A Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas do Centro Universitário Fundação Santo André completa meio século em 20 de maio próximo. Ex-alunos, professores e universitários preparam espaços na agenda para as comemorações que, segundo o diretor Carlos Vieira, prometem fazer de 2004 um ano diferenciado para a Faeco. Como toda balzaquiana que se preze, não faltam motivos para festejar 50 anos: são cerca de 3,5 mil alunos e perspectiva de atingir cinco mil em 2005. O número aumenta a cada ano com abertura de turmas e lançamento de cursos. O mais recente é o curso de relações internacionais, que terá a primeira turma este ano. No portfólio da Faeco ainda estão habilitações em ciências econômicas, ciências contábeis, administração hospitalar e administração com especializações em administração mercadológica, recursos humanos, sistemas, financeira e negócios internacionais.
Para perceber como a faculdade cresceu ao longo dos anos basta voltar no tempo e ler o documento de justificativa para criação da então Faculdade Municipal de Ciências Econômicas de Santo André. No papel amarelado do início da década de 50 uma frase chama atenção. A instituição seria ferramenta para impedir que alunos de Santo André procurassem a Capital para estudar.
"O número de estudantes é o mais interessante. Não mais que 100 alunos deixavam Santo André para ir até São Paulo estudar, algo irrisório para os parâmetros atuais" -- relembra Carlos Vieira.
A Faeco surgiu em 1954 com autorização assinada pelo então presidente da República Getúlio Vargas. A instituição formou a primeira turma em 1957 com 12 alunos. Em 2003 foram cerca de 400. No balanço de 50 anos mais de 5,8 mil bacharelados saíram pelas portas da faculdade.
A credibilidade dos cursos da instituição pode ser conferida pelos conceitos do provão do MEC (Ministério da Educação). Administração e ciências contábeis são nota A desde a primeira edição da avaliação, embora faltassem algumas arestas a aparar. O curso de administração, por exemplo, conseguiu conceito A na avaliação dos alunos. Mas instalações, estrutura e corpo docente deixavam a desejar. "Iniciamos força tarefa para suprir alguns buracos, como a necessidade de docentes titulados" -- explica o diretor.
Sem perder tempo, a instituição procurou melhorar as condições das salas e incentivar os professores a iniciar processos de titulação. Na primeira avaliação eram cerca de 50 professores e apenas cinco dispunham de mestrado e doutorado. Hoje são 88 professores e 60 estão na lista de titulados. "Importante dizer que não houve substituição de professores. Dos 50 que estavam na faculdade em 1996, a maioria continua e pelo menos 30 já estão titulados" -- revela Carlos Vieira, que foi aluno da Faeco nos cursos de ciências econômicas e contabilidade, é formado em direito e tem mestrado pela PUC-SP.
A não substituição também tinha outra razão. Grande parte dos professores não possuía titulações porque foi contratada pelo currículo profissional. É filosofia da Faeco formar bons profissionais para o mercado de trabalho, e não acadêmicos e pesquisadores. "Lógico que a titulação é importante. Mas não descartamos professores que tenham bom histórico profissional. Mesclamos professores com experiência de mercado e os acadêmicos. E conseguimos como resultado ótimos profissionais saindo da Faeco" -- assegura o diretor.
Estagiários, urgente
O número de formandos com espaço garantido no mercado de trabalho serve para endossar a afirmação do diretor Carlos Vieira de que a faculdade forma bons profissionais. "Quase 100% dos alunos terminam a faculdade com emprego e durante o curso são muitas as ofertas de estágios" -- agrega.
Para ilustrar a quantidade de empresas que procuram por alunos da Faeco, Carlos Vieira aponta para o quadro de avisos de estágios colocado em frente à secretaria. O quadro inicialmente não tinha proteção. Os alunos costumavam ler os recados das empresas e arrancar os papéis para evitar concorrência.
A solução, então, foi colocar uma proteção de vidro. Não foi preciso muito tempo para perceber que os avisos não cabiam no quadro. "Como os alunos antes tiravam os papéis, nunca percebemos a verdadeira quantidade de empresas que abriam vagas para formandos da Faeco. A nova solução foi criar uma coordenadoria que intermediasse a relação entre estudantes e empresas" -- completa Carlos Vieira.
A Coordenadoria de Empregos e Estágios foi criada no sentido inverso do que é feito na maioria das instituições de Ensino Superior. São as empresas que procuram a faculdade e a coordenadoria vai atrás dos alunos.
Outra ferramenta para diminuir a distância entre experiência profissional e meio acadêmico é a Faeco Jr. Como uma empresa, a Faeco Jr. desenvolve serviços com apoio dos alunos e serve como fonte de conhecimentos e canal para chegarem aos postos de trabalho. "Muitas empresas aproveitam alunos que fizeram algum trabalho pela Faeco Jr. Até porque, conhecem a capacidade dos estudantes sem a necessidade da contratação. É a competência que atrai os empresários" -- confia Carlos Vieira.
Exemplo de oferta de vagas para os cursos da Faculdade de Ciências Econômicas e Administração está no curso de administração hospitalar. A Prefeitura de Santo André está colocando à disposição 200 vagas na rede pública de saúde. Além disso, o Hospital Santa Catarina, na Capital, abriu 20 vagas de estágio para alunos da Faeco. Ou seja, são 220 vagas para 280 alunos que cursam administração hospitalar na Faeco.
50 anos
As comemorações dos 50 anos estão programadas para o início das aulas. Carlos Vieira ainda esconde as surpresas, mas antecipa que ex-alunos, professores e estudantes terão agenda repleta de atividades como encontros e palestras.
Ex-alunos ganharam de presente a Associação dos Ex-alunos da Faeco. A idéia é conseguir contato com todos que passaram pela instituição e ocupam espaço no mercado. O benefício fica por conta de quem ainda está com os livros embaixo do braço. "Ex-alunos que hoje são empresários podem trazer conhecimentos sobre novos caminhos para quem procura colocação. São ações como essas, aparentemente informais, que aumentam as possibilidades de nossos alunos estarem no horizonte de trabalho" -- acentua Carlos Vieira, ao citar nomes que passaram pela faculdade e alcançaram destaque profissional como o presidente da Coop, Antônio José Monte, o presidente do Conselho Regional de Contabilidade, Luiz Carlos Vaini, e o autor do concorrido livro acadêmico Introdução à Economia, Paschoal Rosseti.
A Faeco soma 56 turmas divididas nos períodos da manhã, vespertino e noturno. Ainda neste ano será aumentado o número de salas de aulas no espaço do colégio da Fundação Santo André que está sendo desocupado. Mais seis salas estarão à disposição, além das 27 utilizadas. A cada ano entram pelas portas da instituição por meio do vestibular 1.260 alunos. A evasão é baixa, de 3% em média, o que faz a diretoria projetar aproximadamente cinco mil alunos em 2005 circulando pelos corredores da faculdade. Desses, 80% são moradores do Grande ABC.
Nem as greves de alunos para redução do aumento das mensalidades no final do ano passado abalaram as expectativas positivas. "É a prova do reconhecimento da qualidade dos cursos e da importância que a instituição tem para a região" -- acredita Carlos Vieira. A Faeco compõe ao lado da Fafil (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras) e da Faeng (Faculdade de Engenharia Celso Daniel) o Centro Universitário Fundação Santo André, entidade autônoma e sem fins lucrativos. A Prefeitura participa com membros no conselho diretor e conselho fiscal ao lado de representantes eleitos pela sociedade civil e comunidade acadêmica.
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21/01/2025 PAULINHO, PAULINHO, ESQUEÇA ESSE LIVRO!