Agora estamos em 16 de novembro de 2004. Há mais de 15 anos, portanto. A newsletter Capital Digital ganhava mais uma edição. Estava este jornalista Diretor de Redação do Diário do Grande ABC. Cheguei com um Planejamento Estratégico Editorial e uma vontade imensa de colaborar com o jornal mais tradicional da região. Leiam a edição 30 daquela ferramenta digital que criei para dar conta do que se passava na publicação. Editores, repórteres, diretores e acionistas formavam o público-alvo.
Edição número 30
Escrever é responsabilidade que
passa por todos os jornalistas
Mantenho permanente avaliação individual, grupal e coletiva da Redação. E entre os pontos da escala de produtividade e qualidade está a participação redacional de editores e subeditores. Quanto menos textos fizerem, com mais profundidade atuarei nos escaninhos da organização da editoria. Digo e reafirmo sem medo de errar, porque se trata de prática pessoal: é inconcebível que editor não escreva. Uma equipe bem azeitada, tecnicamente preparada, organizada, eficiente, libera o editor para matérias especiais. Pelo menos uma por semana. Sem necessidade de deixar a Redação.
Na edição de domingo tivemos exemplo claro disso: a Rita Camacho, que se vem desdobrando como Secretária Executiva, encontrou tempo, forma e disposição para matéria mais que boa sobre o setor comercial do Grande ABC, notadamente na área de shopping.
Os editores, subeditores e membros da Secretaria podem tentar me convencer do contrário, mas não tenho dúvidas de que é preciso ousar na reorganização operacional do jornal. Quando todos se aperceberem que o tempo despendido em determinadas tarefas poderá ser sumariamente abreviado e que a ofensiva geral precisa ser em torno do produto final que vai aos leitores, tudo se alterará.
Há um conceito que define jornalista como algo que não tem muito compromisso com produtividade. Entenda-se produtividade em sentido amplo, múltiplo, que extrapola o jornalismo propriamente dito. Não acredito que seja verdade.
De fato, há propensão ao desperdício. Haja visto o banco de horas que encontramos com média de 350 dias/mês de desequilíbrio e, no primeiro mês de gestão compartilhada, em que todos os editores atuaram decisivamente, conseguimos reduzir drasticamente. Ou seja: jornalistas podem ter queda ao descuido gerencial, mas, quando cobrados, no bom ou no mal sentido, reagem prontamente.
E é exatamente por isso que queremos mais editores e subeditores escrevendo. Sabemos das dificuldades tecnológicas, das improdutividades internas de equipes que ainda estão à procura de melhor qualificação, mas tudo isso não pode servir de desculpa.
Quando a questão metodológica for mais valorizada no ambiente de cada editoria e, principalmente, quando os editores conseguirem multiplicar os novos conceitos dos companheiros de trabalho, acreditem, a produção de textos será automática. Principalmente porque há facilidades proporcionadas pela Internet que nos conduzem a agilizar a atividade jornalística.
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)