Sociedade

Supremo ignora roubalheira de
Bigucci denunciada por jornalista

DANIEL LIMA - 20/05/2015

O quadrilheiro Milton Bigucci, dono da MBigucci, conglomerado do setor imobiliário, despachou ontem do escritório do inútil Clube dos Especuladores Imobiliários do Grande ABC uma sentença do Supremo Tribunal Federal que consagra este jornalista, mas contra a qual vou recorrer se necessário inclusive a instâncias internacionais porque a consagração não pode ter conotação de penalidade. O STF, por desconhecer a ficha corrida de Milton Bigucci, um dos envolvidos na Máfia do ISS, em São Paulo, preferiu acreditar nas bobagens instrumentalizadas pela sua defesa. A condenação que me atinge é um atestado de idoneidade conferido pelo ministro do STF, mas será devidamente reparada, porque fundamentada na ausência de atualização dos fatos para o devido julgamento.  Ou seja: o ministro do STF que me condenou não sabe nada sobre as estripulias de um delinquente que comanda o Clube dos Especuladores Imobiliários do Grande ABC.


 


Fui julgado de forma completamente equivocada. Milton Bigucci jamais contestou as verdades e as provas que recolhi para garantir que ele é nocivo à sociedade da região. Ele fez uma queixa-crime, que ganhou celeridade judicial que só os milionários conseguem, em cima de artigos deste jornalista que davam conta de que mantinha relações estranhas com o Poder Público. Até então, Milton Bigucci não havia sido apanhado em flagrantes delitos. Contra as denúncias posteriores de que é um quadrilheiro pego em flagrante delito, jamais teve o caradurismo de me questionar na Justiça porque sabe que pagaria caro por isso.


 


Ação o desmoralizaria


 


A ação judicial o desmoralizaria completamente perante os tribunais. O Milton Bigucci que me acusou no Supremo não tem nada a ver com o Milton Bigucci pós-ingresso de queixa-crime. Colocado sob suspeição ética por este jornalista no passado, Milton Bigucci confirmou no decorrer da ação judicial que é um lídimo representante do que há de mais abjeto em matéria de empreendedorismo. O Supremo Tribunal Federal precisa se atualizar sobre o currículo desse malfeitor.


 


Para que o leitor compreenda o tamanho do equívoco do qual sou vítima porque se trata de uma briga do tostão contra o milhão, da razão contra a impostura, da verdade contra a manipulação, nada melhor que um exemplo simples: imagine-se jornalista que, usando atribuições legais de liberdade de expressão e de liberdade de imprensa, publica informações que dão conta de que um megaempresário regional do setor de construção civil não tem representatividade de classe e faz da atuação institucional à frente dos construtores imobiliários abre-alas para vantagens corporativas.


 


Milton Bigucci entendeu que feri sua honra, esquecendo-se que é um homem público e que tem responsabilidade social a cumprir. A jurisprudência é farta em casos assemelhados, de gente que, como Milton Bigucci, se deleita como pessoa pública e quer se recolher estrategicamente em queixas-crime como simples mortal, zeloso pai de família.


 


Seguindo nesse breve exemplo, o que se deu em seguida, enquanto Milton Bigucci acumulava vitórias nos tribunais entre outras razões porque tem muito dinheiro para gastar com equipes de advogados e uma proximidade inquietante com determinadas figuras do Judiciário, enquanto isso, foram aparecendo os esqueletos do armário de roubalheiras e imoralidades do empresário.


 


Marco Zero é um exemplo


 


O escândalo do Marco Zero, porcamente investigado pelo Ministério Público, é apenas um exemplo. A Máfia do ISS na Capital é batom na cueca. As irregularidades contra os adquirentes de imóveis denunciadas com brilho pelo Ministério Público do Consumidor de São Bernardo, que o colocou como campeão regional de abusos, também vieram depois. Nesse interim, os tribunais condenaram este jornalista porque, cumprindo rigorosamente as funções sociais inerentes da profissão, alertava com o cuidado de jamais ser leviano que o empresário e o dirigente classista Milton Bigucci são um bandoleiro do mercado imobiliário.


 


O e-mail encaminhado por Milton Bigucci ontem à tarde a um grupo de pessoas na Província do Grande ABC, no qual relata a decisão do ministro Luiz Fux, contém meias verdades e mentiras inteiras na tentativa de desviar a atenção. A decisão do Supremo foi tomada em setembro do ano passado e ao contrário do que afirma o quadrilheiro do Clube dos Especuladores Imobiliários, será devidamente reenquadrada como peça antiquada moldada sobre uma plataforma ilusionista construída pelos seus advogados.


 


Antecipando a verdade


 


Convenhamos que seria uma barbaridade ser condenado por antecipar a verdade dos fatos. O Supremo deu guarida a um empresário que, quando ingressou com a ação, manipulou os fatos e os transformou em ofensa à honra e injúria. Hoje, ou de uns tempo para cá, aquilo que supostamente sugeria este jornalista como algo a ser questionado na conduta de Milton Bigucci, se transformou em verdade inquestionável: o empresário é um quadrilheiro segundo as investigações do Ministério Público da Capital sobre a Máfia do ISS. Sem contar que foi denunciado por um dos envolvidos no Escândalo do Semasa como integrante do grupo de empresários que fraudou a legislação de uso e ocupação do solo de Santo André.


