Com nova diretoria -- depois de duas décadas sob o comando do empresário Milton Bigucci -- o Clube dos Construtores e Incorporadores do Grande ABC (Acigabc) prepara as bases de uma revolução institucional que deverá influenciar decididamente as entidades sociais, econômicas e públicas locais. O presidente Marcus Santaguita e dirigentes eleitos no final do ano passado estão preparando uma chuva de mudanças que deverá irrigar a cidadania regional ao longo dos próximos dois anos de mandato. Não há notícia mais alvissareira para a Província do Grande ABC do que as perspectivas de bases sólidas que o Clube dos Construtores delineou antes do Carnaval e que ganhará forma nos próximos meses.
Por questão estratégica o presidente Marcus Santaguita e companheiros de diretoria preferem manter em segredo as iniciativas que já se estão desenrolando em forma de preparativos. A densidade das propostas se avoluma na medida em que o setor de construção civil vive situação complexa com a crise econômica que atinge o País.
Marcus Santaguita considera que a mobilização da categoria se dará com maior intensidade durante o período de recessão. Não existiria momento melhor para mudanças e novidades do que sob a pressão de custos e retração de investimentos e lucratividade. Grandes crises, grandes transformações não é um mote qualquer segundo o mundo econômico sempre pronto a surpreender.
Mais que corporativismo
Ninguém vai perder por esperar o que o Clube dos Construtores pretende anunciar nos próximos tempos. Há iniciativas inéditas no forno, as quais não estarão restritas ao âmbito corporativo, ou seja, da classe propriamente dita. Há projetos que irão ao encontro dos anseios da sociedade como um todo.
Existe entre os dirigentes que assumiram a diretoria do Clube dos Construtores e Incorporadores (entidade que também abrange imobiliárias e fornecedores em geral do setor) a certeza de que o futuro da Província do Grande ABC passa pelas iniciativas da entidade como referenciais às demais associações de classe, tanto de empresários quanto de trabalhadores, além da comunidade.
Quem conhece o perfil deste jornalista sabe que o passado reproduzido no presente insistentemente sabotador do futuro me leva a tomar todos os cuidados possíveis com notícias de potencial anabolizador para seduzir o distinto público. Por isso, o peso de afirmar como estou afirmando que o Clube dos Construtores será diferente do passado e motivador de novas empreitadas de instituições diversas não me preocupação. Estou convicto de que muitas demandas do empresariado voltado ao setor de construção civil e também à sociedade em geral serão atendidas. As primeiras medidas abrirão as porteiras a novos tempos.
Só não se pode esperar que os novos tempos sejam necessariamente imediatos. A perspectiva é de que os avanços serão graduais e atingirão num primeiro movimento a história do Clube dos Construtores. Em seguida, metabolizada a nova configuração associativa, novas incursões, agora de cunho menos corporativista, serão implantadas com menos dificuldade.
Ação coletiva
Parece algo irrelevante, mas basta uma olhada no site do Clube dos Construtores para constatar a diferença entre o passado ainda recentemente enterrado e o presente recentemente plantado: no quadro reservado aos dirigentes, já não está mais solitário e imponente a figura do presidente, mas sim uma distribuição espacial igualitária de todos os diretores e respectivas fotos.
O simbolismo de equipe é o ponto crucial do conceito diretivo do presidente Marcus Santaguita. Foi assim, aliás, que reuniu esses mesmos empreendedores na chapa que não precisou disputar eleição no Clube dos Construtores. Não haveria resistência de eventuais pretendentes.
Será muito difícil e improvável que o Clube dos Construtores atinja o limite da expectativa deste jornalista que nos últimos anos sugeriu série de políticas diretivas para incrementar o setor na região. Mas é praticamente garantido que um grupo de propostas de muito impacto junto aos associados e à sociedade em geral será gerado durante o mandato do presidente Marcus Santaguita. Nada melhor para construir uma cadeia de valores às temporadas seguintes.
Participação em massa
Tudo isso conta com uma razão simples: há uma vontade coletiva dos dirigentes em mostrar a força da entidade. Tanto há que a primeira reunião dos novos representantes do setor imobiliário da região, semana passada, contou com a participação de 16 dos 18 integrantes da diretoria. Isso em pleno mês de férias. Não se espera nada diferente no segundo encontro, nos próximos dias.
Fico imaginando os bons fluídos institucionais que o Clube dos Construtores provocará com iniciativas programáticas que ganharão corpo e alma. É muito pouco provável que a quase totalidade de organizações sociais da região mantenha o congelamento de muitos anos.
Será um choque térmico que despertará a região de um sono profundo e alheio às desventuras econômicas e sociais que reduzem a riqueza regional principalmente na forma de desaceleração permanente da mobilidade social. Ascender à classe média de verdade na região se tornou realidade muito aquém do que se registra no País. Perdemos capacidade de transformar proletariado em classe média porque, entre outros motivos, o setor industrial sofre os percalços de erros cumulativos na condução de politicas internas.
O Clube dos Construtores do Grande ABC não fará milagres, mas as informações que saltam de seus dirigentes não deixam dúvidas sobre o futuro que já começou: o passado será motivo de desdém quando as primeiras medidas forem retiradas do forno organizacional.
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21/01/2025 PAULINHO, PAULINHO, ESQUEÇA ESSE LIVRO!