São Caetano e Diadema estão em extremos opostos no ranking de rendimentos que separam ricos e pobres no G-22, o grupo dos 20 maiores municípios paulistas (sem contar a Capital), acrescentado de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que completam a Província do Grande ABC. Enquanto em São Caetano para cada residência de ricos (com rendimento médio superior a R$ 20 mil mensais) há 1,43 pobre e miserável, em Diadema, a proporção de ricos em relação a pobres (que recebem menos de R$ 700 por mês) é de um para cada grupo de 17,10 – ou 8,36 vezes mais.
Só nesta temporada a população considerada rica de São Caetano, que ocupa 7,1% das residências num total de 4.230 famílias, tem potencial de consumo de R$ 1.160.450 bilhão. Já os ricos de Diadema, que somam 1.990 residências ou 1,4% do total, podem consumir neste ano R$ 815.731 milhões. Os pobres de São Caetano ocupam 10,2% do total de residências ou 6.052 unidades e podem consumir este ano até R$ 162.231 milhões, enquanto os pobres de Diadema são 34.017 famílias (24,4% do total de residentes) cujo potencial de consumo neste ano é de R$ 915.525 milhões.
Os dados metabolizados por CapitalSocial têm a Consultoria IPC Marketing como fonte abastecedora. A empresa dirigida pelo pesquisador Marcos Pazzini é especializada em potencial de consumo e reúne números valiosos de diversas organizações do governo federal.
Histórico explica
O contraste entre São Caetano e Diadema no G-22 formulado por CapitalSocial é consequência natural da estrutura de ocupação social ao longo dos tempos. São Caetano é formada por descendentes de imigrantes sobretudo da Europa que desembarcaram na Região Metropolitana de São Paulo no começo do século passado. Já Diadema tem composição demográfica integrada sobretudo por migrantes do Norte e Nordeste, além de Minas Gerais, atraídos pela industrialização maciça. São Caetano e Diadema são pontos extremos também no campo político-partidário. A esquerda não tem vez em São Caetano, mas reinou no controle da Prefeitura de Diadema durante mais de três décadas com o PT e congêneres.
Com população 2,6 maior que São Caetano (417.842 contra 159. 589) as 139.394 famílias residentes em Diadema podem consumir nesta temporada R$ 9,107 bilhões, enquanto São Caetano alcançaria R$ 6,280 bilhões num total de 59.251 residências. Num confronto de média de consumo por família, o potencial de São Caetano é muito superior ao de Diadema: R$ 105.987 mil contra R$ 65.332 mil. Uma diferença de 38,35%.
Região versus demais
Não é por outra razão, entre muitas, que o preço do metro quadrado de imóvel em São Caetano é bastante superior à média de Diadema. Os ricos são uma parcela significativa da classe média e média-baixa majoritária em São Caetano. As classes média-média e média-alta representam 41,6% das residências em São Caetano. Em Diadema não passa de 22,6%.
No conjunto, ou seja, na soma de todos os municípios da Província do Grande ABC, a projeção é de que as famílias de classe rica (3,2% do total) podem gastar este ano R$ 10.297.091 bilhões de um total geral de R$ 72.690.835 bilhões – ou 18,5% de todos os recursos disponíveis. Os pobres e miseráveis (19,7% das residências) ficarão com 6,7% do valor geral, ou R$ 4.845.064 bilhões.
Os 15 municípios do Estado que completam o G-22 contam com números relativos um pouco superiores: 13,7% do total de consumo da temporada (R$ 227.057 bilhões) serão absorvidos por 93.313 famílias ricas (3,3%) de um total geral de 2.809.622 residências, enquanto 6,4% serão dos pobres que contam com 497.726 famílias, ou 17,7% do total. Ou seja: os integrantes do G-15 dentro do G-22 são ligeiramente superiores em número de ricos e ligeiramente inferiores em números de pobres e miseráveis. Há uma década as diferenças favoreciam a Província. O deslocamento do setor industrial ao Interior do Estado altera continuamente a configuração de renda da Região Metropolitana de São Paulo.
Santos na vice-liderança
Santos é quem mais se aproxima de São Caetano na disputa pela liderança do ranking que confronta contingentes de ricos e pobres. A capital do litoral paulista conta com uma moradia de família rica para cada 2,76 de famílias pobres. Os ricos de Santos ocupam 5,5% do total das moradias e vão consumir neste ano R$ 2.434 bilhões de um total previsto de R$ 15.726 bilhões. Há em Santos 164.294 domicílios que abrigam 434.640 moradores. Os pobres são 15,2% das residências, num total de 24.949 famílias.
Os municípios da Região Metropolitana de São Paulo que constam do ranking de ricos versus pobres do G-22 são os que apresentam resultados menos, por causa do crescimento demográfico acelerado ao longo de quatro décadas. Os números são francamente favoráveis aos municípios do Interior do Estado, que contam com a maioria dos integrantes do G-22.
Um exemplo pode ser retirado do confronto entre Campinas e a soma dos sete municípios da Província do Grande ABC. Sede de uma das regiões metropolitanas do Estado e detentora de população de 1.182.410 distribuída por 412.926 residências, Campinas conta com números mais favoráveis do que a região no confronto entre ricos e pobres. São 4,6% de ricos (19.111 famílias) contra 3,2% da Província (29.984 famílias) de um total de 937.646 residências e de população de 2.753.202 pessoas. Campinas abriga 18,1% de famílias consideradas pobres, contra 19,7% da Província.
A população de classe rica de Campinas vai consumir este ano R$ 6.251 bilhões, contra R$ 10.197 bilhões da Província. O potencial de consumo por família de classe rica de Campinas para esta temporada é de R$ 327,10 mil, enquanto na Província é de R$ 340,08 mil. Há em Campinas um rico para cada 3,92 famílias de classe pobre e miserável. Na região, a proporção é de um rico para cada grupo de 6,15 famílias pobres.
Os R$ 35.938 bilhões previstos para serem consumidos este ano em Campinas significam R$ 87,03 mil por família, enquanto na Província do Grande ABC os R$ 72.890 serão distribuídos por 937.646 famílias, média de R$ 73 mil. Ou seja: quando se consideram todas as classes sociais (além de ricos e pobres também classe média tradicional e classe média baixa) o potencial de consumo por família em Campinas é 10,68% superior ao da Província.
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