Demorou cinco meses para a Folha de S. Paulo começar a entender o Caso Saul Klein. Está perdendo o jogo da verdade factual para CapitalSocial, que destrinchou a situação aos poucos -- exatamente a partir da primeira publicação enviesada do jornal paulistano. A reportagem da edição de hoje – e antecipada no portal UOL, do Grupo Folha – emite sinais de que a velocidade de ataque ao empresário herdeiro da Casas Bahia finalmente foi drasticamente reduzida. Agora só falta engatar uma marcha-a-ré.
O texto da Folha de S. Paulo -- ao qual vamos contrapor algumas informações relevantes – está logo abaixo. Foi produzido pela experiente jornalista Eliane Trindade, escalada pelo jornal para dar conta não só da história de Saul Klein como, em reportagem anterior, do patriarca Samuel Klein.
O fundador da Casas Bahia foi retirado do túmulo depois de sete anos. Ganhou sete palmos na mídia ao ser acusado de violência sexual. Um assassinato social pós-morte. Samuel Klein jamais foi condenado no Judiciário. O revisionismo de grupos feministas não tem limites. A roupagem que encobre proselitismo oportunista mancha iniciativas solidamente sociais.
Séries telenovelescas
Sem contar as duas entrevistas publicadas (uma respondida pelo advogado de defesa de Saul Klein e outra ignorada pela advogada das denunciantes, Gabriela Souza), esta é a 19ª matéria da série de CapitalSocial sobre o Caso Saul Klein. Não é a primeira nem será a última empreitada serial desta publicação.
O caso do IPTU em Santo André, quando o prefeito Paulinho Serra exorbitou na aplicação de aumento aos contribuintes, conta com mais de 30 análises. O caso Celso Daniel reúne quase 200 textos. As lambanças do empresário Milton Bigucci à frente do Clube dos Construtores e de seus empreendimentos foram quilométricas nas páginas de CapitalSocial.
Jornalismo tem parentesco com telenovelas. A diferença é que nem sempre o bem supera o mal no capítulo final.
Massacre prolongado
A primeira reportagem publicação na Folha de S. Paulo sobre o Caso Saul Klein foi na segunda quinzena de dezembro do ano passado. Na coluna de Mônica Bérgamo, o jornal deu total credibilidade à denúncia apressada e frágil da promotora criminal Gabriela Manssur. Ela criminalizou o namorador de Alphaville. Saul Klein perdeu o passaporte e foi obrigado a manter distância das denunciantes. O juiz criminal de Barueri reconsiderou as duas decisões em janeiro.
Até agora foram cinco meses de massacre da chamada Grande Mídia. Repete-se exaustivamente a velha fórmula de bater sem piedade e sem ouvir o outro lado. A Grande Mídia é controlada pelas fontes interesseiras de informações. A audiência a qualquer custo é suposta extensão de competência. Para tanto, dá-se corda a forças de pressão como uma advogada sem brilho como Gabriela Souza, representante da maioria das mulheres supostamente violentadas.
Sob o título “Saul Klein estruturou sítio para fetiches sexuais de sugar daddy”, e a linha auxiliar “Empresário mantinha ginecologistas, massagistas e cabeleireiros para jovens contratadas para festas; 14 delas o denunciam por estupro e aliciamento.”, a Folha de S. Paulo de hoje oferece a possibilidade de projetar desfecho jornalístico menos patético para quem acreditou em fontes enviesadas que – e este é um pontos indispensáveis a qualquer avaliação do caso – jamais apresentaram sequer uma prova material que sustentasse as acusações. Bem diferente do que o defensor de Saul Klein arregimentou.
