Imprensa

Um forrobodó que
dá bons resultados

DA REDAÇÃO - 05/03/1999

O maior prazer de completar o nono aniversário deste inédito produto editorial -- um veículo regional voltado para a economia, mas sensível aos movimentos sociais -- está na consagração do perfil de seriedade, responsabilidade, independência e inovações. Um coquetel que, convenhamos, poderia ser batizado de doidice. Afinal, não é mais viável conseguir o sucesso fácil, quase instantâneo, das Tiazinhas e dos Ratinhos de fórmulas (?) de audiência e tiragens mirabolantes? O sensacionalismo, o grotesco, o fast-food editorial e eletrônico, tudo isso é matéria-prima que sobra na mídia, como não poderia deixar de ocorrer num País de analfabetos convencionais e funcionais. Mas insistimos em fazer produto de qualidade, de compromisso com o amanhã sem rabo preso com o ontem.

Por isso, cada nova edição é motivo para festas. O crescimento contínuo que registramos há muitos anos é a resposta dos leitores que distingue o sério do rocambolesco, o agudo do anedótico, o corajoso do compassivo. Sem falsa modéstia, sabemos o espaço que nos reservará a história da Imprensa regional como referência de abordagens profundas, certeiras, contundentes. O tempo passa e cada vez mais nossos textos se consagram. Sabem por quê? Simples: não estamos nestas páginas necessariamente para criticar, do mesmo modo que nos mantemos distantes do coro de bajuladores.

Mais não escreveremos sobre os nove anos porque aí na frente os leitores vão encontrar retrospectiva de parte dos trabalhos que nos envaidecem e nos obrigam a apurar cada vez mais as baterias, porque quem foge das baboseiras dos iletrados e dos incultos cobra mais e mais avanços editoriais.

Esta edição está recheada de atrações. A começar pela Reportagem de Capa. Quem Disse Que o Futuro Não Está Aqui? é espécie de consagração do nosso estilo de produzir jornalismo. Fernando Tadeu Perez, o principal profissional de Recursos Humanos neste momento no País, repete uma boa notícia -- a Volkswagen não vai deixar o Grande ABC --, mas anuncia a novidade do quanto o que chama de complexo industrial substituirá a obsolescência pela modernidade, a arteriosclerose estrutural pela flexibilidade logística.

Muitos cases também constam desta edição. Casos, por exemplo, da OPP Polietilenos, da Papaiz, da Probus, do Primeiro de Maio Futebol Clube, só para citar alguns. Convidamos os leitores a acompanhá-los com todo empenho, porque são os últimos de uma grande leva de potenciais concorrentes ao Prêmio Desempenho Empresarial. Temos também as colunas temáticas, reportagens diversas e tantas outras atrações.

Brincadeiras, palavrões, piadinhas, até alguns quebra-paus nós produzimos também, como esses programas e publicações apelativos. A diferença é que todo esse forrobodó que eventualmente assusta quem não tem a cultura desta organização se limita aos bastidores, onde prevalece permanente exercício de introduzir modernos conceitos de administração sem que se precise cometer o equívoco de abafar com burocratismo um ambiente de gente descontraída, participativa, atrevida até. No dia em que cair no conto do vigário dos almofadinhas que adoram adotar regras funcionais, que brandem divisas castrenses, no dia em que esta instituição trocar a emotividade pela frieza, a inventividade pelos manuais, será melhor fechar as portas.