Economia

Em boa forma com
marcas regionais

ANDRE MARCEL DE LIMA - 10/02/2005

O Grande ABC do trabalho árduo e engravatado nas cadeias química, petroquímica, metalmecânica e automobilística ostenta faceta comportamental tão desconhecida como importante: reúne algumas das melhores e maiores academias de ginástica do País e, o que é mais importante — são marcas genuinamente locais. 

A região de 2,5 milhões de habitantes vista como periferia da Capital não se iguala ao epicentro econômico-financeiro da América do Sul, onde empresas como Companhia Atlética, Fórmula, Bioritmo, Reebok, Competition e Runner compõem a maior concentração de grifes do fitness do País. Mas, olhar acurado mostra que o berço de automóveis e de produtos petroquímicos não está atrás em matéria de opções à boa forma física. 

A falta de megaacademias paulistanas é satisfatoriamente compensada pela oferta de empreendimentos locais que não deixam nada a desejar em estrutura física, equipamentos e qualificação pessoal. E mais: diferentemente do massacre no comércio varejista, engolido por conglomerados de outras praças, o segmento fitness desenvolve personalidade própria e continua firme sob rédeas de empreendedores locais. Apenas a Runner ostenta uma filial na região. 

Vez da sofisticação 

Foi-se o tempo em que o cenário das academias era composto basicamente de barras, anilhas e alguns poucos equipamentos de musculação em ambiente sombrio. Em pleno século XXI, a fina-flor do setor envolve academias sofisticadas, requintadas e que demandam altíssimo investimento em equipamentos e instalações. 

Também ficou obsoleta a manjada dobradinha musculação-ginástica aeróbica. Para prosperar nesse mercado tão promissor quanto competitivo, academias precisam oferecer variedade de atividades físicas, além de serviços complementares que, à primeira vista, não fariam parte do negócio principal. 

Exemplo de empreendimento sintonizado às novas exigências é a Top Spin & Big Ball. Foram R$ 3 milhões desde a inauguração, em abril de 2004. Instalada na Avenida Piraporinha, em São Bernardo, a Top Spin é colosso de 29 mil metros quadrados que reúne quatro quadras de tênis de saibro, cinco campos de futebol society, duas piscinas, uma quadra de vôlei de areia, ampla academia de musculação dotada de equipamentos Reebok e da espanhola Gervarsport, além de várias salas de ginástica onde se praticam modalidades tão distintas quanto boxe e yoga. 

Mais que exercícios 

Alunos que desejam passar por tratamentos de beleza, cuidar dos pés ou adquirir tênis encontram a solução na Top Spin, que tem núcleo de conveniência com centro estético, podólogo e loja de artigos esportivos Reebok. Entre uma atividade física e outra é possível enviar e receber e-mails, já que a academia oferece acesso grátis à internet com dois terminais. 

Não ter com quem deixar filhos pequenos também não é problema, já que a academia conta com espaço planejado para entretenimento infantil enquanto os pais treinam. Sem contar área de estacionamento para 320 veículos. 

A localização em reduto historicamente industrial seria contra-indicada, mas os resultados colhidos pela Top Spin em menos de um ano justificam o investimento. São 1,2 mil alunos, além de 2,5 mil usuários assíduos dos campos de futebol society. “Os números superaram nossa expectativa” — comemora o sócio Maurício Ribeiro de Souza, à frente de 75 colaboradores entre funcionários e terceirizados. 

Locação antecipada 

Ele fornece informações adicionais para reforçar o sucesso da iniciativa: a locação antecipada dos campos de futebol society atinge 80%. A escolinha do Guarani, da qual a Big Ball é a única franqueada na Grande São Paulo, conta com 300 alunos. “Saúde e alimentação são as últimas áreas afetadas em tempos de crise financeira” — aposta Maurício Souza, que comanda a Top Spin com a mulher Cláudia, o filho Fábio, estudante de educação física, além do sócio Edson Lauriano e a mulher Silvana. 

O grau de sofisticação dessa importante vertente do terciário pode ser compreendido com o detalhamento de algumas opções no portfólio de atividades. No espaço batizado de clínica de tênis, iniciantes assistem à filmagem do próprio desempenho em quadra, a fim de corrigir movimentos e apurar fundamentos. As aulas de bike spinning, como são conhecidas as pedaladas coletivas em bicicletas especiais que se tornaram febre no universo fitness, são realizadas em espaço conhecido como studio-cycling. 

