Economia

Levamos uma surra
e o Interior avança

DANIEL LIMA - 05/11/2003

Um desastre. Essa é a definição mais apropriada para o desempenho da economia da Grande São Paulo, fortemente influenciada pelo esvaziamento industrial do Grande ABC, no período entre janeiro de 1996 e dezembro de 2002. A Grande São Paulo viu desaparecer R$ 15,9 bilhões de sua indústria de transformação, como é definido o Valor Adicionado, e sentiu um tombo de R$ 46,1 bilhões no Índice de Potencial de Consumo -- que mede a capacidade de gasto da população com produtos e serviços. R$ 46,1 bilhões representam praticamente o potencial de consumo previsto para este ano nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina juntos. 


 


A Baixada Santista e o Grande ABC protagonizam o principal contraste do desenvolvimento econômico das três regiões metropolitanas formais e das duas microrregiões mais importantes do Estado de São Paulo. Composta de nove municípios liderados por Santos, a Baixada Santista teve o Valor Adicionado aumentado em 29,4%. O Índice de Potencial de Consumo caiu 9,8% em consequência da desvalorização do real e da perda generalizada de renda dos brasileiros. Já o Grande ABC, atingido fortemente pela abertura comercial dos anos 90 e sobretudo pela descentralização da produção automotiva, desmoronou 31,3% na transformação industrial e 25,5% no potencial consumo.


 


Esses e outros resultados fazem parte de mais um estudo inédito do IEME (Instituto de Estudos Metropolitanos) em parceria com a Target Marketing e Pesquisas, empresa paulistana comandada pelo engenheiro e pesquisador Marcos Pazzini. A Região Metropolitana de São Paulo de 39 municípios apresentou resultados menos dramáticos que os do Grande ABC, com queda de 25,9% no potencial de consumo e 10,2% no Valor Adicionado. Quando excluído o Grande ABC, o que reduz a RMSP a 32 cidades, os resultados são menos tensos: a metrópole sem o ABC perdeu 26% em Potencial de Consumo e apenas 3,3% em Valor Adicionado.


 


A Região Metropolitana de Campinas, formada por 19 municípios e cuja população de 2,450 milhões equivale a pouco mais que o Grande ABC, apresenta resultados menos satisfatórios que os da Baixada Santista: o potencial de consumo da Grande Campinas mergulhou 13,4%, enquanto a riqueza de transformação industrial subiu 26,6%. A microrregião de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, com oito municípios, aparece com números parecidos: o produto de transformação industrial avançou 29,2% e o potencial de consumo caiu 14,1%. Completando os estudos, o IEME detectou que a microrregião de Sorocaba, de 15 municípios, reduziu em 6,3% o potencial de consumo, enquanto o Valor Adicionado praticamente estacionou, com queda de 0,4%.


 


Complementaridade importante


 


A decisão do Instituto de Estudos Metropolitanos de vasculhar os 100 municípios que controlam mais de dois terços do processo industrial do Estado mais rico da Federação e de associar os números ao Índice de Potencial de Consumo também predominante nesses mesmos municípios decorre da complementaridade entre os dois indicadores.


 


A avaliação do comportamento dos municípios sob o ângulo produtivo não assegura compreensão sistêmica das relações entre as corporações e a comunidade. Afinal, há fortes oscilações para mais e para menos entre a riqueza gerada que se espalha internamente nos municípios mais beneficiados pela transformação industrial e a condição econômica e financeira dos habitantes.


 


Em muitos casos o Valor Adicionado não assegura o fortalecimento interno do potencial de consumo de produtos e serviços.  Entre outras razões está o fato de o Valor Adicionado incorporar ganhos de produtividade movidos a investimentos em tecnologia, processos e qualificação da mão-de-obra, fermento que reduz o quadro de trabalhadores e abate o potencial de consumo de forma mais contundente. Vide o comportamento da indústria paulista em setembro, quando cresceu 6% sobre agosto, mas o pessoal ocupado caiu 0,2%.


 


O que se transformou em realidade indisfarçável é que a Região Metropolitana de São Paulo e o Grande ABC em particular se tornaram espécie de zonas cinzentas de desenvolvimento econômico, com consequências sociais que as estatísticas de criminalidade escancaram. A transferência de plantas industriais em direção principalmente às regiões de Campinas, São José dos Campos e Sorocaba solidifica a tendência de a Grande São Paulo ganhar roupagem mais expressiva de prestação de serviços. Como as atividades do setor terciário da RMSP não são exatamente de valor agregado, exceto em uma gama de atividades seletivamente reluzentes na Capital, o desenho de rebaixamento salarial formal e informal entre os empregados e desempregados industriais ganha tiragens recordes e afeta duramente o potencial de consumo.