Leiam a íntegra da reportagem da Folha de S. Paulo de hoje e as observações de CapitalSocial:
O empresário Saul Klein, 67, fez de um sítio em Boituva (117 km de São Paulo) um misto de clube e spa para satisfazer seus fetiches sexuais. A propriedade, que consta no patrimônio de R$ 61,6 milhões declarado à Justiça Eleitoral quando o empresário foi candidato a vice-prefeito em São Caetano do Sul em 2020, era o destino de finais de semana movidos a sexo pago. Esquema denunciado por 14 jovens ao Ministério Público traz acusações de estupro e aliciamento. Cinco delas teriam declarado que eram menores quando participaram de festas em que Klein era o contratante e único convidado masculino. “O maior deleite de Saul vinha da interação com mulheres interessantes e bonitas em conversas, jogos, danças, leituras e experiências ligadas à arte. A fantasia dele era se cercar de jovens para horas de prazer mental e físico, em ambiente desprovido de julgamentos”, afirma o advogado do empresário, André Boiani e Azevedo, sobre os encontros no sítio e na casa em Alphaville, nos arredores da capital paulista.
CapitalSocial – A reportagem despreza o contraponto de que mais de uma dezena de mulheres se apresentaram à Delegacia da Mulher de Barueri como defensoras de Saul Klein. Elas apresentaram versão oposta à das mulheres denunciantes. A reportagem poderia observar que todas as denunciantes foram arrebanhadas direta e indiretamente por Ana Paula Banana, personagem central do Caso Saul Klein e que, logo abaixo, aparecerá apenas uma vez no texto. Ana Paula enganou a promotora criminal Gabriela Manssur e a advogada Gabriela Souza com relatos vingativo, inconformada com o rompimento de relações com Saul Klein. Tudo documentado nas redes sociais e amplamente publicado nesta revista digital.
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Já os relatos das jovens que se apresentaram como vítimas à promotora Gabriela Manssur, fundadora do projeto Justiceiras, que encaminhou as denúncias para a Ouvidoria Nacional do Ministério Público, são de orgias, sexo sem consentimento nem preservativo e brutalidades. O patrocinador dos eventos privê, rotineiros ao longo de uma década, é o filho caçula de Samuel Klein (1923-2014), fundador das Casas Bahia, também acusado de abuso sexual por dezenas de mulheres. O herdeiro do “rei do varejo” foi denunciado por aspirantes a modelo, estudantes, garotas de programa e até por uma ex-funcionária da Avlis, agência contratada para organizar as festas para jovens bonitas dispostas a agradar um “sugar daddy”, como Saul se denomina. O termo em inglês se refere a homem mais velho (papai de açúcar, em tradução livre) que tem o fetiche de sustentar mulheres bem mais novas, "sugar babies", em troca de afeto e/ou sexo.
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À falta de provas e de conexão segura com a verdade dos fatos, a advogada das denunciantes, Gabriela Souza, participou ativamente da reportagem da Agência Pública e dos desdobramentos da reportagem sobre o envolvimento do patriarca Samuel Klein com jovens mulheres. Era preciso emprestar credibilidade ao Caso Saul Klein tendo como plataforma de contaminação o Caso Samuel Klein. Tudo leva a crer que Gabriela Souza tem possível homônima como inspiração e fomentadora de iniciativas.
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“A alegação de sugar daddy parte do princípio de que violências podem ser compradas e que um homem muito rico tem um poder ilimitado”, afirma, por e-mail, a advogada Gabriela Souza, que representa 25 jovens que decidiram denunciar Klein. Nenhuma delas quis dar entrevista, mesmo com a garantia de que teriam suas identidades preservadas. Segundo a advogada, "é uma aberração jurídica defender que um homem que estuprou, agrediu, humilhou, transmitiu doenças venéreas propositalmente e cometeu crimes contra mulheres vulneráveis seja reconhecido como sugar. Trata-se de um predador sexual”.
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Quem acompanha atentamente os passos públicos e privados da advogada Gabriela Souza a coloca entre personagens mais afoitos, quando não destemperados, do Caso Saul Klein. Ela perdeu o comando das denunciantes que herdou de Ana Paula Banana. Todos que acompanham o caso sabem que Ana Banana era uma infiltrada nas residências de Saul Klein a mando da cafetina Marta Gomes da Silva. Gabriela Souza mobiliza nas redes sociais diferentes agentes de minorias organizadas. A notoriedade do Caso Saul Klein seria o alvará de competência a qualquer custo. Gabriela Souza fugiu da Entrevista Especial proposta por CapitalSocial porque prefere entrevistas encomendadas, nas quais não é colocada em xeque. Um exemplo? Por que a peça-chave das denúncias, Ana Paula Banana, foi rifada da relação de suas representadas? Gabriela Souza sabe as razões: Ana Banana é uma bomba relógio que já explodiu no colo da versão farsesca de crime sexual.
