Economia

Dilma consegue superar FHC
na queda do Valor Adicionado

DANIEL LIMA - 13/02/2017

Esses dados (e a consequente análise) são exclusivos desta revista digital. Trata-se do seguinte: os cinco dos seis anos de presidência de Dilma Rousseff não fizeram estrago monumental apenas no mercado de trabalho da região. O Valor Adicionado, como pode ser sintetizado a produção de riqueza no setor industrial e entorno imediato (uma espécie de pré-PIB), sofreu revés médio anual muito superior ao registrado pelo desastroso governo de Fernando Henrique Cardoso para a economia regional. Para ser mais preciso, Dilma derrubou a produção industrial da região quase três vezes mais que o registrado durante os oito anos do presidente Fernando Henrique Cardoso. E olhem que ainda faltam os dados do ano passado. 

O que parecia impossível acabou por ocorrer: apareceu alguém mais destrutivo que o tucano na economia regional. O efeito devastador da desindustrialização dos anos 1990 foi largamente superado pelo descontrole fiscal herdado do antecessor Lula da Silva e aprofundado por Dilma Rousseff. 

Fizemos os cálculos do comportamento do Valor Adicionado da região considerando os oito anos de dois mandados de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e os cinco anos completos de Dilma Rousseff (2011-2015). Ancoramos os resultados ao mesmo indexador, no caso o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Os dados são oficiais, da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Não estão contabilizados os resultados do Valor Adicionado de 2016, os quais serão conhecidos apenas em meados deste ano. Como a economia do País desandou, vai se aprofundar o desastre dilmista. 

Adotamos como medidor do confronto entre o tucano FHC e a petista Dilma Rousseff a comparação envolvendo o primeiro e o último ano atualizado dos respectivos mandatos. Fernando Henrique Cardoso provocou uma perda média anual de Valor Adicionado de 2,23%. Dilma Rousseff chegou a 5,57%. Quando se completar o ciclo da petista, com a inclusão dos resultados de 2016, a média anual negativa vai ganhar mais impulso. 

Quando Fernando Henrique Cardoso assumiu a presidência do Brasil em janeiro de 1995 o Valor Adicionado da Província do Grande ABC registrava R$ 16,032 bilhões, referentes ao fechamento da temporada anterior. Quando FHC deixou o cargo, em dezembro de 2002, o Valor Adicionado regional chegava a R$ 26.441 bilhões. Com a aplicação inflacionária indexada ao IPCA de 100,68% do período, o valor registrado em 1994 correspondia a R$ 32,173,02 bilhões. Ou seja: para que a Província do Grande ABC não perdesse nada na comparação das duas pontas do estudo, teria de ter registado aqueles pouco mais de R$ 32 bilhões. Houve um buraco de 17,81%. Quando esse resultado é dividido por oito anos de dois mandatos, a média anual de perda do Valor Adicionado é de 2,23%. 

Já com a presidente Dilma Rousseff a situação foi mais tenebrosa ainda. Nos cinco anos dos dois mandatos (sempre é bom lembrar que está a faltar 2016), a então presidente da República acumulou 28,87% de queda do Valor Adicionado, sempre comparando o primeiro ao quinto ano do período. A perda resulta de enfraquecimento médio anual de 5,77% . Trata-se da divisão do total acumulado em cinco temporadas dividido por cinco. Os originais R$ 30.593 bilhões registrados em 2010 por Lula da Silva viraram 69.324,569 bilhões ao final do quinto ano de governo de Dilma Rousseff. Para acompanhar a correção monetária com base na inflação registrada pelo IPCA, o Valor Adicionado de 2015 deveria chegar a R$ 97.463,411 bilhões. A inflação do período foi de 48,21%. A queda geral de 28,87% entre um extremo e outro corresponde à perda anual de 5,77%.  

Entre o que parecia ser um desastre insuperável – no caso o desempenho regional de Fernando Henrique Cardoso – entre um tucano e um petista, o que amenizou temporariamente a situação da Província do Grande ABC foi o governo populista e gastador de Lula da Silva, cujas consequências transbordaram a gestão de Dilma Rousseff e invadiram a seara de Michel Temer. Com Lula e seus dois mandatos, a Província do Grande ABC ganhou forte impulso no Valor Adicionado, sempre considerando o indexador do IPCA. Se com Fernando Henrique Cardoso o VA da região caiu em média 2,22% ao ano e com Dilma Rousseff caiu 5,77%, com Lula da Silva cresceu nada menos que 3,93% ao ano. 

Com o ex-metalúrgico que brotou como liderança na greves dos metalúrgicos de São Bernardo o Valor Adicionado da Província do Grande ABC passou de R$ 26.441 bilhões deixados por Fernando Henrique Cardoso ao final de 2002 e viraram R$ 60.462 bilhões em dezembro de 2010. Uma variação de 52,72%, sempre considerando a atualização dos respectivos valores pelo IPCA. Se não houvesse crescimento, o Valor Adicionado deixado por Fernando Henrique Cardoso em 2002 e atualizado monetariamente em dezembro de 2010 pelo IPCA de 56,68 chegaria a R$ 41.427.759 bilhões.  

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