O emprego industrial com carteira assinada, joia da coroa da Economia do Grande ABC, está praticamente congelado nos dois primeiros anos do terceiro mandato do presidente Lula da Silva. A comparação é com o estoque deixado no último ano do governo de Jair Bolsonaro que, por sua vez, recebeu uma bomba de Dilma Rousseff.
Já os empregos gerais da cadeia regional, que envolve as demais atividades, estão na zona de crescimento. O resumo da ópera é que o Grande ABC é cada vez menos industrial e, consequentemente, à falta de reposição de valor das demais atividades, consolida-se com território em permanente declínio econômico.
No balanço completo de 24 meses de mandato de Lula da Silva, o Grande ABC acumula crescimento de 4,83%% no estoque de empregos industriais registrados em dezembro de 2022, enquanto o estoque dos demais empregos – Construção Civil, Comércio e Serviços saltou mais -- 11,24%.
BOM NEGÓCIO OU NÃO?
Congelar emprego industrial no Grande ABC durante dois anos não é um mau negócio, mas também não é um negócio satisfatório. Afinal, o estoque sobre o qual se lançam avaliações do governo Lula da Silva não é dos mais satisfatórios, Está preso a dezembro de 2022, ou seja, no período posterior à maior recessão econômica da história regional.
Se o referencial dos dois últimos anos de Lula da Silva na Presidência da República fossem os números de dezembro de 2014, antes do segundo mandato de Dilma Rousseff ou mesmo depois do segundo mandato de Lula da Silva ou ainda mais, antes do governo Fernando Henrique Cardoso, a situação seria tenebrosa. Portanto, a disputa com Jair Bolsonaro é um bálsamo. O ex-presidente herdou uma bomba.
Entre janeiro de 2015 e dezembro de 2016, nos dois últimos anos do governo de Dilma Rousseff (ela foi impedida um pouco antes de dezembro de 2016, mas os efeitos nefastos da política econômica se estendeu no tempo) o Grande ABC perdeu 22% do PIB Geral, com forte influência do PIB Industrial.
No balanço dos números do emprego industrial do Grande ABC, em 2022, com Jair Bolsonaro, contávamos com estoque de 177.228 postos de trabalho do setor. Em 2024, com dois anos acumulados de Lula da Silva, o estoque do setor chegou a 186.236. Uma diferença positiva de 9.008 postos de trabalho. Isso significa uma melhora de 4,83%% no estoque. Nas demais atividades, o estoque de 2022 registrava 582.247 postos de trabalho. Já após os dois anos de Lula da Silva registrou 647.714. O crescimento relativa de 11,24% exclui o estoque de empregos industriais.
O conformismo em relação ao emprego industrial não é a melhor alternativa para enfrentar o conjunto da obra do Desenvolvimento Econômico regional. Não se deve, por esse prisma, desprezar dados do passado mais distante, sob pena de se entregar a rapadura motivacional. Por exemplo? Se a base de cálculo fosse o ano de 1994, quando o Grande ABC contava com 276.650 trabalhadores industriais, o déficit seria estrondoso. Então, nesse caso, esticando o período de comparação até dezembro do ano passado, o saldo negativo alcançaria 95.265 carteiras de trabalho da atividade industrial -- 34,43% do estoque de 1994..
Também poderia encurtar o período tendo agora como base o encerramento do segundo mandato do presidente Lula da Silva, quando o saldo de trabalhadores industriais no Grande ABC registrava 249.472 carteiras assinadas. Comparando com dezembro do ano passado, o passivo seria de 67.906, portanto maior que o contabilizado a partir do segundo mandato de Dilma Rousseff.
O setor industrial do Grande ABC contabiliza em 2024 exatamente 58.875 carteiras de trabalho decepadas desde janeiro de 2015, ou seja, antes da chegada de Jair Bolsonaro. Divida esse total, para efeitos referenciais, por 550 postos de trabalho que a Toyota fechou em São Bernardo recentemente. Deu quanto? Exatamente 107 vezes Toyota.
Embora as circunstâncias tenham e continuem sendo outras, porque não há as dores e as perdas do Coronavírus entre um governo e outro, o Grande ABC de dois anos de Lula da Silva acumula saldo de empregos em geral maior que os quatro anos de Jair Bolsonaro.
O balanço dos quatro anos de Bolsonaro apontou para a recuperação de 37% dos empregos com carteira assinada destruídos no governo da petista Dilma Rousseff. Jair Bolsonaro enfrentou a borrasca do Coronavírus que, na temporada de 2020, retirou 48.948 empregos formais do Grande ABC. Conseguiu chegar a 37.182 postos de trabalho como saldo positivo.
Anteriormente, nos dois anos destruidores de Dilma Rousseff, nada menos que 100.132 empregos formais foram eliminados. Após dois anos completos de Lula da Silva, o Grande ABC contabiliza saldo de 46.957 carteiras assinadas, sempre em relação ao saldo deixado por Jair Bolsonaro.
PIB DESCONHECIDO
O PIB dos Municípios Brasileiros de 2022, 2023 e 2024 ainda é desconhecido. Os dois primeiros foram prometidos pelo IBGE para janeiro passado, mas a crise na instituição atrasou o cronograma. Por isso, não é possível aferir o comportamento do PIB dos Municípios do Grande ABC nos anos seguintes a 2021.
É provável que houve crescimento, até porque o Brasil cresceu, mas também é possível que não seja no mesmo ritmo brasileiro. Afinal, o emprego industrial e a atividade industrial da região como um todo puxam a produção de riqueza. Se o emprego patina como patinou nos dois últimos anos de Lula da Silva no setor de transformação, o crescimento se deu principalmente na área de serviços. O problema é que esse setor é de baixo valor agregado na região.
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12/02/2025 DESEMPREGÔMETRO ABALA SÃO CAETANO