A advogada das mulheres que se dizem vítimas do empresário Saul Klein é seletiva no ataque ao namorador de Alphaville. Gabriela Souza está inconformada com a decisão do juiz criminal de Barueri. O meritíssimo praticamente encaminhou o Caso Saul Klein à instância Cível, como vítima de uma quadrilha que o sequestrou durante os anos de depressão pelos quais passou.
As mulheres que se dizem violentadas são peças de uma engrenagem de cunho extorsivo. Esse ponto crucial que haverá de ganhar fôlego nas investigações é consequência de um conjunto de conclusões não necessariamente do meritíssimo, mas deste jornalista. Tudo com base em volumosas provas, algumas das quais referenciadas tangencialmente pelo próprio juiz criminal.
Este é o nono capítulo da série especial do Caso Saul Klein. Não há previsão de capítulos que contemplarão pontos e contrapontos de uma versão farsesca que ganhou destaque na Folha de S. Paulo, no Fantástico e no UOL, entre dezenas de mídias. Saul Klein é vítima de assassinado social.
Condenação sumária
Saul Klein foi metralhado desde meados de dezembro do ano passado. Agora, ao que parece, chegou a hora da redenção com base também em provas destacadas pelo juiz criminal de Barueri. Nada, portanto, que lembre a ação comandada pela promotora criminal Gabriela Manssur. Uma apressadíssima, inconsistente e espetaculosa peça acusatória do Ministério Público Estadual.
Assassinato social é uma modalidade condenatória imposta por determinada narrativa de avassalador juízo de valor desprovido de sustentação fática. As supostas vítimas de Saul Klein, acusado de estupros, entre outros crimes, são mulheres que frequentaram voluntariamente a mansão em Barueri e eventualmente em Boituva, Interior do Estado. Eram encontros festivos dos quais elas repetiam e repetiam participação. Todas eram selecionadas por uma empresa especializada em entretenimento e sexo. Uma empresa cuja administradora é conhecidíssima no mercado de mulheres que costumam fazer a festa de homens em São Paulo. Saul Klein não é o único homem rico que gosta da companhia de jovens mulheres. Isso também vai aparecer no inquérito policial.
A advogada Gabriela Souza, que cuida dos interesses das mulheres arrebanhadas por Ana Paula Fogo Banana, destila em redes sociais animosidade tão intensa quanto raivosa. Ela quer ver Saul Klein atrás das grades ou à beira do enlouquecimento. Exalta a cobertura implacável da mídia na primeira rodada demolidora, em dezembro do ano passado. Frustrou-se, entretanto, na semana que passou ao ver que o terreno de especulações desmoronar com a posição do juiz criminal de Barueri. O meritíssimo proferiu uma decisão serena, em contraste com o açodamento da promotora criminal.
Fraudes acusatórias
A advogada Gabriela Souza parece odiar os homens e, principalmente, os homens endinheirados e brancos. Homens endinheirados e brancos que gostam de mulheres jovens. Pouco importa o passado das mulheres e, principalmente, quem está por trás dessas mesmas mulheres. Uma quadrilha da qual faz parte Ana Paula Fogo Banana, a mulher que Gabriela Souza retira de qualquer lista de compartilhamento oficial de iniciativas e reações contra a decisão do juiz criminal. Ana Paula não é flor de isenção e de credibilidade que se cheire. Diferentemente disso. É mais que suspeita de que agiu o tempo todo com a intenção de vingar-se de Saul Klein -- e de obter dinheiro fácil com a iniciativa.
Gabriela Souza talvez perca de vez o equilíbrio emocional que dá sinais latentes de desconforto caso alguém decida sugerir que avalie a fonte de todas as informações fraudulentas que lastrearam o processo do Ministério Público Estadual contra o namorador de Alphaville. É claro que essa fonte tem nome, sobrenome e codinome – Ana Paula Fogo, a Ana Banana.
Quadrilha de extorsões
De centro de propagação de ilícitos sexuais, desqualificados pelo Judiciário em recente decisão, mas priorizados pelo MPE na denúncia anunciada com estardalhaço pela mídia no final do ano passado, Ana Paula Banana desapareceu como agente de acusações. As informações dão conta de que continua a atuar nos bastidores num projeto de vingança pessoal contra Saul Klein, de quem foi namorada e com o qual pretendia retomar relacionamento a todo custo.
Talvez Ana Paula Fogo esteja preocupada com a possibilidade de tornar-se um dos alvos principais da criminalização da quadrilha que está por trás de tudo que se refere ao aprisionamento social de Saul Klein. Esse parece ser um destino mais que provável. Há provas materiais das relações de Ana Paula com o grupo que atuava no escritório de transações sexuais disfarçadas de entretenimento. A identidade-chave é Marta Gomes da Silva, personagem à qual se refere no despacho da semana passada o juiz criminal de Barueri.
Esconder Ana Paula Fogo Banana da mídia faz parte do espetáculo acusatório que Gabriela Souza apresenta como advogada de defesa das mulheres supostamente violentadas. Ana Paula é uma péssima referência quando se coloca no balcão de credibilidade a inviolabilidade dos fatos narrados por todas as mulheres reunidas por Gabriela Manssur no inquérito do MPE.
