Vou deixar para a edição de amanhã, terça-feira, o que já tenho praticamente pronto, prontíssimo, e resumo numa pergunta impertinente: até que ponto o Secovi, o Sindicato da Habitação de São Paulo, e o empresário Milton Bigucci, presidente do Clube dos Especuladores Imobiliários do Grande ABC, estão metidos na Máfia do ISS da Capital, roubalheira que retirou pelo menos R$ 500 milhões dos cofres públicos?
Milton Bigucci está metido como empresário, porque foi pego na malha fina de investigações da força-tarefa da gestão Fernando Haddad e do Ministério Público Estadual, sob o comando do promotor Roberto Bodini. Será que estaria também enroladíssimo como agente institucional?
Não pretendo dar a menor dica sobre as razões que me levam a sugerir aos leitores que fiquem atentos ao que vou publicar amanhã nesta revista digital, mas que há razões, não tenham dúvidas. O Secovi está na moita sobre a Máfia do ISS, mas pode vir a ser comprometido como o foi, aliás, em outro escândalo imobiliário na Capital, durante a Administração de Gilberto Kassab. O mesmo Gilberto Kassab que, incrivelmente, é poupadíssimo nas investigações, apesar de, também, ter proporcionado durante sua gestão o enriquecimento de um servidor público em outro escândalo gigantesco. Será que está a faltar em São Paulo uma Operação Andaime, réplica da Operação Lava Jato?
Sei que Milton Bigucci vai espernear quando ler estas linhas. Sei que vai fazer novas pressões, mas o que posso fazer se ele aparece onde há lambanças imobiliárias? Seria apenas coincidência ou tudo é consequência do modus operandi adotado? A pergunta que não quer calar é a seguinte: seria o presidente do Clube dos Especuladores Imobiliários do Grande ABC mais que um delinquente tributário na Máfia do ISS da Capital? Teria ele tido participação muito mais entrelaçada do que se supõe como infrator fiscal? Vamos aguardar até amanhã. Até porque se tem uma coisa de que eu gosto é de suspense. Não perco a novela das nove, entre outros motivos porque é uma ferramenta sociológica.
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)