Há ambientalistas para todos os gostos. Inclusive os dedicados a exercícios de demagogia, temperados por algum conhecimento da matéria. Basta voltar a passado não muito remoto para dimensionar o efetivo resultado de suas pregações. A ficcionista Lei de Proteção dos Mananciais é exemplo típico de que a ladainha de certos ambientalistas deveria ser reservada a essas fazendas de engorda de animais, porque é conversa mole para boi dormir.
Eles propagam a preservação da qualidade de vida que todos querem e igualmente exigem, mas agem sorrateiramente, preparando armadilhas aqui e ali a investidores sérios. Buscam proibir a instalação de novas empresas, mas, em nome de falsos argumentos de preocupação social, fazem vista grossa à proliferação contínua de ocupações populares com esgoto a céu aberto. São ventríloquos do anacrônico conceito de atividade econômica e preservação ambiental excludentes.
Em verdade, esses ambientalistas escamoteiam o quanto podem a deformação que carregam no ventre enviesado pelo sêmen de ideologias que já não cabem mais no figurino da modernidade: são restolhos dogmáticos que vêem o capital com desprezo comparável ao do político demagogo que observa o eleitorado como mero estuário de ignorância.
São ambientalistas desse calibre que já botaram o Grande ABC no córner de investimentos. A legislação de uso e ocupação do solo nos Municípios da região constitui custo idiota de um passado estúpido que só encontra atenuante no próprio contexto em que ocorreu, quando ao Estado se concebia toda a força, toda a razão. Reformulações já se fazem, mas é preciso muito mais. Novos investidores que começam a se interessar pela região, sobretudo da indústria do entretenimento, não podem ser vistos a priori como agentes do mal. Seria a repetição de uma história de fracassos sem fim.
Como, aliás, pretende o ecologista Virgílio Alcides de Faria, do Movimento em Defesa da Vida que, ao se referir ao interesse do empreendedor Beto Carreto por Paranapiacaba, disse com todas as letras ao Diário do Grande ABC: "Vou sugerir que ele construa um parque temático no lixão do Alvarenga".
Que os mais lúcidos agentes ambientalistas do Grande ABC não se deixem contaminar por esse terrorismo preconceituoso. Abaixo as restrições legislativas dos tempos de fastio econômico da região. Aliás, uma das razões da progressiva queda de nossa participação relativa nos PIBs estadual e nacional. Avante com as mudanças legislativas que só os vanguardistas do atraso insistem em bloquear.
Se há algo de que este colunista se orgulha -- e entenda o leitor que não vai nesta observação qualquer sinal de esnobismo, mas uma confissão pública que a informalidade deste espaço permite e estimula -- é de ser o coordenador do Prêmio Desempenho Empresarial. Trabalho de uma equipe inteira, mas de comando necessariamente centralizado porque envolve indispensável sigilo quanto às notas atribuídas pelo Conselho Consultivo desta publicação, o PDE é prova acabadíssima do quanto LivreMercado tem compromisso não só com a economia da região, mas também com o social.
A quinta edição, cuja largada se dará neste dia 19 no Tênis Clube de Santo André com a entrega do livro Vencedores, reforça as diretrizes conceituais da premiação. São mais de seis dezenas de cases que exibem a vitalidade de empresas e instituições do Grande ABC.
Acima de tudo, e há fartos motivos para ter orgulho do PDE, o que mais entusiasma nesse trabalho é saber que a blindagem de credibilidade foi construída com a indispensável cooperação e respeitabilidade do grupo de consultores econômicos. Eles, mais do que ninguém, conhecem os procedimentos éticos e morais que constituem a matéria-prima de uma iniciativa que se fortalece a cada temporada. Eles, somente eles, decidem quem são os Melhores do Ano e a Melhor das Melhores.
Foi um final de semana prolongadamente trágico. Primeiro, Nelson Gonçalves, a quem dedicava o carinho de fila de gargarejo, numa paixão transmitida pela minha mãe, deixou de ser o velho boêmio de voz inigualável. Depois, Sérgio Motta, que tornou o verbete trator sujeito e predicado, avis-rara de sinceridade, de impetuosidade e de dedicação pública num mundo oficial em que impera exatamente o inverso, isto é, hipocrisia, negligência e descaso. Por fim, foi a vez do jovem Luís Eduardo Magalhães, político tão habilidoso e competente que até conseguiu superar o fardo do radicalismo do velho pai, transitando sem transtornos da direita à esquerda do Congresso Nacional.
Felizmente, não estava na platéia que assistia o final de Titanic, na madrugada daquele sábado que abria o feriado prolongado, no Shopping ABC Plaza, em Santo André. Num tipo de delito comum neste País de Terceiro Mundo, simplesmente contaminaram o ambiente com carga altamente tóxica de produto químico utilizado para restauração do piso de uma loja do andar de baixo. Esse tipo de agressão é muito mais frequente do que podem imaginar os leitores. Só quem, como este colunista, sofre com essa modalidade de estrupo ambiental (que não interessam aos ecologistas engajados e em busca de Ibope), pode dimensionar o que significa tal agressão. Sorte do cinema do Plaza que não estava na platéia. A situação ganharia ares mais dramáticos ainda. Rodaria a baiana sem o menor pudor. Está na hora de respeitarem mais a vida. Pelo menos enquanto há vida.
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21/01/2025 PAULINHO, PAULINHO, ESQUEÇA ESSE LIVRO!