Inquérito policial
A tática da advogada de defesa se mostrará infrutífera nos próximos tempos. O inquérito policial já tem as digitais tanto de Ana Paula Fogo Banana quanto de vários parceiros de negociatas sexuais com o objetivo de esfolar Saul Klein, então vítima de forte depressão. Gabriela Souza possivelmente já tenha se perguntado como encontrar um plano alternativo às acusações sem criar embaraços às representadas.
Há vídeos que colocam Ana Paula Fogo Banana em situação de risco junto às autoridades judiciais. São provas materiais, e isso é sempre importante, que mostram o quanto estava envolvida em controlar a vida de Saul Klein, em linha com a quadrilha de mulheres para alimentar a condição de sugar daddy do empresário.
Decisão combatida
Ana Paula integrava uma equipe da empresa de entretenimento sexual que atendia não só a Saul Klein, mas também a outros clientes abastados. O inquérito policial que corre na Delegacia em Defesa da Mulher em Barueri está recheadíssimo de depoimentos que identificam personagens que fizeram de Saul Klein gato de dinheiro farto e sapato de dinheiro faturado.
A decisão do juiz criminal de Barueri embaralhou, quando não aniquilou, a estratégia de Gabriela Souza em procurar colar em Saul Klein a pecha de predador sexual fortemente concorrencial a nomes inclusive internacionais que caíram nas garras da Justiça.
Além de devolver o passaporte, o Judiciário também descriminalizou a atividade sexual preferida de Saul Klein. Ser sugar daddy, segundo o meritíssimo de Barueri, pode ser algo que ofende a moralidade, mas não é antijurídico, muito menos criminoso, já que envolve o exercício das liberdades, dentre as quais a sexual”.
Deserções no grupo
Gabriela Souza vive o pesadelo de quem teme que uma onda de deserções esquarteje o grupo de mulheres disposto a incriminar Saul Klein principalmente, segundo algumas versões, por motivação financeira em forma de indenizações milionárias.
A advogada anunciou que agora são 32 mulheres, depois de leva inicial de 14 a integrarem a denúncia da promotora criminal Gabriela Manssur, também dedicadíssima às causas femininas. Há possibilidade de as supostas vítimas de Saul Klein terem de responder judicialmente por denunciação caluniosa. A medida consta do Código de Processo Penal e parece ter-se espalhado e criado pânico no grupo comandado por Gabriela Souza.
Não há surpresa, também, na extensa lista de mulheres que se dizem atacadas por Saul Klein. Como a matriz das informações da advogada Gabriela Souza é a mesma que abasteceu a promotora criminal Gabriela Manssur, tudo corre conforma a lógica. Num depoimento em vídeo, Ana Paula Fogo Banana afirma dispor de anotações que contabilizam 50 alternativas de mulheres ao atendimento de Saul Klein.
Reforço da mídia
Em busca de retaguarda da mídia que possa sustentar a unidade do grupo de mulheres, mas desconfiada de que vazamentos serão inevitáveis, Gabriela Souza tomou série de providências durante a semana passada. Entre as quais escreveu um artigo sobre o caso, publicado pelo UOL. Leia o texto completo:
Em 18 de novembro de 2020, 14 vítimas receberam proteção para proibir o herdeiro das Casas Bahia de se aproximar delas ou contatá-las pessoalmente ou por meio de terceiros, e ele teve seu passaporte retido no dia seguinte. Depois, 18 novas vítimas se apresentaram e foi solicitada a mesma proteção para elas. A medida de afastamento é um instrumento que concede proteção legal e única forma de prosseguimento da investigação policial sem interferência e com proteção às vítimas. Porém, no dia 24 de fevereiro, o juiz Fabio Cavalheiros do Nascimento, da 2ª Vara Criminal de Barueri revogou essas medidas que haviam sido concedidas, em decisão que demonstra concordar com os argumentos "sugar daddy", deixando as mulheres ainda mais vulneráveis e desamparadas perante à Justiça, que deveria ser parte de uma rede de acolhimento principalmente em casos de denúncias coletivas de crimes sexuais.
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A decisão diz: "Sendo babies, ganha força a ideia de autonomia e, por conseguinte, perde força a de constrangimento, de tal modo que a vedação ao uso de telefones celulares e de outros aparelhos eletrônicos é compreensível. Os seguranças armados, por seu turno, sendo o requerido abastado, também deixa de parecer necessariamente um meio de coerção". Saul Klein sequer citou o nome de mais de duas dezenas de vítimas em sua defesa, nem apresentou documentação ou cadastro das vítimas mostrando que elas seriam "sugar babies" (mulheres que manteriam um relação afetiva/e ou sexual com homens mais velhos em troca de sustento financeiro). A criação desta tese "sugar" aproveita um debate já existente acerca da moralidade e posso dizer que irá inaugurar um novo modo de atacar as mulheres no judiciário, tal qual a Lei de Alienação Parental é usada atualmente. Dizer que um homem que violenta mulheres é um "sugar daddy" é a mesma coisa que dizer que estupro é um fetiche ou um direito do homem perante a mulher vulnerável.
