Três matérias, todas de Economia, completam a edição de janeiro de 1999 da revista LivreMercado. Antecessora de CapitalSocial, circulou no Grande ABC durante quase duas décadas. Transformou-se na melhor publicação regional do País. Marcou história porque nas questões institucionais jamais aceitou ser simplesmente transmissora de informações de terceiros, entrevistados. As três matérias que se seguem, e cujos links levam aos textos completos, mostram mais uma vez como LivreMercado estava à frente da concorrência de regiões no País que, ainda, não aprendeu a fazer jornalismo como ferramenta de insumos qualificados para levar os leitores à reflexão.
Primeira matéria
A guerra fiscal produziu no Grande ABC uma versão econômica da racial Lista de Schindler da Segunda Guerra Mundial. Presidente e diretor-geral da Bridgestone Firestone do Brasil, o norte-americano Mark Emkes recebeu no ano passado até homenagem do belicoso Sindicato dos Borracheiros, algo absolutamente inédito na história das relações sempre tormentosas entre capital e trabalho no Grande ABC. Da lista de Emkes constam três mil empregos diretos dessa multinacional de capital japonês. São os funcionários da fábrica de Santo André, que contribuem para equilibrar a apertada disputa do mercado nacional da Bridgestone Firestone com outros dois pesos pesados mundiais, a italiana Pirelli e a norte-americana Goodyear.
05/01/1999 - Este homem salvou três mil empregos em Santo André
Segunda matéria
Nem gesto de vocacional cooperação ou de traição sindical, nem a descoberta empresarial do milagroso antídoto contra os efeitos da globalização misturada com recessão. O anunciado acordo entre Volkswagen do Brasil e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (e também de Taubaté), filiado à CUT, que poupou de imediato 7,5 mil postos de trabalho, estabelece mesmo é histórica marca divisória nas relações entre capital e trabalho na maior montadora de veículos do Brasil. A decisão a que chegaram os negociadores Fernando Tadeu Perez, vice-presidente de Recursos Humanos da Volkswagen, e Luiz Marinho, presidente do Sindicato, revela o amadurecimento tanto de quem sabe que não fica impune a imagem de uma empresa que coloca de supetão, no olho da rua, tantos trabalhadores, nem um sindicato que, à custa de leva de demissões, bata o pé pela manutenção de conquistas dos tempos de bonança. Situação bem diferente da Ford Brasil, em São Bernardo, onde, na semana seguinte, foram anunciadas 2,8 mil demissões.
05/01/1999 - Acordo inédito dá fôlego temporário
Terceira matéria
O lançamento do Global Shopping não sinaliza apenas a retomada de um shopping center cujas obras ficaram paralisadas por anos. Indica, em vez disso, a implementação de um centro de compras completamente distinto do projetado inicialmente. Entre o Grand Shopping, propagado como a oitava maravilha do mundo, mas convertido em surpreendente dor de cabeça para dezenas de empreendedores que apostaram num projeto ambicioso que nunca saiu do papel, e o Global Shopping, encampado pelo Funcef (Fundo de Pensão dos Empregados da Caixa Econômica Federal), há um abismo conceitual que pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso do empreendimento no longo prazo. O malfadado Grand Shopping e o promissor Global Shopping só têm a mega-área da Avenida dos Estados em comum. A configuração do centro de compras passou por alteração de 180 graus.
05/01/1999 - Uma borracha que apaga o passado
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)