A primeira reunião de voluntários decididos a constituir a chamada “entidade cerebral” do Grande ABC foi realizada ontem à tarde no Centro Empresarial Pereira Barreto, em Santo André, com resultados acima do esperado. Tanto que os participantes saíram do encontro com a definição da marca da instituição e com as diretrizes básicas de atuação. Vai se chamar Defenda Grande ABC o movimento que pretende colocar na agenda regional pontos vitais ao dinamismo social e econômico. As áreas de Desenvolvimento Econômico, Transparência Pública, Segurança Pública, Educação, Saúde e Mobilidade Urbana foram selecionadas como eixos estruturantes das iniciativas.
Não há como deixar de expressar entusiasmo que o encontro representou ao grupo de inscritos. Existe latente e unânime percepção sobre os rumos que a Província do Grande ABC tomou nos últimos tempos. Há notável preocupação em construir novas relações institucionais, por conta da fadiga de material das entidades tradicionais. Obstáculos corporativos impedem que entidades empresariais, sociais e sindicais mobilizem-se em busca de saídas que tornem a Província do Grande ABC mais competitiva economicamente e mais interessante em qualidade de vida. Defenda Grande ABC é uma organização em fase de modelagem legal que reunirá pessoas físicas, apenas pessoas físicas. Ou seja: não haverá verdadeiras ou falsas amarrações corporativas a impedir mobilizações.
A sugestão de denominar o movimento Defenda Grande ABC foi aprovada após breves intervenções. E não se escondeu que a marca é inspirada na organização Defenda São Paulo, voltada à representação da sociedade principalmente nas instâncias públicas. O Defenda Grande ABC já está sendo preparado tecnicamente à formalização legal.
Segundo encontro
Após o feriado de primeiro de Maio, quando os voluntários voltarem a se reunir, serão debatidos os termos provavelmente definitivos do estatuto. Durante esse intervalo de tempo, trocas de e-mails entre os participantes que se encontraram em Santo André deverão harmonizar e racionalizar sugestões que serão sistematizadas oficialmente durante o segundo encontro presencial.
Estou mais confiante do que nos dias que antecederam ao encontro. Senti vitalidade enorme a envolver a todos. Há uma atmosfera de reforma no ar. E isso é uma grande novidade numa região abatida emocionalmente, triturada economicamente, fragmentada politicamente e esquarteja socialmente nas últimas décadas.
Depois do Fórum da Cidadania, que surgiu com fulgor entusiasmante mas murchou ao sabor de antigos vícios de coletivismos desajustados, nada parece mais promissor que o Defenda Grande ABC. Tomara que não seja impressão equivocada. A Província está a necessitar de lufadas de capital social.
A relação completa dos participantes da primeira reunião é segredo proposto pelos voluntários. Quantos dos 40 inscritos deslocaram-se fisicamente até o Centro Empresarial Pereira Barreto? Quantos dos que participaram presencialmente não autorizaram divulgação das respectivas identidades? Os voluntários chegaram à conclusão que o melhor é não responder ainda às duas questões. A relação que se segue envolve os participantes que aceitaram liberar suas identidades. São os seguintes: Edson de Jesus Sardano, Elísio Peixoto de Souza, Fábio Vital, Gilberto Wachtler, José Cláudio Fernandes, José de Araújo Villar, Nelson Tadeu Pereira, Sérgio Luiz Munhoz, Valmor Bolan e William Ricardo de Freitas. A coordenação preliminar e provisória do Defenda Grande ABC vai preparar a lista dos demais inscritos, solicitando a cada um deles a liberação pública da participação no movimento.
Carta de Compromissos
Embora a primeira reunião tenha deixado a mensagem de que o Defenda Grande ABC ainda é um embrião de mobilização de representantes da sociedade a expectativa de que ganhará força e adensamento não parece constituir miragem. Embora não se tenha debatido um dos pontos que parece importante, como uma espécie de Carta de Compromisso do Defenda Grande ABC, é possível que até a nova reunião a ser programada haja preparação do documento que entre outros objetivos procurará delinear com clareza e objetividade os pressupostos do movimento.
Também não se colocou à mesa a data de lançamento oficial do Defenda Grande ABC quando, possivelmente, a Carta de Compromissos seria oficialmente apresentada à sociedade.
Certo mesmo é que o Defenda Grande ABC estaria convergindo a uma linha de diálogo com as instituições oficiais, principalmente as administrações públicas municipais. A centralização de iniciativas nas seis especialidades temáticas é proposital, porque se pretende atuar num foco restrito de questões que, entretanto, oferecem abrangência socialmente responsável a possíveis medidas resolutivas.
O movimento Defenda Grande ABC ainda não passou por escrutínio interno para conceituar a linguagem com que se conduzirá como representação da sociedade da Província do Grande ABC integrada por pessoas físicas inquietas com o cenário econômico e social. Mas provavelmente não faltarão medidas internas para propor a definição do tom da interlocução.
O Fórum da Cidadania surgiu há 20 anos como espécie de cão farejador de administrações públicas. O Defenda Grande ABC pode adotar a mesma linhagem, mas também estaria propenso a optar pelo monitoramento de atividades principalmente públicas sem transmitir a ideia de que estaria pronto a constantes xeque-mates. Uma pesquisa interna, pela Internet, deverá aferir o tom dos relacionamentos.
Como se pode observar, tudo ainda está a construir no Defenda Grande ABC. A principal matéria-prima da organização parece não faltar: um grupo inicialmente consciente de que a Província do Grande ABC clama por instituição que não pegue carona nos poderosos de plantão, regra geral do histórico de coletivismo na região.
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21/01/2025 PAULINHO, PAULINHO, ESQUEÇA ESSE LIVRO!