A expectativa do início das atividades do Ciap (Centro de Informação e Apoio à Tecnologia do Plástico) ganha contornos mais reais com processo de seleção dos cinco primeiros profissionais encarregados de dar a partida em projeto aguardado há pelo menos três anos. Se tudo correr dentro do previsto, até o final do ano as micro e pequenas empresas do setor plástico contarão com o apoio de pólo de inteligência fundamental para dar suporte de informação setorial e tecnológica à cadeia produtiva capaz de diminuir a extrema dependência regional do setor automotivo. Apesar do atraso, a ação é particularmente importante porque está entre as poucas iniciativas de desenvolvimento econômico que fogem da ação pontual de uma única Prefeitura.
O fato de a Fundação Santo André ser a gestora do projeto imprime toque de regionalidade ao Ciap ainda insuficiente para garantir o sucesso da empreitada. Depois da disputa explícita entre Mauá e Diadema pela sede do Centro e da efetiva participação do secretário de Desenvolvimento e Ação Regional de Santo André, Jeroen Klink, para acelerar o acordo com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia), o modelo precisa produzir resultados de curto prazo para garantir auto-sustentabilidade.
Os R$ 257 mil liberados pela Finep são suficientes apenas para a arrancada inicial estimada em dois anos. “A expectativa de que os primeiros resultados apareçam daqui a seis meses é real” -- aposta o integrante do Conselho Gestor do Ciap, Marcos Cesar Lopes Barros. A previsão baseia-se no fato de que o processo seletivo do auxiliar técnico, dos especialistas em TI (Tecnologia da Informação) e de Informação Tecnológica, do bibliotecário e do Gestor de Informações já estão em fase de conclusão. Esses funcionários serão responsáveis por colocar em prática a decisão do Conselho Gestor de disponibilizar em tempo real tudo o que for coletado para compor o banco de dados.
Duas frentes
O planejamento do Centro de Informação e Apoio à Tecnologia do Plástico prevê duas frentes. A primeira é sistematizar informações sobre a cadeia produtiva capazes de auxiliar a tomada de decisões de mercado. A outra compreende núcleo de difusão tecnológica compatível com as necessidades de modernização dos pequenos produtores. Assim, os atendidos poderão ter acesso a informações globalizadas relativas a pesquisa e desenvolvimento ou receber orientação sobre prestadores de serviços capacitados para atender demandas específicas do setor. “A identificação das dificuldades enfrentadas por cada empresa é a parte mais complexa da pesquisa. No entanto, torna-se imprescindível para atingir o alvo do projeto” -- entende Marcos Cesar Lopes Barros.
A declaração ganha tom de relevância porque está diretamente ligada à capacidade de sinergia de todos os envolvidos no Ciap. Por isso, quanto mais a universidade transformar teoria em matéria-prima de valor agregado para o pequeno empresário, maiores as possibilidades de colocar esse time no seleto bloco dos que têm acesso ao capital intelectual que raramente gravita fora das grandes corporações. E também mais oportunidades de colocar o Ciap no caminho da sustentabilidade econômica.
Além da Fundação Santo André, participam do projeto a Agência de Desenvolvimento Econômico e o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), mas nenhuma das três instituições assumiu o compromisso de colocar recursos próprios no Centro, o que deixa implícita a necessidade de pleitear verbas externas ao final da primeira fase.
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