Regionalidade

São Caetano é a
melhor do Estado

MALU MARCOCCIA - 05/01/2004

Mesmo com tropeços em duas áreas sensíveis como  gerenciamento financeiro e criminalidade, São Caetano terminou a temporada de 2003 como campeã do IGC (Índice Geral de Competitividade) preparado de forma inédita pelo IEME (Instituto de Estudos Metropolitanos). O macroindicador capta realidades históricas nas áreas econômica, financeira, criminal e social do G-55, o grupo dos 55 municípios economicamente mais importantes do Estado de São Paulo.

 

Da lista dos 20 primeiros colocados em competitividade, apenas quatro municípios estão na Região Metropolitana de São Paulo e um na Baixada Santista. Os demais se concentram no Interior, para onde tem-se dirigido a maior parte dos investimentos industriais no Estado.

 

São Caetano conseguiu 65,33 dos 100 pontos possíveis no Índice Geral de Competitividade, contra 58,42% de Santos, segunda colocada. Pela ordem, até o 10º lugar, classificaram-se: Campinas, São Paulo, Americana, Jundiaí, São Bernardo, Indaiatuba e Araras. Cubatão, na Baixada Santista, ficou no fim da fila dos 10 melhores no IGC. Antes vieram, em ordem decrescente, São Sebastião, Guarujá, Praia Grande, Embu, Itaquaquecetuba, Hortolândia, Taboão da Serra, Sumaré e Mogi-Guaçu.  

 

Dois dos quatro macroindicadores que compõem o Índice Geral de Competitividade definiram a vantagem de São Caetano: o Município do Grande ABC ficou em primeiro lugar no IDEE (Índice de Desenvolvimento Econômico Equilibrado) e no IDS (Índice de Desenvolvimento Social). O IDEE é formado por cinco quesitos: Valor Adicionado, Potencial de Consumo, ISS (Imposto Sobre Serviços), IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) e Inclusão Digital. Já o IDS reúne dados sobre pobreza, desigualdade de renda, escolaridade e alfabetização.

 

Mesmo o 47º lugar no IEM (Índice de Eficiência Municipal) não retirou São Caetano da liderança. O IEM mede a qualidade da gestão financeira de cada Município com base nos gastos com o Executivo e com o Legislativo e também a arrecadação do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). No Índice de Criminalidade (homicídios, roubos e furtos diversos e roubos e furtos de veículos) São Caetano classificou-se em 10º lugar entre os 55 municípios.

 

Cinco cidades do Grande ABC estão no G-55 pesquisado pelo IEME. Depois de São Caetano, a melhor colocação é de São Bernardo, em 8º lugar. Santo André ficou em 15º, Diadema em 42º e Mauá em 45º. O ranking do IGC não surpreende os conselheiros do IEME, instituição criada no Grande ABC e que reúne jornalistas, advogados, tributaristas, educadores e consultores empresariais, entre outros. Com os pesos ponderados dos dois vetores econômicos (IDEE e IEM) acumulando 70% de influência no resultado final, nada mais lógico que vários pólos interioranos saltarem na classificação.

 

Entretanto, o índice final não facilita a vida dos municípios que se apresentam prevalecentemente como fortes pólos econômicos. Paulínia, por exemplo, maior recebedora de repasses do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e segunda colocada no IDEE, caiu para 17º lugar na classificação final. Ribeirão Preto também despencou depois de chegar em 8º lugar no IDEE: posiciona-se em 19º no IGC. 

 

Atualização

 

O conceito adotado pelo IEME para definir a essência do Índice Geral de Competitividade não está necessariamente anexado ao momento de cada Município pesquisado, mas principalmente ao histórico conjunto de dados. Por enquanto, são 15 indicadores subdivididos entre os quatro macrotemas sobre os quais se constrói o Índice Geral de Competitividade, mas já há sinalização de que haverá enxertos de novos vetores, além de atualização permanente. O IGC passará a ser divulgado ao final de cada quinzena a partir deste janeiro.

 

Para Marcos Pazzini, diretor da Target Marketing e Pesquisas, empresa parceira do Instituto de Estudos Metropolitanos, os números condensados no Índice Geral de Competitividade mostram a importância do ineditismo estatístico preparado para auxiliar tanto os administradores públicos como executivos privados nas decisões estratégicas de investimentos.

 

Para o jornalista Daniel Lima, diretor-executivo de LivreMercado e responsável pela coordenação dos indicadores, não há a menor sombra de dúvida: "Quem quiser se orientar com margem de segurança razoavelmente interessante sobre o movimento do navio econômico e social paulista precisa recorrer às planilhas preparadas pelo IEME".

 

Os pesos ponderados que determinaram o formato do Índice Geral de Competitividade foram definidos em encontro dos conselheiros do IEME. A opção pelo prevalecimento de indicadores econômicos e financeiros foi aprovada por se considerar que o desenvolvimento econômico combinado com gestão pública responsável conduz às melhorias dos indicadores sociais e criminais. Daí o peso relativo do IDEE de 40%, do IEM de 30%, do IDS de 20% e do IC de 10% na composição geral da competitividade dos municípios.



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