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Ao apresentar os argumentos que levaram o juiz a revogar medida protetiva que impedia Saul de se aproximar das denunciantes, o advogado do empresário admite que “houve eventos em que o sexo foi mais desenfreado, mas sem que qualquer ilícito fosse praticado”. O esquema montado para deleite de Saul passava por uma triagem feita por ginecologistas contratadas para examinar as convidadas. Após avaliação ginecológica e checagem de doenças sexualmente transmissíveis, as jovens eram liberadas ou não para ter relações sexuais com o anfitrião, sempre sem camisinha. Estava a cargo do cirurgião plástico Ailthon Takishima, médico pessoal de Saul, a contratação das profissionais de saúde, beleza e bem-estar para atender moças pré-selecionadas e pagas pela agência. O próprio Saul pensou em cada detalhe. “Ele conversou com doutor Ailthon e quis montar uma equipe multidisciplinar”, disse à Folha a ginecologista Silvia Petrelli. “Tinha médico, dentista, cabeleireiro, manicure, massagista. É um sítio grande, bem montado, com alojamentos, casinhas para a família dos caseiros, funcionários e seguranças. Umas 20 pessoas moravam e trabalhavam lá direto.”
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Esse trecho da reportagem da Folha de S. Paulo é especialmente importante. Mostra preocupações de Saul Klein com a saúde do rebanho feminino que o divertia dentro dos princípios constitucionais, conforme expressou o juiz criminal de Barueri que não só decidiu lhe devolver o passaporte e suspender a medida protetiva às denunciantes como também lançou estacas de que o caso poderia ser deslocado a outra esfera criminal, de vítima de quadrilhas articuladas para extorquir. Tudo que CapitalSocial afirma desde o primeiro capítulo desta série.
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Formada pela Universidade de Taubaté, a ginecologista e mastologista recebeu a reportagem em seu consultório particular em São Caetano do Sul, onde cobra R$ 350 por consulta. Mesmo preço, explica, cobrado por garota atendida no sítio. O valor incluía Papanicolau e colposcopia, exames para análise do colo do útero, da vagina e da vulva. “Quando iam muitas, eu fechava um pacote. Às vezes, de R$ 2.000, R$ 3.000. Doutor Ailthon recebia do Saul, repassava o valor e a gente dava nota fiscal.” O médico, em nota, diz se sentir constrangido com as insinuações de que tenha participado de atos ilícitos. “Conheço o sr. Saul Klein há mais de 20 anos, tendo cuidado da saúde dele, de familiares e amigos, inclusive em propriedades dele. Não tenho conhecimento das acusações e já esclareci os fatos à autoridade policial.” Antes de virar caso de polícia, as moças embolsavam entre R$ 3.500 e R$ 5.000 para participar das festas. “Elas me contavam que, além do dinheiro, ganhavam sapatos, roupas, até carro. Eu dava liberdade para falarem tudo. Era um pouco mãe, amiga”, afirma a médica. “Não tinha menores de idade. Algumas eram casadas. Outras eram garotas de programa.” Os atendimentos no sítio eram aos sábados, das 8h às 18h. Silvia se revezava semanalmente com outra ginecologista, Matilde Iacobucci, para atender de 5 a 15 mulheres, em média. A médica não vê conflito ético no serviço domiciliar feito no sítio entre 2008 e 2018. Já prestou depoimento na Delegacia da Mulher de Barueri, que conduz o inquérito sob sigilo. “Eu disse para a delegada: ‘Doutora, não vou deixar um homem ser preso por causa de uma mentira de estupro. Se ele fosse um estuprador, seria a primeira a falar”, afirma Silvia. “Nunca vi cena obscena nem ele levantar um dedo para as meninas. Faziam a festinha e as coisas deles à noite.” A entrevista é acompanhada por uma amiga da ginecologista, a advogada Luana Burian, que a orientou sobre o serviço prestado às garotas do Saul. “Atendimento domiciliar é permitido pelo CRM. Ela não aliciou nem agenciou ninguém. Cobrava pela consulta, procedia como no consultório, montava os prontuários e passava as informações para as pacientes e a coordenadora”, diz Luana.