As 40 bicicletas são dispostas sobre piso inclinado que simula arquibancada. Dessa forma, os alunos das últimas fileiras não têm prejudicada a visão do instrutor. Além disso, equipamentos de som, imagem e iluminação garantem cenário estimulante que mescla cinema e danceteria. Alunos pedalam enquanto ouvem música ou assistem videoclipes no telão. 

Prodígio regional 

A Tem Esportes é outro prodígio regional do segmento em que a capacidade de fazer dinheiro — como dizem os norte-americanos — está diretamente relacionada à de vender saúde. São três unidades em São Bernardo e uma em Itu, Interior de São Paulo, que empregam 140 funcionários e contabilizam quatro mil alunos. 

Diferentemente da Top Spin, que vai comemorar o primeiro aniversário em abril, a Tem está entre as mais tradicionais ao lado da Podium, Estilo e Atlantis, todas de São Bernardo. Completou 20 anos desde a abertura da primeira unidade, no Rudge Ramos. Depois vieram as unidades do Bairro Paulicéia, criada há 15 anos, do Bairro Nova Petrópolis, há 10 anos, e a filial do Interior criada em 2002 no Plaza Shopping Itu. 

“Estamos analisando a possibilidade de abertura da quinta unidade, que pode ser dentro ou fora do Grande ABC” — antecipa a coordenadora técnica Camila Vendrami, filha dos fundadores Márcio Leonardo e Eliane Catarina Vendrami. 

Outras duas filhas também atuam no negócio: Bianca, administra, e Bruna, formada em educação física, é coordenadora-técnica da unidade de Itu. A unidade do Bairro Nova Petrópolis é a maior. São três mil metros quadrados de área construída em quatro pavimentos e 1,5 mil alunos. O prédio de vidros esverdeados é peça de marketing no charmoso bairro de classe média alta.

Investimentos constantes 

Investimentos constantes em modernização, oferta cósmica de atividades e atenção aos mínimos detalhes de atendimento formam o tripé de sustentação e crescimento em duas décadas. Cada esteira computadorizada da marca Life Fitness custa US$ 12 mil, preço de um carro zero quilômetro compacto. Como são 40 esteiras, ou 10 em cada unidade, só o investimento com esses equipamentos chega a US$ 480 mil, ou cerca de R$ 1,3 milhão. 

O preço elevado é justificado pela tecnologia. As esteiras atingem até 20 quilômetros por hora, possibilitam alto grau de inclinação para simulação de subidas e são dotadas de sistema de placas flutuantes, para absorção de impacto. 

O crescimento da corrida como prática esportiva é fenômeno comportamental que a Tem Esportes capitaliza na plenitude. Além de equipamentos de última geração, oferece aulas específicas com o maratonista Agnaldo Sampaio. Agnaldo é idealizador do método Run Tech, voltado ao aperfeiçoamento de gestos técnicos. Mas quem não é adepto de corrida encontra infinidade de opções, inclusive de pólo aquático. Preguiça de se locomover até a academia não serve como desculpa já que a Tem dispõe de dois microônibus para transportar os alunos. Basta ficar atento à programação do itinerário.  

Santo André competitiva

Não é por acaso que São Bernardo reúne as melhores, maiores e mais tradicionais academias do Grande ABC. Academias são verdadeiros oásis de qualidade de vida em meio à rotina estressante de escritórios e fábricas. É nas esteiras, piscinas, salas de ginástica e entre equipamentos de musculação que os alunos se preparam para mais um dia de trabalho ou oxigenam a mente depois do expediente. Nada mais natural, portanto, que ofertas do mercado fitness sejam mais generosas no Município que responde por 45% do PIB (Produto Interno Bruto) regional, além de acolher um terço dos 2,5 milhões de habitantes das sete cidades. 

Até porque — e esse é um detalhe importante para compreender as oportunidades e limites do setor — academias são reféns da lógica de vizinhança. A atratividade depende enormemente do contingente de potenciais alunos que vivem ou trabalham nas proximidades. Não faz sentido enfrentar o trânsito para cuidar da saúde e combater o estresse. Pelo contrário: academia é uma alternativa inteligente para fugir do trânsito. “Temos muitos alunos que moram em São Paulo, trabalham em São Bernardo e frequentam a academia durante o rush” — exemplifica Maurício de Souza, da Top Spin & Big Ball. 

