por isso, as primeiras ações concretas para tirar o Grande ABC do limbo dos negócios turísticos são promover esforço de marketing junto aos 2,3 milhões de moradores locais por meio da campanha Descubra o ABC, inclusive com edição de guia semestral com roteiros de visitação e programação de eventos, e, numa segunda etapa, atrair a populosa Região Metropolitana de 20 milhões de habitantes com a sedutora vantagem da proximidade geográfica.
05/01/1999 - Entretenimento que multiplica cifrões
Quarta matéria
Temos tido a todo momento oportunidade de discutir a evasão de empresas do Grande ABC. Essas discussões quase sempre estão focadas na falta de visão ou de atuação do Poder Público regional e sua voracidade fiscal, utilizando-se como paradigma os benefícios oferecidos pelos inúmeros Municípios fora da Grande São Paulo e até mesmo dos Estados vizinhos. É inegável que se trava verdadeira guerra nesse campo, principalmente pelos Municípios do sul de Minas Gerais e do eixo Rio-São Paulo, que tem como espinha dorsal as Rodovias Fernão Dias e Dutra, que, por si só, representam grande estímulo às facilidades que proporcionam ao escoamento de produtos aos portos mais próximos em São Paulo e Rio de Janeiro.
05/01/1999 - Até quando vamos perder?
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