 


Convite ao desespero


 


A importância do Valor Adicionado para as contas públicas é um convite ao desespero dos administradores municipais que perderam a corrida desenvolvimentista entre a segunda metade dos anos 90 e os dois primeiros anos do novo século. A linha de produção de granulados petroquímicos que ganham forma de pára-choques  (esse é basicamente o conceito de Valor Adicionado) define 76% do repasse do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) às prefeituras. Ou seja: a diferença entre a matéria-prima e o produto acabado. Quanto maior a participação de cada município na transformação industrial, mais benefícios financeiros terá no bolo de distribuição do ICMS arrecadado pelo governo do Estado.


 


Por isso, são uma catástrofe os 31,3% de Valor Adicionado que se escafederam das fábricas instaladas no Grande ABC entre janeiro de 1996 e dezembro de 2002. Não é a toa que nesse mesmo período Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra sofreram rebaixamento de R$ 420 milhões nas receitas do ICMS, numa comparação ponta a ponta. Dependente em demasia de montadoras e autopeças, o Grande ABC sofreu demais com a abertura econômica intempestiva do País combinada com os custos locacionais de uma industrialização mais antiga.


 


Em 1995 o Grande ABC contabilizava R$ 17,6 bilhões de Valor Adicionado. Corrigido pela inflação do período, de 118,68% pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) da Fundação Getúlio Vargas, esse montante teria de representar R$ 38,5 bilhões nos 12 meses de 2002 completados em dezembro. Mas em dezembro do ano passado o Grande ABC acumulava no período de 12 meses apenas R$ 26,4 bilhões de VA. A diferença negativa de R$ 12,1 bilhões equivale à soma do Valor Adicionado de Guarulhos (R$ 11,4 bilhões) e de Itapecerica da Serra (R$ 714,8 milhões). Ou a 76% das perdas registradas por toda a Região Metropolitana de São Paulo.


 


Depois de São Bernardo, quem mais perdeu individualmente em números absolutos foi a Capital, com baixa de R$ 4,1 bilhões de Valor Adicionado no período de sete anos.  Barueri, Cajamar, Carapicuíba, Francisco Morato, Franco da Rocha, Itapecerica da Serra, Itaquaquecetuba, Jandira, Pirapora de Bom Jesus, Santana de Parnaíba e São Lourenço da Serra ultrapassaram a barreira de 30% de crescimento no Valor Adicionado. Esses municípios e outros da Região Metropolitana de São Paulo que avançaram mais modestamente explicitam um roteiro suplementar da fuga de indústrias e de investimentos produtivos da Capital, Guarulhos e Grande ABC: em vez de se instalarem na chamada Grande São Paulo expandida -- as regiões de Campinas, São José dos Campos e Sorocaba --, preferiram a proximidade da Capital. Quando novos números surgirem, o trecho oeste do Rodoanel deve reforçar o efeito minimizador da sedução do Interior.


 


Campinas diferente


 


A Região Metropolitana de Campinas, composta de 19 municípios e com população de 2,4  milhões de pessoas equivalente à do Grande ABC, registrou nos sete anos pesquisados pelo IEME e pela Target comportamento diametralmente oposto. Enquanto o Valor Adicionado do Grande ABC em 1995 atingia em termos reais, considerada a inflação, R$ 38,4 bilhões (nominalmente eram R$ 17,6 bilhões), o VA da RM de Campinas não passava de atualizados R$ 29,5 bilhões (ou R$ 13,5 bilhões em valores nominais). Uma diferença de 23,17% em favor do Grande ABC. Sete anos depois, a RM de Campinas ultrapassou o Grande ABC: R$ 37,4 bilhões contra R$ 26,4 bilhões -- ou seja, 29,41% de vantagem.


 


Esses números não surpreendem quem acompanhou no período o roteiro de esvaziamento industrial do Grande ABC diante da transferência de plantas produtivas e também dos novos investimentos em direção ao Interior mais próximo. Nem o fato de Campinas ter sofrido duros reveses industriais, baixando o Valor Adicionado do período em 27,8%, atrapalhou o adensamento produtivo da região metropolitana que comanda. Os custos locacionais e operacionais de Campinas estão redirecionando os investimentos industriais para seu entorno. 


 


No mesmo período o Valor Adicionado de Engenheiro Coelho cresceu 109,2%, Hortolândia avançou 35,2%, Itatiba subiu 39,8%, Jaguariúna saltou 159,4% e Paulínia 129,1%, entre os municípios que mais se destacaram. O crescimento médio de 26,6 % do Valor Adicionado na RM de Campinas acrescentou à estrutura industrial local R$ 7,8 bilhões em termos reais. Mais da metade do que o Grande ABC perdeu no período. 


