Regionalidade

Mandamentos sagrados
da entidade cerebral

DANIEL LIMA - 20/05/2003

A maior preocupação de quem acompanhou os movimentos institucionais mais importantes das últimas décadas no Grande ABC e ficou frustrado com desenlaces simetricamente quixotescos, está na possibilidade de o IEME (Instituto de Estudos Metropolitanos) enredar-se pelos mesmos desvãos. 

Bobagem, podem acreditar todos aqueles que acompanham as informações por este CapitalSocial Online. O IEME não vai cair na vala comum do Fórum da Cidadania. São muitas as razões que precisam ser explicitadas.


Primeiro: contrariamente ao Fórum da Cidadania, o IEME não vai ser um conglomerado de corporações. Em vez de logomarcas, queremos cérebros acompanhados de determinação de vestir a camisa regional da melhor maneira possível, isto é, sem triunfalismo.


Segundo: contrariamente ao Fórum da Cidadania, haverá um núcleo duro que manterá sob controle os conceitos-pétreos da entidade, sem deixar, portanto, que o assembleísmo leve à bancarrota as diretrizes temáticas e as transforme em colcha de retalhos nas quais tropeçariam todos os diagnósticos mais urgentes.


Terceiro: contrariamente ao Fórum da Cidadania, haverá permanente monitoração de conselheiros especialistas em comunicação social que tratarão de massificar os conceitos da entidade entre outras razões para que não se cometa o erro de estabelecer vínculo de dependência estratégica com qualquer veículo impresso ou eletrônico. O IEME não pode ter salvadores da pátria nem bloquear o senso crítico da comunidade.


Quarto: contrariamente ao Fórum da Cidadania, haverá espaço real e virtual para que se manifestem todos os cérebros dispostos a contribuir para o reenquadramento do Grande ABC nos moldes de competitividade.


Quinto: contrariamente ao Fórum da Cidadania, não se terá o pressuposto de hostilidade aos poderes públicos, especialmente prefeitos e vereadores. Entretanto, o IEME também não se curvará docilmente aos interesses políticos e empresariais. Os posicionamentos críticos da instituição serão fruto de análises profundas.


Sexto: contrariamente ao Fórum da Cidadania, o balizamento inicial das ações estratégicas estará ancorado em informações tecnicamente irreparáveis. Exatamente por isso, estamos levantando série de novos dados -- como se os estudos já não fossem suficientes -- para desclassificar qualquer tentativa de enviesamento de informações. Não poderemos mais correr o risco de trapaças estatísticas.


Sétimo: contrariamente ao Fórum da Cidadania, não nos debruçaremos sobre o mundaréu de problemas do Grande ABC. Não criaremos falsas expectativas de resoluções. Teremos conjunto restrito de temas-base sobre os quais os profissionais do IEME dedicarão plena atenção.


Oitavo: contrariamente ao Fórum da Cidadania, não nos disporemos a meter a mão na massa e, com isso, construir uma teia de aranhas de eventuais soluções que, como se sabe, são responsabilidade de dirigentes econômicos e políticos. O IEME atuará intelectualmente. Não há ação cirúrgica sem diagnóstico confiável.


Nono: contrariamente ao Fórum da Cidadania, jamais aplicaremos falsos conceitos político-partidários nas relações entre os integrantes do IEME. Aos membros da entidade não serão solicitados atestados ideológicos, de filiação partidária ou bobagem parecida pela simples razão de que no espaço que ocuparão na instituição eles serão vistos como especialistas em alguma coisa relevante para o Grande ABC. Seus eventuais interesses políticos e eleitorais serão exercidos fora do universo da entidade da maneira que entenderem. O Fórum praticou a falsidade apartidária quando se sabe o quanto de traquinagens eleitorais afloraram de várias de suas lideranças. O sentimento de traição quando se lançaram algumas candidaturas de ex-coordenadores dinamitou de vez um edifício institucional já mambembe.


Décimo: contrariamente ao Fórum da Cidadania, não haverá espaços para medalhões sociais de contribuições em muitos casos exclusivamente voltadas a seus próprios interesses. O IEME não será plataforma de embarque de oportunistas. Haverá critérios de assiduidade e produtividade que tornarão seus membros respeitados em qualquer ambiente. Pouco importará a quantidade de soldados dessa batalha. O que interessa é que, finalmente, teremos referenciais nas áreas mais distintas, sobre os quais os holofotes investigativos da sociedade certamente saberão  identificar e consagrar.


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