Praticamente nada mudou em 2014 no ranking de roubos e furtos de veículos no G-20, grupo dos principais municípios do Estado de São Paulo, menos a Capital, que esta revista digital escarafuncha em vários indicadores econômicos e sociais. Três dos cinco representantes da Província do Grande ABC ocupam as últimas posições (Santo André, Mauá e Diadema), enquanto São Caetano e São Bernardo estão na segunda página da classificação, em posições mais próximas dos últimos colocados. A liderança trocou de mãos: São José do Rio Preto superou Mogi das Cruzes.
A situação nesse indicador criminal é completamente desfavorável à Província do Grande ABC e explica as razões de as companhias de seguros reforçarem os valores das apólices que pesam no bolso dos motoristas. A média dos cinco municípios da região que integram o ranking do G-20 é de 1.621,04 roubos e furtos para cada grupo de 100 mil veículos, contra 836,81 casos dos demais 15 municípios do agrupamento. Ou seja: o risco de roubo e furto de veículos na região é 48,38% superior ao daqueles municípios.
Em 2013 os roubos e os furtos de veículos na região eram 51,44% maiores que os registros dos demais integrantes do G-15. A redução discretíssima se deve a dois fatos conexos: houve leve queda na Província (1.621,04 casos para cada 100 mil veículos no ano passado ante 1.667,97 no ano anterior), enquanto os 15 demais municípios elevaram discretamente os registros, de 808,99 para 836,81. Nada, entretanto, que alterasse os custos relativos das apólices de seguro.
Distância quilométrica
Só para se ter ideia do quanto é mais caótica a criminalidade sobrerrodas na Província do Grande ABC dos cinco municípios mais importantes (Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra estão fora do agrupamento porque não representam 2% do universo motorizado e têm semelhante participação no PIB da região), basta citar a distância que a separa da líder São José do Rio Preto: naquele Município do Interior do Estado foram anotadas 420,63 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, medidor oficial da Secretaria da Segurança Pública. Isso significa apenas 26% das ocorrências na Província.
Traduzindo: a possibilidade de um veículo ser roubado ou furtado num dos cinco municípios da região é três vezes maior do que naquela cidade do Interior. Com tamanha diferença é natural que os valores das apólices de seguros são fortemente contrastantes. Paga-se muito mais aonde o risco é maior.
O potencial de ocorrências policiais envolvendo furto e roubo de veículos é claramente superior na Região Metropolitana de São Paulo. Dos 20 municípios do ranking de CapitalSocial, nove estão localizados na área, mas somente dois não constam da segunda página classificatória, que vai do 11º ao 20º lugar, casos de Mogi das Cruzes e Barueri. Dos 11 municípios do G-20 que integram o Interior e o Litoral de São Paulo, oito ocupam os 10 primeiros lugares e somente dois (Campinas e Ribeirão Preto, que são centros de metrópoles) formam o batalhão do 10º lugar em diante.
Três dígitos inquietantes
Outro indicador de que deixa muito a desejar a qualidade da segurança pública na Região Metropolitana de São Paulo quando o assunto é roubo e furto de veículos: oito dos integrantes do G-20 apresentam resultados de três dígitos, que poderiam ser classificados como alarmantes, porque superam mais de mil ocorrências por cada grupo de 100 mil veículos. Dessa parcela mais duramente atingida pela criminalidade constam os cinco representantes da Província do Grande ABC no G-20.
Como no ano passado, a Província do Grande ABC registra passivo no indicador de roubo e furto de veículos inclusive quando em confronto com a Capital. Os paulistanos tiveram em 2014 o total de 1.354,08 registros para cada 100 mil veículos, resultado 16,47% inferior ao contabilizado pela Província. No ano passado a possibilidade de ocorrência era 15% maior na Província. O aumento se deve à leve melhora da Capital ante os números de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá.
Do conjunto de 20 municípios pesquisados, 11 apresentaram no ano passado redução de casos de roubos e furtos de veículos quando confrontados com os números de 2013. O resultado mais expressivo foi a queda de 26,95% de Taubaté, que melhorou posicionamento no ranking geral ao passar do quarto para o segundo lugar.
Entre os nove municípios que sofreram com o aumento do índice de criminalidade sobrerrodas quem mais teve os dados comprometidos foi Mogi das Cruzes, com aumento de 43,72%. Não à toa caiu do primeiro para o terceiro lugar, ultrapassado por São José do Rio Preto e Taubaté.
Rio Preto na liderança
Veja como está o ranking do G-20 Paulista após os resultado do ano passado – e também o comportamento em relação a 2013.
1. São José do Rio Preto registrou 420,63 casos para cada grupo de 100 mil veículos no ano passado, com queda de 8,94% em relação a 2013.
2. Taubaté registrou 443,30 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, com redução de 26,95% sobre 2013.
3. Mogi das Cruzes registrou 628,95 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, com aumento de 43,72% sobre 2013.
4. Paulínia registrou 653,82 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos em 2014, redução de 11% sobre o ano anterior.
5. São José dos Campos registrou 755.48 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, redução de 1,46% em relação a 2013.
6. Barueri registrou 759,09 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, com aumento de 19,23% sobre 2013.
7. Santos registrou 769,60 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, com aumento de 33,16% sobre 2013.
8. Jundiaí registrou 772,18 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, com aumento de 23,86% sobre 2013.
9. Sorocaba registrou 829,78 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, aumento de 21,29% sobre 2013.
10. Piracicaba registrou 831,02 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, aumento de 5,32% sobre 2013.
11. Ribeirão Preto registrou 879,25 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, redução de 3,53% em relação a 2013.
12. Campinas registrou 952,09 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, redução de 15,20% sobre 2013.
13. São Caetano registrou 1.083,47 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, redução de 8,52% em relação a 2013.
14. Sumaré registrou 1.116,93 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, redução de 18,59% em relação a 2013.
15. São Bernardo registrou 1.151,03 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, redução de 6,67% em relação a 2013.
16. Guarulhos registrou 1.235,90 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, com aumento de 18,30% em relação a 2013.
17. Osasco registrou 1.504,18 ocorrências para cada grupo de 100 mil habitantes, com aumento de 11,43% sobre 2013.
18. Santo André registrou 1.566,08 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, redução de 0,02% em relação a 2013.
19. Mauá registrou 1.906,06 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, com aumento de 11,60% sobre 2013.
20. Diadema registrou 2.398,55 ocorrências para cada grupo de 100 mil veículos, queda de 9,56% em relação a 2013.
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