Ainda é possível às empresas do Grande ABC fazer parte de levantamento inédito que a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) prepara sobre a economia do Estado de São Paulo. Dos 8,6 mil questionários distribuídos na região, cerca de 10% ainda não foram recolhidos. A expectativa é zerar essa diferença até meados deste mês para que a Paep (Pesquisa da Atividade Econômica Paulista), como foi batizada, comece a ser tabulada e tenha os primeiros resultados divulgados em setembro próximo. No Estado de São Paulo, o índice de não-retorno é de 18%.
A Paep é definida pelo diretor executivo do Seade, Pedro Paulo Martoni Branco, como verdadeira tomografia socioeconômica do Estado brasileiro que mais produz e, portanto, maior alvo das mudanças provocadas pela globalização. Cerca de 40 mil empresas paulistas estão no raio de ação do levantamento e o Grande ABC, por encomenda do Consórcio Intermunicipal de Prefeitos, terá o perfil mais esmiuçado por meio de pesquisa censitária, não por amostragem como o Seade realiza em outras regiões. No caso, o Grande ABC foi destacado da Região Metropolitana de São Paulo.
O objetivo da Paep é ter disponível ampla e atualizada base de dados sobre a economia paulista, já que o último censo econômico data de 1985. Além de informações básicas como receita, custos e pessoal ocupado -- todas de caráter sigiloso -- a pesquisa pretende detectar movimentos provocados pela nova ordem econômica e processos empresariais mais modernos. Níveis de produtividade, capacitação tecnológica, investimentos, organização da mão-de-obra e até busca de novas localizações geográficas estão sendo capturados pelo censo. O objetivo é, depois, atualizá-lo periodicamente.
Segundo Virgínia Ribeiro, da Assessoria de Imprensa da Fundação Seade, os 10% de retorno de informação que ainda faltavam ao final de maio no Grande ABC podem estar relacionados a empresas que fecharam ou saíram da região. Essas empresas estão voltando a ser visitadas pelos pesquisadores, que estão nas ruas desde setembro do ano passado. Também as que deixaram de responder perguntas importantes no contexto da pesquisa serão recontactadas, informa Virgínia.
A amostra especial para a região permitirá que o Grande ABC conheça o seu todo e as partes, já que cada Município terá condições de estabelecer estratégias de planejamento, identificando prioridades e comparando-se com outras localidades no Estado, informa o diretor de Produção de Dados do Seade, Luiz Henrique Proença Soares. O censo estará disponível para o parque empresarial, Poderes Públicos, outras entidades de pesquisa e organismos de classe. Será uma das âncoras da Agência Regional de Desenvolvimento, que cuidará do marketing e das estratégias para retomar o crescimento do Grande ABC.
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