O Fórum da Cidadania tem novo coordenador-geral, o arquiteto Fábio Vital, representante dos movimentos populares, mas isso é apenas parte de nova composição de nomes e projetos. Por mais idéias que acompanhem o novo coordenador, a perspectiva para os próximos 12 meses é de que ritual inovador seja implementado no Fórum da Cidadania. A constatação de que as plenárias não conseguem encontrar o foco gerou esforços para acrescentar novos componentes ao Conselho Consultivo. Antes disso, durante os últimos tempos da gestão de Carlos Augusto César Cafu, o Fórum enxugou a estrutura temática para buscar maior integração dos membros.
Em suma, o Fórum da Cidadania procura um Norte sobre o qual possa recuperar o perfil de protagonista de transformações regionais, há muito perdido para o Consórcio Intermunicipal e a Câmara Regional. Não deixa de ser irônico que o Fórum esteja na penumbra de entidades que ressuscitou (caso do Consórcio) e motivou (caso da criação da Câmara). Para algumas lideranças, a própria existência do Fórum da Cidadania poderia ser abreviada, depois de acordar as autoridades políticas da região. Nada mais simples e cômodo, porque o jogo está apenas no começo do segundo tempo e o que se observa é que o Fórum está em desvantagem no placar. Pior do que isso: não está vendo mais a cor da bola.
A eleição de Fábio Vital mostra a que ponto chegou o divisionismo no Fórum da Cidadania, cujo lema de consensualidade expressava uma visão monolítica de projetos e ações. Vital obteve apenas 14 dos 23 votos de uma assembléia repleta de críticas à instrumentalização político-eleitoral da entidade. O sindicalista Carlos Cafu preferiu não propor o esticamento do próprio mandato, e nem aceitar projeto nesse sentido, para não ser acusado de atropelar o regimento interno, que prevê a rotatividade no comando geral de acordo com os segmentos representados na instituição. Foi assim que Wilson Ambrósio (comércio) foi eleito o primeiro coordenador, seguido de Fausto Cestari (indústria), Marcos Gonçalves (serviços) e Sílvio Pina (profissionais liberais).
O novo Colégio Executivo do Fórum da Cidadania é formado por Humberto Batella (vice-coordenador), Luiz Augusto de Almeida (primeiro-secretário), Vamberto Martinez (segundo-secretário), Cláudio Pereira Noronha (primeiro-tesoureiro) e Aristides Oliani (segundo-tesoureiro). Foram os votos desses seis representantes, somados ao do próprio Fábio Vital e aos de outras sete entidades, que garantiram a eleição do candidato único. Próximo de completar seis anos de atividades, o Fórum da Cidadania provavelmente tenha uma última experiência capaz de revigorá-lo estrategicamente, depois do adensamento popular das plenárias sob o comando de Carlos Cafu. Está faltando ao Fórum o poder estratégico de definir e consolidar novas pautas para o Grande ABC. Só assim sairá do ostracismo institucional ao qual está submetido desde que os poderes públicos locais emergiram da desunião e do desinteresse ao fortalecer o Consórcio Intermunicipal de Prefeitos e criar a Câmara Regional.
A expectativa é de que a reviravolta do Fórum da Cidadania seja patrocinada principalmente pela conjugação de esforços e talento do novo Colégio Executivo, do novo coordenador-geral e também da nova composição do Colégio Consultivo, sem falar na maior racionalidade de questões apresentadas à plenária. Além de ser integrado por todos os ex-coordenadores, o Conselho Consultivo passa a contar a partir desta nova gestão com membros da sociedade regional cujos nomes foram aprovados por unanimidade pela plenária. São os casos do sindicalista Luiz Marinho, dos jornalistas Alexandre Polesi e Daniel Lima, do empresário Sérgio De Nadai, do publicitário Evenson Dotto, dos professores Sílvio Minciotti e Luiz Roberto Alves, do memorialista Ademir Medici e do escritor e advogado Antonio Possidonio. Historicamente pouco efetivo, a promessa é de que o Conselho Consultivo seja o novo motor de arranque de uma organização que não consegue chegar à quinta marcha.
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21/01/2025 PAULINHO, PAULINHO, ESQUEÇA ESSE LIVRO!