Prosseguimos com a publicação inédita de Capital Digital Online, ferramenta digital que registrou os nove meses de minha atuação como diretor de Redação do Diário do Grande ABC, entre 2004 e 2005. Chegamos à terça-feira, 19 de outubro de 2004. Mais uma vez enfatizava a importância de disseminar os novos conceitos de um regionalismo com qualidade editorial. A Secretaria de Redação era o ponto chave.
Reestruturação que se faz
necessária e que será feita
A reestruturação da Redação do Diário do Grande ABC se estenderá por muito tempo, como sempre alertei e, mais que isso, fundamentei no Planejamento Estratégico Editorial. O que encontramos na companhia é um amontoado de problemas que serão superados com o empenho de todos que participarem da jornada de comprometimento com o produto. Entenda-se comprometimento com o produto a associação de responsabilidade profissional, dedicação corporativa e compromisso social.
É muito fácil reformular o jornal graficamente como já foi feito em outros tempos e como outros jornais o fazem periodicamente sempre como ferramenta de marketing. Não faltam alquimistas marquetológicos metidos a invadir redações e a impor decisões que, no fundo, no fundo, mais que agravam o quadro, porque os problemas são rigorosamente jogados sob o tapete vermelho de maquiagem.
Não queremos um jornal artificializado. Haveremos, todos nós, de contribuir para que uma combinação de reforma gráfica, melhoria textual e aprofundamento das relações com a sociedade desencadeie um produto mais forte e respeitado. É uma jornada longa, como disse, mas já iniciada.
Começamos a reformulação da Redação com o fortalecimento da Secretaria. Precisamos de mais profissionais na área nuclear da Redação. São os secretários de Redação, em colegiado, que multiplicarão os conceitos do Diretor de Redação. Por isso, precisam ser ouvidos com atenção e respeito. E mimetizados em suas pregações. Editores e repórteres, fotógrafos e ilustradores, diagramadores e tudo o mais, precisam ser doutrinados para que o avanço do pelotão não deixe brechas que comprometam o conjunto.
As idiossincrasias internas e externas precisam ser neutralizadas. Não faltam atiradores descomprometidos com o futuro do produto. Mais que isso: para esses cafajestes que estão de tocaia, sempre em busca de separatismos internos, o que interessa de fato é atirar pedras, criar cenários de terror e introjetar no conjunto desta empresa falsas mensagens. Uma guerrilha sórdida, como se sabe. Própria de quem sabe que cada vez mais se escassearão os espaços do jornal para aqueles que já tiveram a oportunidade de construir uma nova realidade e fracassaram redondamente.
Ainda estamos distantes do produto editorial com que sonhamos. Nossa qualidade apresenta oscilações terríveis. Temos consciência de que, além de imperfeições de recursos humanos, sofremos com limitações tecnológicas que serão brevemente superadas com investimentos da companhia. Investimentos que começarão pela Redação, como me foi garantido. Sonho com núcleos de produção habilitados a oferecer resultados matricialmente homogêneos. O jornal não pode ser um arquipélago de ilhas de diferentes matizes.
Haveremos de apresentar em menos tempo do que foi disponibilizado a antecessores resultados muito mais efetivos. Simplesmente porque não podemos depositar nossas esperanças e nossos trabalhos em salvadores da pátria. A descentralização que oferecemos à Secretaria de Redação é prova cabal do quanto valorizamos o coletivo. Que os editores, repórteres e os demais profissionais de comunicação da empresa tenham isso em mente e em perspectiva. Para que os objetivos sejam alcançados.
Em tempo: na semana que vem conversaremos a respeito de pesquisa que encomendei ao Instituto Brasmarket sobre o que os leitores de Santo André falam do nosso jornal. Posso antecipar que o que encontramos foi bastante interessante.
E não se esqueçam: não se deixem levar pelas demandas externas, de gente que quer capturar a consciência da Redação.
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