Sociedade

Desconfiança e ceticismo

DANIEL LIMA - 05/05/2001

Decididamente há desconfiança com razoável dose de ceticismo sobre o momento institucional e econômico que vive o Grande ABC. Esse é o resultado final da Pesquisa LM, como é chamada a sondagem que LivreMercado faz periodicamente junto aos leitores. Desta vez o trabalho foi realizado principalmente através da Internet. Na edição passada, LivreMercado divulgou o resultado final da Pesquisa LM com base na opinião de 30 membros do Conselho Consultivo do Prêmio Desempenho. Agora publica o resultado final, incluindo outros 60 leitores que responderam ao questionário.


 


O conceito da Pesquisa LM foi estruturado sobre três cenários diferenciados. As respostas otimistas estão reservadas à primeira alternativa (a), as respostas desconfiadas foram concentradas na segunda alternativa (b) e as manifestações decididamente céticas foram centralizadas na terceira alternativa (c).


 


Comparativamente aos demais leitores de LivreMercado, a posição dos membros do Conselho Consultivo foi levemente mais cética, mas o resultado final não sofreu alteração significativa. O fato é que os otimistas são uma grande minoria, os desconfiados prevalecem e os céticos representam contingente elevado. Se cada agrupamento de respostas representasse um candidato a qualquer um dos paços municipais da região, não haveria segundo turno: nas três questões a posição de ressalvas ultrapassa 50%. Entretanto, um quarto do eleitorado virtual se coloca com os dois pés atrás. LivreMercado pretende repetir essa sondagem do ânimo regional dentro de seis meses. Isso significa que os acontecimentos que se registrarem na região nos próximos meses vão ser instrumentos decisivos para eventuais mudanças no quadro.


 


 Você acredita no sucesso da integração institucional do Grande ABC?


 


Os desconfiados (b) dominaram as respostas com 68,8% dos votos. Eles optaram pela seguinte opinião: houve melhora, sem dúvida, nas relações entre prefeitos e seus secretários municipais, que passaram a entender o que significa integração regional, mas ainda temos muito caminho a percorrer. Os céticos (c) representaram 24,4% dos votos para a seguinte resposta: integração regional é só marketing. Na verdade, prefeitos e assessores estão mesmo é preocupados com seu caixa, com seu programa de governo, com seu Município. Região é abstração.


 


Os otimistas (a) foram apenas 6,66% dos pesquisados. Eles ficaram com a seguinte resposta: Sem dúvida. Entendo que os poderes públicos da região estão finalmente integrados, prontos para darem, juntos, um salto de qualidade nas relações intermunicipais e também junto ao governo estadual.


 


 Sobre o futuro econômico do Grande ABC, que frase a seguir você acha mais legítima?


 


A preferência do eleitorado desconfiado (b) prevaleceu em 66,6% da alternativa que tem o seguinte enunciado: ainda temos muito o que construir para reencontrar o caminho do desenvolvimento econômico. Perdemos o rumo com a globalização, sofremos muito com isso, mas não há como duvidar de que já surgiram clareiras a abrir nossos horizontes.


 


Os céticos (c) ocuparam 26,6% das respostas com o seguinte enunciado: quem acha que o Grande ABC está no caminho do desenvolvimento certamente não conhece nossa realidade. Estamos de mal a pior. Nossa matriz automotiva está se descentralizando e enxugando pessoal e ainda não conseguimos encontrar alternativa que ofereça o mínimo de segurança para o futuro. Comércio e serviços não nos garantem a riqueza que a indústria sempre criou.


 


Já os otimistas não passaram de 6,66% da seguinte alternativa de resposta: estamos em franca corrida desenvolvimentista. Há um ambiente jamais visto para investimentos produtivos nas mais diversas áreas e que nos recolocarão na trilha do progresso que perdemos apenas por alguns anos de reestruturação macroeconômica.


 


 Sobre o modelo institucional ideal para o Grande ABC do futuro:


 


Também dominou a porção dos desconfiados (b), com 63,3% das respostas ao enunciado: o modelo institucional que temos no Grande ABC, com Câmara Regional, Consórcio de Prefeitos, Agência de Desenvolvimento Econômico e Fórum da Cidadania, está em ritmo muito aquém de nossas necessidades econômicas e sociais, embora sejam instrumentos importantíssimos. De alguma forma, é preciso agilizar e muito todos esses organismos.