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Entender que há autonomia e ao mesmo tempo validar a presença de vedação de direitos de ir e vir e o uso ostensivo de armas no ambiente é naturalizar a lógica patriarcal de poder e dinheiro. Não há liberdade com medo. Ao proferir uma decisão com essa compreensão, o judiciário viola tratados internacionais de proteção às mulheres e comprova que a violência institucional cometida contra vítimas de crimes sexuais está enraizada em um judiciário essencialmente machista. Me salta aos olhos a semelhança da narrativa de agressores perante o judiciário: sempre se socorrem de uma proteção social para justificar suas violências e se esforçam para deslocar a culpa de seus crimes para as vítimas.
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Os predadores sexuais usam seu poder, nem sempre hierárquico, mas de conhecimento, religião, política, influência, dinheiro e, com isso, criam uma espécie de obediência cega e estipulam uma regra, o silenciamento das vítimas pelo medo. São médicos, advogados, empresários, líderes religiosos e comunitários, artistas, políticos etc. Em contrapartida, as vítimas são mulheres já fragilizadas por situações anteriores e intimidadas pelo poder, muitas com histórico de violências anteriores que as tornam ainda mais vulneráveis. Denunciar é um processo individual, lento e com necessidade de cuidado psicológico e jurídico que aqui é respaldado na importância de proteção integral a mulheres que denunciam predadores, em especial em casos em que dezenas trazem o mesmo relato, mesmo sem nem se conhecerem, como é este.
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A revogação da proteção é uma tentativa irresponsável de silenciá-las, colocando suas vidas em risco em razão do sofrimento agudo em que se encontram. Ao negar a medida cautelar às vítimas de Saul Klein, o Estado não só viola os direitos humanos das vítimas como passa o recado de que mulheres que desejam denunciar outros predadores devem permanecer caladas, em silêncio, sem denunciar as atrocidades.
Que não importa que elas busquem ajuda especializada para fazer essa denúncia, elas serão silenciadas. Passa a mensagem de que a subnotificação deve permanecer em índices alarmantes e as mulheres devem seguir sendo vítimas de crimes sexuais entre quatro paredes e em silêncio. Se a palavra da vítima tem validade diferenciada por lei, por que é comum que dezenas denunciem o mesmo homem e ainda tenham sua denúncia posta em dúvida?
Gabriel Souza assina o texto na condição autonomeada de advogada das vítimas de Saul Klein, especializada em direitos das mulheres, sócia do primeiro escritório de Advocacia Feminista do Sul do País e professora da Escola Brasileira de Direitos das Mulheres.
Advogado certeiro
Já o advogado de defesa de Saul Klein segue discreto num trabalho técnico que acaba de produzir grande reviravolta no caso. O Judiciário a quem recorreu com uma constelação de provas materiais observou e decidiu com acuidade uma situação que os incautos consideravam letais para o namorador de Alphaville.
André Boiani lembra que o círculo íntimo de convivência de Saul Klein sabe, há muitos anos, de seu profundo apreço pela companhia de mulheres jovens e atraentes, e do prazer que ele sente por habitualmente exercer o papel de sugar daddy de todas elas. “É claro que ele não faz alarde quanto isso a fim de evitar o julgamento moral da sociedade, mas ele é, sim, adepto dessa lícita prática. Aos 67 anos de idade, ele já foi caso e tem um filho. Separado há muitos anos, não pode ser alvo de qualquer tipo de reprovação pelo que faz ou deixar de fazer no exercício regular de sua liberdade sexual” – afirmou Boiani.
Derrotas paralelas
O advogado de defesa de Saul Klein lembra também que as fantasiosas e levianas afirmações feitas pelas supostas vítimas que deram início ao inquérito sintomaticamente surgiram durante as sucessivas derrotas cíveis e trabalhistas das “denunciantes” e logo depois do anúncio de que o senhor Saul Klein concorria ao cargo de vice-prefeito de São Caetano, momento em que estava naturalmente mais exposto nas mídias e nas redes sociais.
“Na verdade, as tais supostas vítimas são o oposto disso, e o senhor Saul Klein tem a convicção de que tal situação ficará devidamente comprovada no curso das investigações. Lembre-se que não é a primeira vez que ele sofreu acusação semelhante – e igualmente falsa. Há poucos meses foi arquivado inquérito policial que tratou de alegações bem parecidas com aquelas agora feitas, e que ficou esvaziado quando a própria suposta vítima naquele feito – que, não surpreendentemente, também constou da notificação enviada ao senhor Saul Klein em abril de 2019 – esclareceu que na realidade nada de errado havia sido feito pelo senhor Saul Klein. Não bastasse, a Polícia Civil também ouviu testemunhas que desmentiram integralmente a acusação original” – afirmou André Boiani.
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21/01/2025 PAULINHO, PAULINHO, ESQUEÇA ESSE LIVRO!