 


Enquanto a RM de São Paulo acumulou perda do Valor Adicionado entre 21 dos 39 municípios (ou 54% do total) e a RM de Campinas registrou apenas seis entre os 19 endereços municipais com queda no mesmo vetor (32%), a Baixada Santista só contou com dois casos de quebra de crescimento: Santos perdeu 1,7% e São Vicente 18,4%. O maior crescimento relativo é de Bertioga, com 81,5% no período. Os R$ 9,9 bilhões de Valor Adicionado que a Baixada Santista registrava em valores atualizados em dezembro de 1995 representavam apenas 25,71% da transformação de riqueza industrial do Grande ABC. Sete anos depois, a RMBS alcançava R$ 12,8 bilhões, ou 48,48% dos R$ 26,4 bilhões dos sete municípios da região.


 


Grande São José avança


 


A microrregião de São José dos Campos, integrada também por Caçapava, Igaratá, Jacareí, Pindamonhangaba, Santa Branca, Taubaté e Tremembé, saltou 29,2% na produção industrial. Com metade da população do Grande ABC e da Grande Campinas e praticamente igual à microrregião de Sorocaba, os municípios pesquisados do Vale do Paraíba deram salto de 29,2% na produção industrial e praticamente empataram o jogo em números absolutos com o Grande ABC. Foram R$ 22,9 bilhões registrados em 2002, contra atualizados R$ 17,7 bilhões de 1995. Muito além da ascendente indústria aeronáutica ancorada na Embraer e de fornecedores que acrescentam níveis de nacionalização a peças e acessórios, a micorregião de São José dos Campos conta com economia diversificada e mais resistente aos solavancos macroeconômicos.


 


Completando as áreas analisadas na indústria de transformação, a microrregião de Sorocaba praticamente se manteve estável no período. Os R$ 9,5 bilhões atualizados pelo IGP-M e que correspondem ao deflacionamento dos R$ 4,3 bilhões nominais de 1995 praticamente foram alcançados na temporada de 2002, quando se chegou a R$ 9,4 bilhões. A diferença negativa de 0,4% é irrelevante. Alumínio, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Cabreúva, Capela do Alto, Iperó, Mairinque, Salto de Pirapora e Sarapui viram seus números ascenderem, enquanto Itu, Porto Feliz, Salto de Pirapora, São Roque, Sorocaba e Votorantim perderam terreno. A produção da microrregião de Sorocaba equivale a 25% do acumulado pela RM de Campinas, a 73% da Baixada Santista, 41% da microrregião de São José dos Campos e 35% do Grande ABC. 


 


À falta de dados nacionais sobre Valor Adicionado, o desempenho dos municípios e regiões fica restrito ao âmbito paulista. Por isso as oscilações têm valor relativo, mas nem por isso menos importante. Internamente, infra-Estado, São Paulo manteve praticamente inalterada a produção industrial entre janeiro de 1996 e dezembro de 2002. Em 1995, sempre com atualização monetária, os paulistas registraram R$ 303,3 bilhões de Valor Adicionado. Desse total, R$ 222,6 bilhões, ou 73,40%, foram contabilizados pelas cinco regiões pesquisadas.


 


Já em 2002 o Valor Adicionado chegou a R$ 309,4 bilhões, 2% acima dos números atualizados de 1995. A participação da Grande São Paulo, da Baixada Santista, da RM de Campinas e das microrregiões de São José dos Campos e de Sorocaba alcançou R$ 222,6 bilhões, ou 72% de todo o Estado de São Paulo. Por região, a Grande São Paulo caiu de 58,4% para 52,9%, a Baixada Santista saltou de 3,8% para 4,3%, a RM de Campinas passou de 6,6% para 7%, a microrregião de Sorocaba de 2,5% para 2,8% e a microrregião de São José dos Campos de 3,2% para 3,3%. O Grande ABC, isoladamente da Grande São Paulo, caiu de 7,3% para 6,6%.


 


Taboão ainda pior


 


Só Taboão da Serra perdeu em termos relativos mais potencial de consumo nos sete anos pesquisados pelo IEME e pela Target do que a Capital paulista na Região Metropolitana de São Paulo. Entretanto, dadas as dimensões que as caracterizam, a cidade de São Paulo é insuperável no afrouxamento da capacidade de acompanhar o ritmo de consumo em produtos e serviços. Dos R$ 46,1 bilhões que desapareceram dos rendimentos da população da Grande São Paulo entre janeiro de 1996 e dezembro de 2002, R$ 36,2 bilhões eram amealhados pelos paulistanos. Como o que poderia ser chamado de PIB de consumo de São Paulo ao final de 2002, prospectado pela Target, alcançava R$ 87,1 bilhões, a queda relativa é de 29,4%. Mais que a média do Grande ABC, de 25,5%.