 


A alternativa mais duramente cética (c) teve 24,4% dos votos, o que revela uma característica do bloco: grande parte dos que optaram pelo cenário mais complicado da região se manteve fiel à terceira alternativa em todas as questões. O enunciado preferido por esse grupo para a questão: nada do que temos no Grande ABC hoje em matéria de instituições voltadas para o conjunto dos municípios funciona adequadamente. A melhor saída é lutar politicamente para que o Grande ABC seja uma região metropolitana como Campinas e Santos, de forma a ter verba e instrumentos próprios de relacionamento mais concreto e perene com o governo estadual.


 


O grupo de otimistas cresceu consideravelmente na opção da terceira questão da Pesquisa LM. Se nas indagações anteriores não conseguiu ultrapassar 6,6%, na terceira subiu para 12,2%. O enunciado: as principais instituições, casos da Câmara Regional, do Consórcio de Prefeitos, da Agência de Desenvolvimento Econômico e do Fórum da Cidadania, dão ao Grande ABC uma configuração muito especial na qual todos têm de apostar. É só dar tempo ao tempo que tudo se encaixa.


 


A Pesquisa LM apresentou aos leitores a opção de autorizarem ou não a divulgação das respostas. Apenas pequeno grupo preferiu manter as respostas encobertas. Entre os membros do Conselho Consultivo, todos abriram as opiniões.


 


Cyro Masci – (1-b; 2-b; 3-c); Antônio Possidonio – (1-b; 2-c; 3-b); Angelo Gaiarsa – (1-b; 2-b; 3-b); Alexandre Takara – (1-b; 2-b; 3-b); Aleksandar Jovanovic – (1-b; 2-b; 3-b); Jerson Ourives – (1-b; 2-b; 3-a); Anderson Alves – (1-b; 2-b; 3-b); Armando Junior – (1-b; 2-b; 3-b); Davi Crystal – (1-c; 2-b; 3-c); Deborah Vasallo – (1-a; 2-b; 3-a); Domingo Glenir – (1-b; 2-b; 3-b); Fernando Tadeu Perez – (1-b; 2-b; 3-b); Francisco Martins – (1-b; 2-b; 3-b); Fuad Sayar – (1-c; 2-b; 3-c); Gilberto Perussi – (1-b; 2-a; 3-b); Hildebrando Pafundi – (1-a; 2-a; 3-a); Ieda Maria Alves – (1-b; 2-b; 3-b); Teresa Alcantara – (1b; 2-c; 3-b); Dalila Teles Veras – (1-b; 2-b; 3-b); Paulo Bigatton – (1-b; 2-b; 3-b); Paulo Cesar Finotti – (1-b; 2-b; 3-b); Renê Naves – (1-c; 2-c; 3-c); Salvador Wagner Panzarini – (1-b; 2-b; 3-b); Ségio Ballarini – (1-b; 2-b; 3-b); Márcia de Paula Leite – (1-b; 2-b; 3-b); Marinisia Baptista – (1-b; 2-b; 3-c); Maurício Mindrisz – (1-b; 2-a; 3-a); Odirlei José Quintini – (1-c; 2-c; 3-b); Paulo Alberto Lino – (1-b; 2-b; 3-b); Manuel Pereira Marques – (1-c; 2-b; 3-b); Leandro Tadeu Novi – (1-b; 2-b; 3-b); Luís Felipe – (1-b; 2-c; 3-c); José Lourenço Pechtoll – (1-b; 2-b; 3-b); Lauro Gilmar Teixeira – (1-b; 2-b; 3-b); João Paschoal – (1-c; 2-c; 3-c); José Carlos Guarino – (1-c; 2-b; 3-c); João Batista Anacleto – (1-a; 2-b; 3-b); Jorge Hereda – (1-b; 2-b; 3-b); Juares de Marcos Jardim – (1-b; 2-c; 3-b); Luís Marinho – (1-b; 2-b; 3-b); Milton Andrade – (1-b; 2-b; 3-b); Mirian Belchior – (1-b; 2-b; 3-a); Nádia Somekh – (1-a; 2-b; 3-a); Virginia Pezzolo – (1-b; 2-c 3-b); Fausto Cestari – (1-b; 2-c; 3-c);  não autorizam a divulgação:  Alessandro Coelho, Alexandre Meza, Antônio José Monte, Aparecido Benedito de Faria, Cristiane Donini, Henrique Vogler, Sônia Franiek, Abelina Madeira de Almeida, Mauro Cabral, Luiz Edgar de Carvalho, José Roberto Lago, Joel Bueno da Costa, José Batista Gusmão, Jeroen Klink, Antônio Carlos Fontalva.  


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