A reprodução do texto da newsletter Capital Digital Online hoje evoca a cobertura do Diário do Grande ABC nas eleições de 2004. Foi um trabalho extremamente cansativo para todos — mas que lavou a alma igualmente de todos. A cobertura das eleições envolveu também o que chamamos de Sabatina Diário, uma série de debates com os candidatos a prefeito nos sete municípios do Grande ABC e que mereceu uma edição especial, que consta de meus arquivos. Boa leitura.
Grande ABC, quarta-feira, 03 de novembro de 2004
Cobertura das eleições muito
melhor que de quatro anos atrás
Com todas as dificuldades materiais, com todas as limitações profissionais e com toda a sobrecarga de uma jornada que se iniciou há muito tempo, demos show de cobertura no segundo turno das eleições no Grande ABC. Solicitei cópias aos arquivos do jornal da cobertura do segundo turno de 2000, quando a Redação contava com muito mais gente, e o que encontramos, indubitavelmente, é uma melhoria acentuada sob todos os pontos de vista.
O que isso significa? Significa que estamos no rumo certo quando elegemos algumas prioridades. Mas sabemos também que isso nos tem custado muito caro. Há um nítido cansaço dos profissionais de Redação sobre os quais pesam maiores responsabilidades. Estamos numericamente fragilizados em relação ao ano 2000, quando a Redação contava com 60% a mais de profissionais. Mas isso não nos tem tirado da rota da recuperação do jornal.
Todos sabem que aponto severas restrições à qualidade de nosso produto. Ainda temos muito o que avançar. Mas também é inegável que um grupo de profissionais vem dando suporte à recuperação, à custa de muito empenho, de muita dedicação.
Não entrarei em detalhes técnico-editoriais para consubstanciar a interpretação de que fomos muito melhor na cobertura das eleições de 2004 com menos profissionais do que em 2000, com muitos profissionais. Aqueles que passaram por aqui e que não puderam participar dessa guinada não devem se sentir ofendidos. Eles faziam parte de uma metodologia que não conferia às eleições no Grande ABC a prioridade que dedicamos. Faltavam-lhe diretrizes, conceitos. Basta ler o material no arquivo.
O ângulo problemático dessa avaliação é que, mesmo com falhas, mesmo com buracos, o que realizamos ao longo dos dois últimos meses de campanha eleitoral parametrizará nossa atuação em todas as temáticas.
Sabemos que há um custo pessoal excessivo sobre vários profissionais, mas isso será devidamente reavaliado. O fato é que não podemos retroceder. E para isso somente a homogeneidade conceitual nos dará produtividade.
Para completar, e para não deixar pedra sobre pedra de dúvida sobre o assunto: há alguns cães de aluguel que ladram nas cercanias do jornal mas que, mesmo tendo estado por esta Redação inclusive no ano 2000, não conseguiram produzir nada de relevante que se pudesse comparar com o que foi apresentado nesta temporada. São os velhos arrivistas de sempre que esquecem de algo elementar em jornalismo: os arquivos são o testemunho de quem trabalha e de quem só faz marola. E de marolas estamos cheios.
CONTEXTUALIZANDO
Diferentemente da maioria, que prefere murmurinhos nas escadarias, nos guetos departamentais, sempre joguei limpo e sinceramente com os colaboradores do Diário do Grande ABC. Quando no texto desta edição de Capital Digital Online me referia a um grupo de profissionais de linha de frente, queria dizer que o jornal contava com percentual de profissionais gabaritados que, em função das exigências da direção de Redação, sacrificava-se igualmente. A maioria deles já deixou a empresa.
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