Sociedade

Defenda que não se engane: muitos
vagabundos sociais estão à espreita

DANIEL LIMA - 24/06/2014

Sejamos sinceros, retos e diretos: os malucos que já formaram até diretoria do Defenda Grande ABC não podem viver de ilusões, porque vão enfrentar muitas barreiras. A principal tem nome e sobrenome – são os vagabundos sociais, gentalha formada por políticos, assessores de políticos, empresários que vivem nas tetas das administrações municipais e as chamadas lideranças econômicas e sindicais que não querem participar de nenhuma corrida de obstáculos. Todos são sanguessugas disfarçadas de agentes sociais.


 


Escrevo ainda sob a influência da Entrevista Especial com o empresário do setor de seguros, Elísio Peixoto, publicada nesta revista digital. Uma entrevista e tanto, mas com um ponto que chamaria de Linha Maginot, barreira construída pelos franceses que sucumbiu à invasão alemã na Segunda Guerra Mundial. Disse Elísio Peixoto, presidente do Defenda, que esperava mais inscritos presencialmente nas reuniões.


 


O movimento é completamente diverso dos pressupostos do fracasso da incompleta linha Maginot, mas o buraco tático é semelhante se a avaliação da resposta de Elísio Peixoto contiver concordância passiva, não uma reflexão cuidadosa e no contrafluxo. O entendimento deste jornalista é completamente diverso, portanto: não interessa o número de participantes presenciais e virtuais, o fato é que o Defenda Grande ABC é um milagre que parece se consolidar numa região subordinada a mandachuvas e mandachuvinhas que trafegam livremente em campos de desonestidades diversas, da financeira à ética.


 


Uma guerra por espaço


 


Admiro o olhar positivista de Elísio Peixoto como comandante de uma instituição que terá um colegiado a guiar todos os passos. É bom que, como Elísio, existam outros representantes do Defenda a enxergar o mundo regional com ótica diversa da deste jornalista e de outros integrantes do movimento.


 


A diversidade promove um caldo de cultura e de ações que poderá explicar, no futuro, o sucesso dessa mobilização que desafia o calendário monopolista da Copa do Mundo. Admiro mesmo o olhar positivista de Elísio Peixoto, mas sigo minha intuição, somatório de experiências vividas: os bandidos sociais da praça regional não darão trégua ao movimento assim que suspeitarem que correm riscos, porque eles correm risco sim de perderem espaços abusivamente controlados em detrimento da sociedade.


 


Ainda mais que um dos pontos cardeais das mobilizações a que se dará ao trabalho o Defenda Grande ABC ganhará os endereços do Ministério Público na região. É verdade que o Ministério Público, em linhas gerais, está aquém das necessidades de atendimento e de investigação por não contar com infraestrutura de pessoal e de recursos materiais para dar conta das inúmeras demandas. Entretanto, o simples anúncio de que um dos destinos dos questionamentos que se farão sobre o uso de dinheiro público é essa instância de poder, será suficiente para de alguma forma diminuir o apetite dos malandrados juramentados.


 


Democracia para poucos


 


Os integrantes do Defenda Grande ABC não podem perder a perspectiva de que simbolizam outro lado da vida institucional da Província do Grande ABC – o lado em que estarão se opondo às omissões, aos descalabros, aos desinteresses e aos cambalachos envolvendo representantes de esferas públicas e supostas representações econômicas, sociais e sindicais. Nós somos o copo meio vazio da pasmaceira regional que os mandachuvas e mandachuvinhas querem vender como copo meio cheio para se deleitarem ainda mais. 


 


Os cofres públicos foram tomados de assalto por bandidos econômicos, sindicais e sociais. Eles se refestelam sob a proteção de um regime democrático que se limita a algumas porções do sentido abrangente da designação. O poder econômico associado ao poder corporativo subverte os princípios republicanos.


 


Tenho cá comigo que o Defenda Grande ABC precisa estar sempre desperto não só aos prenúncios de que será objeto de perseguições e de tentativas que se consolidarão vitoriosas de promover baixas como também de questionamentos desclassificatórios. Tanto que mal está se estruturando e algumas deserções já se fizeram sentir.


 


Sem contar que uma secretária municipal, também vice-prefeita, no caso Oswana Fameli, travestiu-se de espiã do espião-mor, prefeito Carlos Grana, para acompanhar os primeiros tempos de trocas de mensagens eletrônicas entre os participantes. Quem garante que não haja mais espiões em forma de colaboradores do Defenda?


 


Fosse o Defenda Grande ABC algo como Festeja Grande ABC, que é o que se mais pratica nas praças regionais, provavelmente o número de adeptos interesseiros seria estonteante, porque todos estão de olho nas boquinhas patrocinadas por essa gentalha sem comprometimento com a sociedade. Defenda Grande ABC é o reverso do Festeja Grande ABC que grassa na Província do Grande ABC em forma de políticas públicas mais que manjadas, como os Orçamentos Participativos de cartas marcadas e tantos outros eventos mequetrefes que mexem, remexem e só torna o cheiro da imundície regional cada vez mais forte.


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