São Bernardo ocupa o pódio regional, mas o crescimento do fitness se espalha pelo Grande ABC. Santo André serve de plataforma para o desenvolvimento da mais numerosa rede de academias de ginástica do Grande ABC — a Dynamic, com quatro unidades locais e uma em São Caetano. A primeira unidade foi criada no Bairro Barcelona, em São Caetano, em 1988. Na sequência vieram as unidades do Parque Jaçatuba, em 1989, Utinga, em 1993, Bairro Jardim, em 1995, e a da Vila Luzita, em 1999. “São 130 colaboradores e 2,8 mil alunos em programas de musculação, condicionamento físico e natação” — contabiliza o fundador Aílton Pereira. 

A trajetória da Dynamic foi pavimentada com foco bem definido. Enquanto muitos concorrentes carregam nos tons de requinte e sofisticação para seduzir os mais abastados, a Dynamic trilha o caminho da popularização com instalações franciscanas e preços ligeiramente reduzidos. “Procuro trabalhar com a base da pirâmide social, não com o público elitizado” — explica Aílton, versão de Samuel Klein do mercado de fitness. 

Concentração popular 

Assim como as Casas Bahia, a Dynamic baliza investimentos em indicadores de alta concentração populacional, não necessariamente de alta renda. “O que vale é a densidade demográfica” — observa. Cita como exemplo a região em torno da Vila Luzita, em Santo André, com 110 mil habitantes, maior que 90% dos municípios brasileiros.

Do mesmo modo que as Casas Bahia abriram as portas do consumo de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e móveis para milhões de brasileiros pobres, a Dynamic se julga responsável pela inserção de centenas de praticantes no universo das atividades físicas planejadas e monitoradas por profissionais de educação física. “Pessoas mais simples ficam constrangidas ao entrar em uma academia muito sofisticada, mas na Dynamic se sentem à vontade” — considera. 

O foco na simplicidade é reflexo da vida de Aílton Pereira. De família pobre, morou na periferia antes de se tornar um dos maiores empreendedores do fitness regional, sempre ao lado da mulher e sócia Izabel Zanuto. Surpreendentemente para quem associa êxito nos negócios a apurado senso de planejamento, a Dynamic surgiu sem grandes pretensões. 

Cansado de trabalhar sem intervalos e em turnos de revezamento em empresa do Pólo Petroquímico de Capuava, Aílton procurou negócio próprio que proporcionasse tempo livre. “Decidi entrar no ramo depois de conhecer uma pequena academia de natação que vivia cheia e que, apesar da alta demanda, não abria aos finais de semanas, férias e feriados. Era tudo que precisava, já que no comércio trabalharia tanto quanto empregado” — recorda.  

Runner é exceção

No vértice diametralmente oposto ao da Dynamic está a Runner, única das megaacademias de São Paulo com filial no Grande ABC, instalada desde dezembro de 2002 no Shopping ABC, em Santo André. Das 11 unidades da Runner, apenas a de Santo André e a de Guarulhos extrapolam os limites da Capital. As outras nove ocupam bairros nobres como Morumbi, Higienópolis, Moema e Jardim Paulista. “Nosso foco são os públicos A e B, que fazem questão de se sentir diferenciados” — define Samara Queiroz, gerente da unidade regional.

A Runner é disparadamente a maior cadeia de academias de ginástica do País. Com 21 anos, contabiliza 25 mil alunos e quase 300 funcionários, entre professores e instrutores. A unidade instalada no piso G1 do Shopping ABC tem três mil metros quadrados construídos, 21 profissionais de educação física e 1,5 mil alunos. O número é considerado satisfatório para pouco mais de dois anos de atividades, mas a gerente explica que a capacidade instalada é para três mil usuários. A intenção é conquistar pelo menos mais 500 matrículas. 

A Runner terá de malhar muito para aumentar o número de alunos porque a concorrência em Santo André é feroz. Além da Dynamic, que trafega em outra faixa, a paulistana enfrenta empresas locais como Bar Academia, na Vila Bastos, RN, a menos de mil metros do shopping, e Vital, no Bairro Jardim. Para vencer a batalha, a Runner lança mão de equipamentos de primeira linha e grade recheada de opções heterodoxas, como as runner boxe e rope training. 