 


O delinquente corporativo Milton Bigucci demora para entender que não conseguirá calar um jornalista que tem compromisso exclusivamente com os leitores. Um jornalista que, ao contrário do que afirma na tentativa obtusa de levar para o terreno pessoal algo estritamente profissional, não arredará pé de mostrar à sociedade o nível rasteiro a que o mercado imobiliário entregou a presidência de uma entidade obsoleta e em completo divórcio com a responsabilidade social. É disso que sempre tratamos quando nos referimos a esse delinquente que se traveste de benemerente social para enganar o distinto público.


 


A Máfia do ISS


 


Reproduzo na sequência a matéria publicada na edição de 23 de abril último do Diário do Grande ABC sobre a participação de Milton Bigucci na Máfia do ISS. Leiam com atenção. O Supremo não sabe disso, por isso trata um pecador como inocente.


 


Apuração da Máfia do ISS


avança; Bigucci segue alvo


 


Ao aprofundar a investigação sobre a Máfia do ISS (Imposto Sobre Serviços), o Ministério Público da Capital ofereceu denúncia, formalizando a acusação à Justiça, contra ex-agentes fiscais da prefeitura de São Paulo, incluindo Ronilson Bezerra Rodrigues, ex-secretário adjunto de Planejamento do governo Aidan Ravin (PSB), em Santo André, e mantém alvo em empreendimentos imobiliários, entre eles, do empresário Milton Bigucci. A operação apura esquema de corrupção envolvendo recolhimento de tributos, que causou prejuízos de aproximadamente R$ 500 milhões aos cofres públicos.


 


A acusação do Gedec (Grupo de Atuação Especial de Combate aos Delitos Econômicos), órgão da Promotoria, aponta para Ronilson e sua mulher, Cassiana Manhães Alves, além do fiscal Eduardo Horle Barcellos, o servidor público Fábio Remesso e o empresário Marco Aurélio Garcia, por lavagem de dinheiro. O grupo, segundo a denúncia, realizou série de manobras para ocultar recursos financeiros e bens obtidos por atos de corrupção no esquema, que cobrava propina de construtoras e incorporadoras de imóveis em troca de desconto do ISS, necessário para a obtenção do Habite-se.


 


A construtora MBigucci, com sede em São Bernardo, consta no rol de averiguadas pelo MP. Conforme planilha apreendida, a empresa situada no Grande ABC pagou R$ 95,4 mil à quadrilha. Na lista, ela devia R$ 238,6 mil em imposto para o Paço e depositou apenas R$ 13,3 mil. Ao todo, 410 empreendimentos estão sob suspeita. O promotor de Justiça Roberto Bodini relata que a relação de empresas do ramo que contribuíram para a averiguação não passam de 20. “Há provas robustas de que quase todas pagaram irregularmente para o esquema.


 


Grande parte se beneficiou e outra (parcela) foi vítima de concussão, obrigadas. Mas apenas 5% confessaram pagamento”, alegou.


 


A MBigucci justificou, em outra oportunidade, por nota, “desconhecer qualquer irregularidade” em seus empreendimentos e afirmou que “cumpre com todas as obrigações fiscais e tributárias.”


Embora cada levantamento da lista de construtoras seja independente, para Bodini, o cerco deve se fechar dentro do período de um ano. “Espero que seja o mais rápido possível”, disse Bodini, ao acrescentar que, até agora, houve resgate de R$ 40 milhões em recolhimento, multa e juros. “Temos elementos de prova contra as empresas, de acordo com nomes lançados nos computadores (controle interno dos ex-agentes). É pouco crível que se envolvesse alguém sem ligação. E a cada providência devida, vamos pedir quebra de sigilo e outros mecanismos.”


 


Leiam também:


 


Até quando quadrilheiro Bigucci vai resistir no caso Marco Zero?


Leia mais matérias desta seção: Sociedade

Total de 1097 matérias | Página 1

21/01/2025 PAULINHO, PAULINHO, ESQUEÇA ESSE LIVRO!
20/01/2025 CELSO DANIEL NÃO ESTÁ MAIS AQUI
19/12/2024 CIDADANIA ANESTESIADA, CIDADANIA ESCRAVIZADA
12/12/2024 QUANTOS DECIDIRIAM DEIXAR SANTO ANDRÉ?
04/12/2024 DE CÃES DE ALUGUEL A BANDIDOS SOCIAIS
03/12/2024 MUITO CUIDADO COM OS VIGARISTAS SIMPÁTICOS
29/11/2024 TRÊS MULHERES CONTRA PAULINHO
19/11/2024 NOSSO SÉCULO XXI E A REALIDADE DE TURMAS
11/11/2024 GRANDE ABC DOS 17% DE FAVELADOS
08/11/2024 DUAS FACES DA REGIONALIDADE
05/11/2024 SUSTENTABILIDADE CONSTRANGEDORA
14/10/2024 Olivetto e Celso Daniel juntos após 22 anos
20/09/2024 O QUE VAI SER DE SANTO ANDRÉ?
18/09/2024 Eleições só confirmam sociedade em declínio
11/09/2024 Convidados especiais chegam de madrugada
19/08/2024 A DELICADEZA DE LIDAR COM A MORTE
16/08/2024 Klein x Klein: assinaturas agora são caso de Polícia
14/08/2024 Gataborralheirismo muito mais dramático
29/07/2024 DETROIT À BRASILEIRA PARA VOCÊ CONHECER