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Foi a primeira vez que a Grande Imprensa ouviu a médica de São Caetano. CapitalSocial já abordou o trabalho da profissional, reproduzindo as declarações mais importantes que prestou à delegada titular do caso em Barueri. As informações da médica de São Caetano derrubam a versão fabricada por Ana Paula Banana e reproduzida por mulheres que se disseram violentadas por Saul Klein. Por essas e por outras Ana Paula Banana desapareceu do picadeiro sexual armado.
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O contato de Silvia era direto com Ana Paula Fogo, responsável pela organização dos eventos e uma das mulheres que denunciaram o esquema ao MP. Procurada pela Folha, respondeu que não daria entrevista por orientação de seu psiquiatra. Silvia conta que passava relatórios sobre DSTs diagnosticadas ou suspeitas. “Se via lesão no colo do útero, mancha ou verruga, eu colhia o exame e mandava para o laboratório. E dizia: fulana não vai poder ter relação. O que tinha mais era clamídia e HPV.” Segundo a ginecologista, as pacientes autorizavam o compartilhamento dos dados médicos. Em nota, o Conselho Regional de Medicina informa que está investigando, sob sigilo, a conduta dos profissionais envolvidos. “Estou tranquila da minha parte profissional e ética. Um monte dessas meninas vai me defender. Elas precisavam de alguém para cuidar da saúde. E essa pessoa era eu”, diz Silvia. Evangélica, membro da Assembleia de Deus, a médica avalia que, se for “pensar no princípio moral, acha errado, pois não é um hábito normal ser um sugar daddy”. Declara-se contra o aborto. A médica faz palestras de prevenção para as irmãs da igreja, a última com o título Preparando Mulheres para o Reino. Concursada pela Prefeitura de São Caetano desde 2003, a ginecologista foi coordenadora do Centro de Assistência à Saúde Integral da Mulher e programa Saúde da Família. “Atendo donas de casa, executivas, modelos, garotas de programa, uma vai indicando a outra.”
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A feminista Gabriela Souza é seletiva nas escolhas. Depende muito do alinhamento e dos interesses em jogo. A doutora Silvia Petrelli não contou com solidariedade da feminista travestida de advogada quando, nas redes sociais, foi duramente atacada por homens e mulheres por estar envolvida no Caso Saul Klein. A feminista Gabriela Souza provavelmente acredita que há determinadas mulheres que são mais mulheres que outras mulheres. Só interessariam a Gabriela Souza mulheres que façam parte do coro de ataque a um homem extravagante no trato com mulheres. Uma extravagância que, segundo o manual do feminismo conservador, precisa ser punida. Gabriela Souza deve ter razões íntimas para isso.
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Silvia foi responsável pela indicação de Saul Klein para vice-prefeito na chapa do PSD, legenda pela qual ela também concorreu a vereadora ano passado. Teve 302 votos e ficou como suplente. “Trouxe Saul para a política pela história de vida, de como venceram. O pai andava com carrinho pela cidade vendendo coisas”, lembra a médica, sobre a trajetória do patriarca, de mascate a dono de império de 500 lojas. As acusações contra Samuel Klein não chegaram a surpreendê-la. “As meninas me contavam que o pai era igual, só que mais generoso. Uma delas ganhou um apartamento do seu Samuel”, relata Silvia. Ambos pagaram pelo silêncio de mulheres que ameaçaram denunciá-los. No caso do pai, um acordo envolvendo três irmãs chegou a R$ 1 milhão. Em nota à Folha, Saul declara ver, como filho, "com absoluta tristeza a existência de injustas acusações contra quem lamentavelmente não pode mais se defender". E conclui: "Confio que a verdade prevalecerá”. Em vídeos publicados pelo UOL, Saul admitiu ter pago R$ 1,6 milhão por dois acordos extrajudiciais intermediados pela dona da agência Avlis, Marta Gomes da Silva. “As duas jovem que fizeram acordo constam como denunciantes e ainda não foram ouvidas pela polícia. Intriga o fato de agora optarem pelo silêncio”, afirma o advogado de Saul. Marta e seus advogados não foram localizados. Ela move ação trabalhista desde que deixou de prestar serviços para o empresário em 2019.