A primeira é voltada para quem deseja conseguir condicionamento físico do boxe sem sofrer golpes. Em grupos, alunos utilizam luvas e atingem o saco de pancadas pendurado na sala de ginástica, mas não lutam entre si. Já o rope training é aula coletiva sobre variações na arte de pular corda.

Na veterana academia Bar Academia, há 11 anos na Vila Bastos, eventos voltados à socialização são a principal arma de combate. Os jogos de aniversário religiosamente a cada ano são olimpíada de entretenimento e confraternização. Alunos integram equipes uniformizadas e disputam diversas modalidades esportivas ao longo de duas semanas. O encerramento é marcado com churrascada no final de semana. 

Os momentos ficam para a posteridade por meio de fotos afixadas nas paredes. Além dos jogos, o Bar Academia procura entrosar os frequentadores com festas temáticas em barzinhos badalados. “Ambiente é essencial para a fidelização” — considera o sócio Silvano Piedade, à frente do negócio que começou com squash e agregou musculação, natação, artes marciais, yoga e várias modalidades de condicionamento físico.  

Primeiro-mundo

Os 140 mil habitantes de São Caetano encontram opções de boa forma à altura do status primeiro-mundista. Criada em setembro de 2003 no Bairro Barcelona, a poucos quarteirões de uma das unidades da Dynamic, a academia O2 figura como uma das grandes novidades do fitness regional ao lado da Top Spin & Big Ball, de São Bernardo. Consumiu investimento de R$ 3 milhões e chama atenção principalmente pela perfeição arquitetônica das instalações. 

O prédio de 1,6 mil metros quadrados verticalizado com mezaninos encanta pelo ambiente claro, ventilado e bem iluminado. O projeto foi concebido pelo arquiteto Pedro Zentulian, especializado em academias e responsável pela Body Action, do Ipiranga, entre outras. As paredes não obedecem ângulo de 90 graus, como as obras convencionais. São inclinadas e abertas nas laterais para conferir charme e favorecer a ventilação. 

O envidraçamento na cor cinza assume função estética e funcional. Dá ares de modernidade e facilita a passagem da luz natural. “Queríamos algo que valorizasse o terreno de 560 metros quadrados e conferisse aparência diferente de um caixote” — explica Cláudio Rosa, que dirige a O2 ao lado do irmão Celso Rosa e do sócio Roberto Osaki. A expectativa foi amplamente suplantada: a O2 se tornou uma das mais confortáveis academias do Grande ABC, à parte a beleza dos desenhos estruturais.

Aquisição de terreno, projeto e construção responderam por parte do investimento de R$ 3 milhões da O2. A outra parcela foi traduzida na aparelhagem. A O2 é uma das poucas academias em todo o Estado a utilizar a linha Hammer Strength da Life Fitness, que caracteriza o topo da marca norte-americana para aparelhos de musculação. Equipamento emborrachado parecido com teia de aranha gigante e que se destaca no cenário metálico, o Strechmate serve de apoio para alongamento do corpo inteiro. Representa evolução em relação ao recurso de madeira mais utilizado e conhecido como espaldar. 

As aulas de bike spinning na O2 são tão entusiasmantes quanto na Top Spin, já que também oferecem telão para exibição de videoclipes e cenários de trilhas enquanto os alunos aceleram o pedal. Mas nem o complexo de São Bernardo dispõe do paredão de escalada que vai da base até o topo do interior do prédio da O2. São oito metros de altura e ponto de inclinação negativa à disposição dos amantes dos esportes radicais.

Em poucas semanas o leque de musculação e diversas opções de condicionamento físico será ampliado com boxe. O subsolo utilizado como estacionamento vai ser substituído por ringue e saco de pancadas. A novidade promete engrossar o quadro de 750 alunos. A contagem exclui os vips que usufruem da estrutura gratuitamente, casos dos jogadores do São Caetano, nadadores e ciclistas de São Caetano. O escancaramento de portas a celebridades esportivas não é privilégio da O2. Muitas academias aderem à tática que confere credibilidade e proporciona frutos de marketing.

