Sociedade

Uma entidade para humanizar
mercado imobiliário? Tomara

DANIEL LIMA - 29/10/2015

Construtores e incorporadores com atuação na Província do Grande ABC reúnem-se amanhã em almoço num restaurante chique de Santo André. Eles pretendem colocar em prática o que se tem mantido apenas nos sonhos, para não dizer pesadelos: acabar com a farra do boi no setor imobiliário. A arremetida promete acabar com a desordem institucional da atividade na região. Já passou da hora. E quem deve comemorar a possibilidade de novos tempos é a sociedade. Que a nova instituição não decepcione. Todos só terão a ganhar quando a regra do jogo for bem distinta da regra do jogo da televisão, a qual reflete muitos nichos do nosso cotidiano.


 


Sugeriria aos participantes que não querem ver Milton Bigucci nem pelas costas que, ao final do almoço, assinem um manifesto e o encaminhem ao titular da 3ª Vara Criminal de Santo André.


 


O documento poderia simplesmente dizer algo mais ou menos nestes termos: “Nos reunimos para dar à região uma entidade que não temos, porque aquela que pressupostamente nos representa é a antítese do que esperamos não só como empreendedores do setor, mas também como cidadãos com responsabilidade social”.


 


Façam isso e tenho certeza que o juiz em questão, que me condenou porque escrevi e continuo a escrever que o Clube dos Especuladores Imobiliários de Milton Bigucci é uma entidade mequetrefe, entre outros adjetivos qualificativos, certamente absorverá a realidade dos fatos e dará mais valor às análises de um jornalista experiente do que a dois empregados daquela entidade que viraram óbvios e suspeitíssimos defensores de Milton Bigucci. 


 


Tabuleiro de cidadania


 


O Judiciário é uma peça importantíssima no tabuleiro de cidadania, mas não pode ser vítima de jogadas desenhadas nos bastidores de instituições como o Clube dos Especuladores Imobiliários para censurar jornalista que escreve sobre um conjunto de situações da vida regional.


 


É claro que a sugestão aos empresários que vão estar juntos nesta sexta-feira é uma brincadeira. Jamais solicitei a quem quer que seja que se deslocasse ao Judiciário para me defender. Preservo minhas fontes de informações da mesma forma que detesto colocar terceiros em situação de risco. Sim, porque reunir testemunhas para dizer o óbvio, que o Clube dos Especuladores Imobiliários é de uma inutilidade sem tamanho, além de nicho de alguns empresários que se beneficiam da institucionalidade para se aproximar do Poder Público em situação de vantagem, não é minha praia.


 


Judiciário que prefere dar ouvidos a testemunhas viciadas a acreditar num profissional de 50 anos de atividades não é um Judiciário que a sociedade espera. E olhem que nem estou avocando o direito à liberdade de expressão, que é constitucional. Dizer que a entidade de Milton Bigucci é mequetrefe, ou seja, sem importância, não é e jamais seria ofensa a ser reparada. É uma constatação crítica a ser respeitada, porque incontestável.


 


Importância social


 


Torço muito para que a provável nova instituição que defenderá os interesses do setor imobiliário não perca jamais o foco da importância social da atividade. Repetir a dose nefasta de um Clube dos Especuladores Imobiliários seria elevar ainda mais os decibéis de insensibilidade às demandas por qualidade de vida que a sociedade regional exige, embora seja omissa em mobilizações.


 


A liderança por um uso e ocupação do solo menos abusivo e muito mais adequado ao futuro cabe, portanto, aos empreendedores que não querem qualquer proximidade com o Clube dos Especuladores Imobiliários.


 


Nem se não houvesse se metido em várias lambanças criminais, como o da Máfia do ISS na Capital e a roubalheira acobertada pela Administração Luiz Marinho no caso do empreendimento Marco Zero, Milton Bigucci não teria de lastimar outra ação senão a reação, embora demorada, dos empreendedores que desejam ver o setor longe da inércia e de favoritismos.


 


Sei que sei que a audiência desta revista digital junto à classe dos empreendedores imobiliários é enorme. As informações me chegam com regularidade. O movimento das pedras dos empreendedores que querem inaugurar novos tempos do setor resulta de informações que obtenho com fontes que estão no campo de batalha.


 


Força aos pequenos


 


A uma dessas fontes sugeri e fui atendido de imediato: que os pequenos empreendedores do setor em Santo André sejam acoplados ao movimento e participem ativamente em parceria com os médios e grandes, porque, dessa forma, as arestas empresariais poderão ser eliminadas e o foco em benefício de todos, e da população em geral, ganhará intensidade jamais vista. O mercado imobiliário precisa ser transparente na relação com a sociedade. A obscuridade do mandato eterno de Milton Bigucci, retratada na recusa permanente de responder a entrevistas desta revista digital, precisa ser desalojada do ambiente regional.


 


O incremento dos pequenos construtores na nova instituição deveria ganhar nova plataforma de atuação. Quem sabe, as demais cidades da região deixem de discriminar a categoria, democratizando o empreendedorismo de uma atividade cuja demanda incentivada principalmente por fatores demográficos sugere que eventuais crises seguirão um roteiro apenas cíclico, não estrutural.


 


Que a nova entidade que pinta na tela da regionalidade tenha como um dos faróis aos novos tempos a proposta que elaboramos há quatro e que foi desprezada pelo Clube dos Especuladores Imobiliários porque, afinal, trata-se mesmo do Clube dos Especuladores Imobiliários.


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