Promessa de solução para o trânsito caótico e mesmo para redução do Custo Brasil, o Rodoanel Metropolitano de São Paulo -- pista expressa com 160 quilômetros interligando 10 rodovias de acesso à Capital e passando por 19 Municípios -- chegará ao Grande ABC em 1999. Pouco antes do novo milênio, será aberta licitação para o Trecho Sul, segunda das quatro fases da obra, que passará pelas rodovias Anchieta (atrás do final do pátio da Volkswagen) e Imigrantes (junto à balança da Dersa, próximo ao Batistini).
Nessa época, já estarão em pleno vapor as obras do Trecho Oeste, o primeiro a sair do papel, que em 39 quilômetros ligará as rodovias Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castelo Branco, Anhanguera e Bandeirantes, com saída em Perus pela Estrada Velha de Campinas. O gigantismo do Rodoanel pode ser medido pelo investimento total, orçado em R$ 2,8 bilhões, e pelo prazo de conclusão -- se tudo correr bem, em 2.006 o tráfego estará 20% menor nas marginais Pinheiros e Tietê, hoje os principais elos entre Grande ABC, Capital e rodovias.
Estima-se que 300 mil veículos circularão diariamente pela via expressa quando estiver completamente pronta. Serão duas pistas com duas a cinco faixas de tráfego com velocidade de 100 quilômetros por hora. Após as regiões Oeste e Sul, será a vez do Trecho Leste entre rodovia Dutra e sistema Anchieta/Imigrantes, cruzando a rodovia Ayrton Senna. Por último, o Trecho Norte ligará rodovia Dutra a Perus com passagem pela Fernão Dias.
Segundo o superintendente de Gestão da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), Ulysses Carraro, a exemplo do que ocorreu na definição do traçado do Trecho Oeste, a passagem do Rodoanel pelo Grande ABC será discutida exaustivamente com a população. O primeiro debate da série está agendado para dia 10 deste mês e envolverá lideranças do Fórum da Cidadania.
Uma das preocupações é a questão ambiental, principalmente devido à grande presença de mananciais, que poderá ocasionar protestos de ecologistas. Carraro, contudo, descarta essa hipótese garantindo que o projeto não afetará a Represa Billings e muito menos adensará a população local. "A pista será elevada; portanto não prejudicará o volume de água" -- garante.
Mudança de perfil
Embora o traçado do Trecho Sul possa sofrer alterações após as discussões comunitárias e estudo do impacto ambiental, que será concluído no próximo ano, Carraro já possui uma certeza: o Rodoanel mudará o perfil do sistema Anchieta/Imigrantes. Isso porque aliviará o tráfego na primeira e aumentará o movimento na segunda devido à maior capacidade de veículos por hora.
A etapa que inclui a região consumirá recursos previstos em R$ 646 milhões e terá 40 quilômetros de extensão. Já as fases Leste e Norte custarão, respectivamente, R$ 720 milhões e R$ 976 milhões. Apesar de ter os maiores carregamento, adensamento urbano e concentração de atividades econômicas, por isso deu o ponta-pé de largada, o Trecho Oeste é o de menor custo: R$ 494 milhões. Os recursos serão injetados pelos governos estadual e federal e Prefeitura de São Paulo. Apenas o primeiro trecho não será alvo de investimentos da iniciativa privada, pois a dificuldade para viabilizar financiamentos imediatos poderia atrasar o início das obras.
Além da diminuição do combustível desperdiçado, da poluição e dos constantes engarrafamentos, o Rodoanel promete mais vantagens para o parque produtivo. Uma delas será facilitar a ligação rodoviária com outras formas de transporte. A obra interligará cinco ferrovias, facilitará o acesso ao Porto de Santos e, ainda, promoverá integração com o corredor do Mercosul. Tantos benefícios geram expectativa de redução do Custo Brasil e Custo ABC, esperada principalmente devido à redução dos preços dos fretes porque o transporte ficará mais fácil e econômico.
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