A O2 chegou para disputar mercado há muito conhecido pela Triathlon, outra veterana do fitness regional em operação desde 1984 na Vila Gerty. Quem passa pelo movimentado centro comercial da rua Visconde de Inhaúma não imagina a estrutura atrás da fachada relativamente estreita. São 3,5 mil metros quadrados de construção que incluem 28 esteiras e bicicletas, duas salas de musculação, uma de bike spinning, duas de ginástica, uma com tatame específica para prática de jiu-jitsu, quadra de squash, além de três piscinas, incluindo uma semi-olímpica. Tem também o Child Care para pais deixarem filhos pequenos, como na Top Spin e na Runner.

Piscinas, Child Care e boa parte da estrutura restante são resultados de obras mais recentes. “A estrutura foi praticamente duplicada há três anos” — explica a proprietária Magda Gomes Jussiani, que comanda o negócio fundado pelo irmão Homero Sérgio Gomes, ex-campeão sul-americano nos 400 metros com barreira. 

A Triathlon funciona em período mais estendido para dar conta de 1,2 mil alunos. Abre as seis da manhã e fecha à meia noite. Magda Jussiani não tem do que se queixar sobre o movimento, mas considera que no Grande ABC o setor não é tão valorizado quanto deveria. Ou, em outras palavras, as empresas pagam o ônus do Complexo de Gata Borralheira. “Em São Paulo, a estrutura da academia justificaria mensalidade de R$ 200,00, mas como estamos em São Caetano não podemos cobrar mais do que R$ 110,00” — explica.

Apesar da diferença em relação ao potencial financeiro dos melhores nacos da Capital, o mercado de academias cresce no Grande ABC basicamente porque é cada vez mais aguçada a percepção popular sobre os benefícios das atividades físicas. 

Equilibrar ingestão e queima de calorias com suporte de movimentação monitorada por profissionais é uma das melhores maneiras de prevenir obesidade e doenças como diabetes, pressão alta e problemas cardiovasculares. “Academias são válvula de escape neste mundo estressante” — considera Cláudio Rosa, da O2. “Muitos alunos começam a se exercitar motivados por recomendação médica” — atesta Magda Jussiani, da Triathlon. 

Em Mauá, o crescimento do setor é simbolizado pela Endurance Sports, inaugurada em junho de 2003 no Parque São Vicente, ao lado do Estádio Municipal. O prédio de mil metros quadrados foi construído especificamente para acolher piscina no pavimento térreo, recepção no primeiro piso, sala de musculação e lanchonete no segundo e, dentro de alguns meses, salas de ginástica no terceiro. Cerca de R$ 600 mil já foram investidos entre construção e montagem. “Procuramos aplicar a experiência em outras academias” — ressalta o proprietário e professor de educação física Edir Juarez, que comanda a empresa ao lado da mulher Mônica, educadora física e fisioterapeuta. 

A Endurance envolve 15 profissionais e conta com 350 alunos. Nada mal para negócio que nem completou o segundo aniversário. A novidade ampliou a oferta em Mauá, composta por marcas como Flex e Simpool, além da Gérson Dória, voltada ao levantamento de pesos e com matriz em Santo André. 

Em Ribeirão Pires, assim como em Mauá e Diadema, o mercado é majoritariamente composto de academias de porte menor. A maior pertence ao vice-prefeito e secretário de Saúde de Ribeirão Pires, Jorge Mitidiero. A Corpo & Alma tem cinco pavimentos de 220 metros quadrados cada e atende 350 alunos com musculação, artes marciais, yoga, natação e condicionamento físico. Agrega também a Oficina do Corpo, escola de dança que ocupa a totalidade de um dos pavimentos. 

Como médico especializado em ginecologia e estética, além de empresário do ramo, ninguém melhor do que Mitidiero para sintetizar as razões que levam cada vez mais gente às academias em franca expansão. “Que se movimentar faz bem para a saúde e melhora a aparência é algo já constatado, mas acho que o grande gancho das atividades físicas é o bem estar que traz aos praticantes”. 

Eles se tornam positivamente dependentes de substâncias liberadas pelo organismo como a serotonina, que combate a depressão, e não conseguem mais deixar de se exercitar. “O lado psicoemocional é o que conta mais para o boom das academias” — observa Mitidiero. “A atividade física é um marco na vida das pessoas. Quem pratica se transforma. Amplia a capacidade de superar desafios e consegue enfrentar com mais confiança as dificuldades inerentes aos ambientes estressantes” — completa.



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