 


Dos 39 municípios da RM de São Paulo, 18 elevaram o potencial de consumo durante o período pesquisado. Como são economias menos pujantes, esse desempenho apenas atenuou o tamanho da rachadura. O Grande ABC viu sua população perder R$ 5,6 bilhões -- algo como o potencial de consumo deste ano projetado para o Distrito Federal.  Guarulhos registrou queda de R$ 1,7 bilhão (21,3%)  e Osasco de R$ 1,2 bilhão (22,9%).


 


A tomografia que resulta do cruzamento de dados entre Valor Adicionado e potencial de consumo dos principais municípios da Região Metropolitana de São Paulo é clara: a produção em queda do setor industrial afeta sobremodo o bolso dos trabalhadores e de seus dependentes. Mesmo a cidade de São Paulo, que teve o tônus produtivo rebaixado em apenas 5,3%, sofreu queda acentuada no potencial de consumo -- de 29,4%. Como se explica esse distanciamento se em casos análogos envolvendo municípios do Grande ABC a equação é inversa, ou seja, há maior vazamento do índice de Valor Adicionado do que de potencial de consumo?


 


A melhor resposta, além da produtividade industrial sob pressão da abertura econômica, é que São Paulo sofreu menos as dores da internacionalização da economia porque tem matrizes industriais mais diversificadas. Por outro lado, teve implementadas medidas de contenção de custos salariais e de enxugamento dos quadros corporativos que se refletiram na degringolada consumista.


 


Na Baixada Santista, a queda de 9,8% do Índice de Potencial de Consumo detectada nos sete anos pesquisados se concentrou nos três principais municípios, com saldo negativo regional de R$ 1,1 bilhão. Cubatão perdeu R$ 53,3 milhões, Santos R$ 1,1 bilhão e São Vicente R$ 605 milhões. Menos mal que outros seis municípios conseguiram avançar, com destaque para Praia Grande, com R$ 165 milhões. Em termos relativos, quem mais evoluiu foi Bertioga, que imprimiu velocidade de 161,3% no potencial de consumo, saindo em 1995 de atualizados R$ 67,6 milhões para R$ 176,8 milhões sete anos depois. Ou seja: a geoeconomia de Bertioga ganhou R$ 109,1 milhões para consumo em produtos e serviços. No conjunto, a Baixada Santista contava em 2002 com R$ 10,6 bilhões de potencial de consumo, contra atualizados R$ 11,7 bilhões de 1995.


 


Salto de Hortolândia


 


Hortolândia deu o maior salto relativo na Região Metropolitana de Campinas, em contraste com Sumaré, que apresentou a maior queda no potencial de consumo. A RM de Campinas contava em 1995, em valores atualizados, com R$ 20,2 bilhões em potencial de consumo, contra R$ 17,5 bilhões de 2002. Hortolândia ganhou R$ 273,8 milhões (49,4%), enquanto Sumaré perdeu R$ 440,4 milhões (28,8%). Sumaré superou até a capital metropolitana Campinas, que caiu 22,4%, ou, em valores monetários, R$ 2,5 bilhões. Em valores absolutos quem mais somou pontos na região de Campinas foi Hortolândia: acrescentou R$ 273,7 milhões para gastar em produtos e serviços de seus moradores ao sair de atualizados R$ 554 milhões em 1995 para R$ 827,8 milhões.


 


A microrregião de Sorocaba perdeu 6,3% de potencial de consumo no período. Registrava R$ 7,5 bilhões atualizados em dezembro de 1995 e chegou a R$ 7 bilhões em 2002. Foram R$ 4,6 milhões a menos. Influenciaram nessa performance os R$ 251,9 milhões perdidos por Sorocaba, os R$ 110,9 milhões de São Roque e os R$ 175 milhões de Mairinque. Mas Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Cabreúva, Capela do Alto, Iperó e Itu compensaram em parte, ao lado de Porto Feliz, Salto de Pirapora e Sarapui.


 


A microrregião de São José dos Campos perdeu o dobro da microrregião de Sorocaba em valores relativos. Os 14,1% de quebra do potencial de consumo significam R$ 1,3 bilhão a menos de dinheiro para ser gasto com produtos e serviços. Em valores atualizados, a Grande São José dos Campos contava com R$ 9,7 bilhões disponíveis para consumir em 1995, contra R$ 8,3 bilhões de 2002. Os 16,7% que São José dos Campos viu escorrer pelos dedos da redução da massa de consumo atingem R$ 814,2 milhões. Jacareí perdeu R$ 230,4 milhões, Pindamonhangaba R$ 122,8 milhões, Taubaté R$ 76,1 milhões, Tremembé R$ 76,2 milhões e Caçapava R$ 55,6 milhões. Só Igaratá e Santa Branca escaparam de resultado negativo, mas com baixíssima influência no resultado final. 


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