Fuçamos tanto que acabamos de descobrir que as mudanças metodológicas que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) promoveu no PIB (Produto Interno Bruto) beneficiaram fortemente o conjunto dos municípios da região. Tanto que, comparados aos 15 maiores municípios do Estado de São Paulo, com os quais formam o G-22, os sete locais registraram aumento de 12,41% ante 6,41%.
Por essa razão, quando o PIB dos Municípios de 2013 foi revelado, a expectativa de queda pelo terceiro ano consecutivo da região foi salva pelo aumento pífio de crescimento de 1,79%. São Bernardo, a maior economia da região, com 40% do PIB, foi quem mais ganhou ao obter acréscimo de 19,62%. Só ficou atrás de Paulínia, Mauá e Sumaré no G-22. A cidade da Região Metropolitana de Campinas teve o PIB aumentado em 80,98% em relação ao registrado com a aplicação da metodologia anterior, beneficiando-se, como Mauá, da alta produção de derivados químicos e petroquímicos.
O que fizemos para chegar à conclusão de que a região beneficiou-se do novo PIB foi simples: comparamos todos os números registrados pelo velho PIB em 2010 com o novo PIB do mesmo 2010. O impacto das mudanças metodológicas só pode ser comparado entre o velho PIB e o novo PIB porque o ano de 2010 é a marca de corte, o encontro das águas, entre o velho e o novo PIB.
Quase o dobro do G-15
A Província do Grande ABC representada no G-22 por sete municípios somou em 2010 o total de R$ 84.837.152 bilhões pela metodologia aplicada no velho PIB e saltou para R$ 95.363.205 bilhões com o novo PIB. A diferença significa acréscimo de 12,41%. Já todos os demais municípios do G-22, que estão na Região Metropolitana de São Paulo, no Litoral e no Interior do Estado, passaram de R$ 297.423.533 bilhões do velho PIB para R$ 316.501.271 bilhões do novo PIB – uma diferença de 6,41%.
O Estado de São Paulo também avançou menos com o novo PIB do que a Província do Grande ABC. No velho PIB os paulistas somaram ao final de 2010 o total de R$ 1.247.595 trilhão, enquanto pelo novo PIB, no mesmo ano, chegaram a R$ 1.294.649 trilhão – uma diferença de 3,77%.
A participação do PIB da região no PIB Paulista também foi impulsionada pela nova metodologia aplicada em 2010. Os mais de R$ 84 bilhões de geração de riqueza na região segundo a metodologia antiga representavam 6,8% do PIB Paulista, e passou para 7,36% com a nova metodologia. Um ganho de participação relativa de 8,23%.
O problema é que nos mais recentes números divulgados pelo IBGE, relativos a 2013, a participação estadual da Província do Grande ABC sofreu queda e passou a 6,72%, resultado do total de R$ 114.8333.210 bilhões divididos por R$ 1.708.122 trilhões do PIB Paulista.
Caindo pelas tabelas
Tudo porque os anos subsequentes a 2010 já medidos pelo IBGE apontaram queda da atividade econômica na região. E ainda não foram apurados os números de 2014 e, principalmente, de 2015, quando a atividade automotiva, carro-chefe da economia regional, sofreu forte abalo reducionista. Traduzindo: os ganhos relativos com a nova metodologia do PIB sacramentados em 2010 foram praticamente eliminados nos anos seguintes. Voltamos à estaca zero.
Não fosse a aplicação de nova metodologia pelo IBGE, o PIB Geral da Província do Grande ABC teria não só registrado o terceiro ano consecutivo de derrocada como poderia, também, ter sido um estouro com baixa de dois dígitos, situação que o levaria ao pior nível deste milênio.
Os dados comparativos entre o PIB de 2010 dos Municípios segundo a metodologia aposentada e os dados com nova roupagem métrica não deixam dúvidas de que os municípios mais industrializados foram beneficiados em maior proporção. As variações positivas mais largas foram registradas em São Bernardo, Jundiaí, Sorocaba, Taubaté, Paulínia, Sumaré e Mauá. Mas também constam da lista de municípios que mais avançaram os vizinhos Osasco e Barueri, que contam com rede imensa na área de serviços de logística e de tecnologia, além de financeira.
Os novos números de cada um
No quadro abaixo, apresentamos os valores do PIB dos municípios do G-22 em 2010 pela metodologia antiga, os valores de 2010 pela nova metodologia e a variação percentual entre uma pesquisa e outra:
1. Guarulhos contava com R$ 37.139404 bilhões e passou para R$ 36.796.447 bilhões – queda de 0,95%.
2. Campinas contava com R$ 36.688.629 bilhões e passou para R$ 36.686.377 bilhões – crescimento zero.
3. Osasco contava com R$ 36.389.080 bilhões e passou para R$ 45.140.281 bilhões – crescimento de 24,05%.
4. São Bernardo contava com R$ 35.578.586 bilhões e passou para R$ 42.559.739 bilhões – crescimento de 19,62%.
5. Barueri contava com R$ 27.752.428 bilhões e passou para R$ 31.893.775 bilhões – crescimento de 14,92%.
6. Santos contava com R$ 27.616.035 bilhões e passou para R$ 13.312.005 – queda de 15,49%.
7. São José dos Campos contava com R$ 24.117.146 bilhões e passou para R$ 25.796.747 – crescimento de 6,96%.
8. Jundiaí contava com R$ 20.124.600 bilhões e passou para R$ 23.855.396 -- crescimento de 18,54%.
9. Santo André contava com R$ 17.256.418 bilhões e passou para R$ 18.499.215 bilhões – crescimento de 7,20%.
10. Ribeirão Preto contava com R$ 17.004.019 bilhões e passou para R$ 17.544.632 bilhões – crescimento de 3,17%.
11. Sorocaba contava com R$16.127.236 bilhões e passou para R$ 18.670.200 bilhões – crescimento de 15,77%.
12. Diadema contava com R$ 11.254.523 bilhões e passou para R$ 10.931.728 bilhões—queda de 2,87%.
13. São Caetano contava com R$ 11.009.268 bilhões e passou para R$ 11.687.265 bilhões – crescimento de 6,16%.
14. Piracicaba contava com R$ 10.931.268 bilhões e passou para R$ 12.251.552 bilhões – crescimento de 12,07%.
15. Taubaté contava com R$ 9.778.529 bilhões e passou para R$ 11.825.635 bilhões – crescimento de 20,93%.
16. São José do Rio Preto contava com R$ 8.981.999 bilhões e passou para R$ 9.367.640 bilhões – crescimento de 4,38%.
17. Mogi das Cruzes contava com R$ 8.810.329 bilhões e passou para R$ 9.454.019 bilhões – crescimento de 7,31%.
18. Paulínia contava com R$ 8.114.787 bilhões e passou para R$ 14.685.207 bilhões – crescimento de 80,98%.
19. Sumaré contava com R$ 7.848.787 bilhões e passou para R$ 9.231.358 bilhões – crescimento de 17,62%.
20. Mauá contava com R$ 7.363.093 e passou para R$ 9.491.250 bilhões – crescimento de 28,92%.
21. Ribeirão Pires contava com R$ 1.888.931 milhão e passou para R$ 1.813.097 milhão – queda de 0,39%.
22. Rio Grande da Serra contava com R$ 487 milhões e passou para R$ 380.911 milhões – queda de 21,83%.
Total de 1894 matérias | Página 1
21/11/2024 QUARTO PIB DA METRÓPOLE?