Março não poderia ter sido melhor para a Coop. A maior cooperativa de consumo da América Latina comemorou a marca de um milhão de cooperados e também liberou verba de R$ 385 mil em Assembléia Geral para auxiliar 14 entidades beneficentes — 13 no Grande ABC e uma em São José dos Campos. Entre as escolhidas, 10 já estamparam as páginas de LivreMercado como Nossas Madres Terezas, agentes sociais dedicadas à população carente.
O número de um milhão de cooperados traduz a competência da cooperativa e a homenagem ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, como milionésimo cooperado, selou a importância da conquista. O evento no Clube Atlético Aramaçan com cerca de 700 convidados mostrou por que a Coop é a 10ª no ranking da Associação Brasileira de Supermercados, além de figurar na ponta das 182 cooperativas do País, o que também lhe dá o posto de maior entre as latinas.
A escolha de Roberto Rodrigues para dar brilho extra à conquista ocorreu antes da nomeação ao cargo de ministro do governo Lula da Silva. E a opção tem justificativa. Roberto Rodrigues sempre esteve atrelado ao cooperativismo e em 1997 chegou ao topo ao presidir a Aliança Cooperativa Internacional, onde ficou até 2001. Foi o primeiro não-europeu a assumir o cargo e até hoje é considerado o melhor presidente da entidade. “Roberto Rodrigues é peça importante para o cooperativismo nacional e mundial. Por isso o intitulamos como Sr. Cooperativismo” — argumenta o presidente da Coop, Antônio José Monte.
Os números falam por si só sobre a grandeza da Coop. A rede conta com 20 lojas. São 16 no Grande ABC, duas em São José dos Campos, uma em Tatuí e uma em Sorocaba. A Coop também conta com um centro de distribuição e uma central de carnes em Utinga, além da central de panificação em Ribeirão Pires.
As duas dezenas de lojas renderam em 2002 pelo menos 100 mil novos cooperados e fizeram com que a Coop atingisse R$ 753 milhões em vendas. A projeção para 2003 é chegar a R$ 875 milhões. A perspectiva também é feita de acordo com novos projetos. “Pretendemos abrir duas novas lojas este ano” — revela o presidente. Os saltos em expansão fazem a Coop figurar como líder entre 182 cooperativas dos mais diferentes setores espalhadas pelo Brasil. “Pelo valor de fornecimento, a Coop é maior que as outras 182 cooperativas juntas” — calcula Monte. O Brasil tem cerca de seis milhões de cooperados somando todos os setores.
História — A principal cooperativa de consumo da América Latina começou a engatinhar em 1954. Um grupo de funcionários da Rhodia percebeu que a região carecia de um sistema de distribuição de produtos e resolveu unir forças para montar algo com a essência do cooperativismo. O trabalho foi modelado de acordo com a Cooperativa de Consumo da Lapa, até então única do País. “Além do apoio dos cooperados da Lapa, livros importados ajudaram na implantação do sistema que vigora até hoje” — conta Antônio Monte.
A primeira loja instalada em Santo André atendia apenas funcionários da Rhodia. Os preços diferenciados começaram a chamar a atenção do público. Até que em 1976 a Cooperhodia foi aberta ao público. “Quando atendia apenas os funcionários, a Cooperhodia contava com 24 mil cooperados. No ano da abertura o número subiu para 58 mil cooperados” — lembra Monte, que também tem longa história como funcionário da Rhodia. “Fui funcionário de carreira e passei por vários setores. No cooperativismo comecei nas cooperativas de crédito e depois passei a fazer parte do conselho da cooperativa de consumo” - relembra.
Antônio José Monte começou a caminhada na Rhodia em 1963. Passou da contabilidade à gerência de impostos. O contato com o cooperativismo de crédito facilitou o ingresso na cooperativa de consumo. Eleito presidente em assembléia em 1996, Monte já passou por duas eleições e está no terceiro mandato que vai até março de 2005. O estatuto foi alterado em 2001 e o mandato que era de dois anos passou a ser de quatro anos. Antonio José Monte já levou vários troféus do Prêmio Desempenho para casa: foi eleito duas vezes Executivo do Ano, Empreendedor Histórico em 2001 e Personalidade do Ano em 2002. A Coop já abocanhou três vezes o Melhor das Melhores e foi Melhor do Ano em 1999.
