Vou receber na tarde de hoje – finalmente – as respostas do prefeito Paulinho Serra, de Santo André, à Entrevista Especial encaminhada no começo de agosto. Já tínhamos dado o jogo por encerrado e até começamos a interpretar as questões que formulamos, explicando as razões de cada intervenção. Mas não temos compromisso com o irreversível quando o interesse público está em jogo.
Convidados que fomos, voltamos ao gabinete do prefeito ontem à tarde. E acertamos a publicação na edição de segunda-feira. O ponto positivo do que parecia um jogo perdido para a sociedade é que, embora proteladíssima, a Entrevista Especial reunirá essência de informações que compensará o atraso. Tanto o prefeito quanto o supersecretário Leandro Petrin se expressaram nesse sentido.
O prefeito tucano lamentou a quebra do cronograma, tratando-a, sem usar a expressão que se segue, como consequência de uma avalanche de pequenos problemas típicos da Administração Pública. Daí a decisão de, como mostraremos numa matéria que editaremos daqui a pouco, criar mesmo que informalmente uma espécie de gabinete permanente de estratégias para cuidar de questões que exijam mais reflexão, planificação e ações que compatibilizem demandas que carecem de sistematização.
Questões viscerais
Como afirmei em outro texto, no qual estendia o prazo às respostas de Paulinho Serra pós-feriado prolongado de sete de setembro, o principal nesse processo de intermediação entre representantes de gestores públicos e a sociedade em geral é manter a elasticidade em favor da fertilidade de ideias.
Duvido que as respostas que os leitores conhecerão na próxima segunda-feira não tenham condimentos informativos que enriqueçam as relações entre a Administração Pública e os consumidores de informações. Notadamente os formadores de opinião e os tomadores de decisões, principais alvos desta publicação.
Nunca é demais lembrar a profusão de questões relevantes ao futuro de Santo André abordadas na Entrevista Especial. São 25 questões nucleares, muitas das quais com complementos. Ou seja: a possibilidade de não se alcançarem posicionamentos do prefeito Paulinho Serra que satisfaçam interesse social no sentido mais abrangente da expressão é bastante escassa.
Tivemos o cuidado de não nos preocupar com o que chamamos de quinquilharias. A gravidade do quadro econômico e social de Santo André e da região como um todo não permite divagações. Paulinho Serra sabe que pegou um rabo de foguete ao ser eleito prefeito de um Município que acumula perdas industriais gigantescas nas quatro últimas décadas.
PIB decadente
O PIB Industrial de Santo André come poeira em confronto com os principais municípios paulistas. O G-22, grupo dos 20 maiores municípios do Estado de São Paulo, acrescido de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. O setor de serviços está segurando a barra econômica de Santo André. Entretanto, como é prevalecentemente de baixo valor agregado, não neutraliza os efeitos deletérios da quebra industrial.
A empreitada de recuperação, portanto, não pode perder objetividade de projetos e programas que encaminhem Santo André a um patamar de estabilidade seguido de recuperação gradual. Não existe mágica.
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)