Nossas Madres — A Coop acaba de aprovar em Assembléia Geral R$ 385 mil em favor de 14 entidades beneficentes. O valor é 10% superior à verba liberada no ano passado para ajuda a nove agentes sociais indicadas por LivreMercado. “O valor superior não foi o sugerido na assembléia. Um dos cooperados pediu a palavra e sugeriu aumentar em 10%, já que o número de beneficiados era maior” — conta Monte.
O Projeto Jeda (Juventude Esperança do Amanhã), em Santo André, é uma das entidades de 2002 que continua na lista de 2003. O Jeda ainda não tirou os planos do papel. “A idéia inicial era a construção de uma panificadora. Mas a Prefeitura não liberou a obra justificando que o terreno fica próximo ao Córrego do Cemitério e corre risco de desabar” — justifica Monte. O projeto passou a ser uma cobertura na quadra poliesportiva e o uso do espaço para locação de eventos e arrecadação de recursos independentemente de ajuda de terceiros.
As novas entidades beneficiárias são: AFADM (Associação dos Familiares e Amigos de Doentes Mentais), Agape (Núcleo de Apoio à Reintegração Social), Instituição Assistencial Nosso Lar e IAE (Instituição Assistencial e Educacional Jardim Esperança), em Santo André; Asimd (Assistência Social Irmã Maria Dolores), em São Bernardo; Abrigo Irmã Tereza e Lar Nossa Senhora das Mercês, em São Caetano; Cassap (Centro de Assistência Social São Pedro) e Sabajazac (Sociedade Amigos de Bairros do Jardim Zaíra e Circunvizinhança), em Mauá; Obra Social São Francisco Xavier, em Diadema; Lar Escola Ismênia de Jesus, em Ribeirão Pires; Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), em Rio Grande da Serra; e Asilo Recanto São João de Deus — Obra de Ação Social Pio XII, em São José dos Campos.
Durante a assembléia, Antônio Monte reiterou que o dinheiro às nove instituições em 2002 priorizou a necessidade de cada entidade. “Não houve divisão do valor entre as entidades. Fizemos o que cada uma realmente precisava. Por isso, o gasto em uma foi maior que em outra. Mas nessa hora não há espaço para comparações” — sublinha.
A Associação Modelo de Amor e Respeito ao Excepcional, de Santo André, comandada por Cleide Aparecida Ardigó, recebeu uma Kombi adaptada a gás natural e com seguro de um ano. No Centro Comunitário Crianças Nossa Senhora de Guadalupe, da Irmã Adriana Rubino, em São Bernardo, foram realizadas reformas em uma das salas para montagem de curso de cabeleireiros e compra de equipamentos para esse trabalho.
Na Casa Assistencial Amor ao Próximo, em Santo André, sob comando de Terezinha Tortelli, foram reformados todos os banheiros, construção de escritório e colocação de dois playgrounds, além da liberação de R$ 3,8 mil para solucionar problemas de causas trabalhistas com antigos funcionários. Já na Casa do Caminho Ananias, em Santo André, o problema eram as dívidas de R$ 41 mil. Para a dirigente Terezinha Gamba Pafundi, não ter mais pendências para tocar o trabalho sem preocupações paralelas era a melhor ajuda externa.
Para a Casa Monte Gerezim, dirigida por Ester Vacario Bachin, foi feito contrato de comodato de um terreno. As arquitetas Giana Caproni e Vânia Tapia Canteras preparam projetos para obras futuras sem custo algum. A Casa Camille Flammarion ganhou construção de imóvel com seis leitos para atender cerca de 30 doentes. Para viabilizar a obra, a Ciasul contribuiu com R$ 11,2 mil e a MZM entrou com cerca de R$ 30 mil.
O Lar da Mamãe Clory, de São Bernardo, comandado por Clory Fagundes, recebeu aproximadamente R$ 90 mil para reforma da quadra poliesportiva e construção de galpão com 400 metros quadrados para estocar materiais de reciclagem. Já a comunidade da Associação de Caridade Santa Rita de Cássia, dirigida por Dirce Gasperini, em São Bernardo recebeu cerca de cinco toneladas de alimentos no período de cinco meses em forma de cestas básicas. Aproximadamente duas mil pessoas se beneficiaram da doação. Além disso, foram distribuídos 300 cobertores.
Total de 1097 matérias | Página 1
21/01/2025 PAULINHO, PAULINHO, ESQUEÇA ESSE LIVRO!