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Há uma informação complementar importantíssima a justificar e a explicar o pagamento às mulheres: Saul Klein sempre demonstrou preocupação com a propagação de sua vida íntima, contrária ao convencionalismo moral da sociedade. Tudo se modificou -- como disse o advogado André Boiani a CapitalSocial -- quando Saul Klein descobriu que estava sendo vítima de extorsão. Ao reagir, viu-se imerso num mar de processos judiciais.
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“As vítimas eram aliciadas por uma quadrilha articulada por mando de Saul Klein, usando das suas vulnerabilidades sociais para que elas se tornassem alvos fáceis de violências sexuais”, afirma Gabriela, advogada de quase todas as jovens. “A oferta de qualquer benefício faz parte de uma tentativa de amarrá-las a um esquema engenhoso e criminoso que permitia que Saul Klein as estuprasse, agredisse e diminuísse tanto sua autodeterminação a ponto de uma das vítimas ter cometido suicídio em 2020.”
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Não existe qualquer prova que vincule o suicídio de uma das jovens ao ambiente que frequentava nas residências de Saul Klein. A advogada Gabriela Souza repete as mesmas palavras da principal denunciante, Ana Paula Banana, embora afirme distanciamento da garota de programa que se apaixonou por Saul Klein. Tanto se apaixonou ou se disse apaixonada que expressou esse sentimento nas redes sociais. Audiovisuais constam da defesa do empresário. Gabriela Souza também faz críticas ao Judiciário. A advogada não se conforma com a revogação das primeiras medidas do juiz criminal. Cada vez mais tem dificuldades para mobilizar as mulheres herdadas de Ana Paula Banana. Há deserções implícitas. Temem, as mulheres, por enquadramento penal por falsos testemunhos.
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A gamer e modelo Janny Lavigne, 20, postou em seu perfil no TikTok, com 73 mil seguidores, quatro vídeos sob o título “O dia que fui pra mansão do herdeiro das Casas Bahia”. Conta que, em 2019, recebeu R$ 3.500, mais uma mala de roupas, lingerie e sapatos, para ficar de quinta a domingo no sítio do empresário. Ela mostra fotos no banheiro e no quarto, com vestido sexy e franjinha. “Essa aqui sou eu de lente azul e com bastante pó para ficar bem branca.” À Folha forneceu mais detalhes da experiência. “As monitoras pediam para não falar de dinheiro, porque ele achava que a gente estava lá porque gostava dele e pelos presentes. Ele se denominava nosso namoradinho.” Todas dormiam de pijama com estampa da Minnie, bem infantil, para agradar ao Zinho, como Saul pedia para ser chamado. “Tinha horário para comer, não podia ficar andando pela casa sozinha. Só podia ir para a piscina e a sauna com as monitoras.” Segundo Janny, “sexo não era uma coisa que acontecia sempre”. “Na sexta e no sábado, ele escolheu meninas para transar. Mas, em um dos dias, ficamos até 4h da manhã ouvindo ele ler jornal.” Ela diz não ter presenciado nenhum abuso. “Não estou negando o que as meninas falaram, as que estão processando ele. Mas você não era obrigada a ter relação com ele. Só que, se não transasse, não era mais chamada.” Não foi escolhida nem convidada a voltar. “Infelizmente, ele gostava de meninas que não tinham tetinhas.” Janny diz ter sido descoberta por olheiros de Saul no site Meu Patrocínio, com 2,8 milhões de usuários inscritos no Brasil: 1,8 milhão de "babies" femininas, 689 mil "babies" masculinos, 279 mil "sugar daddies" e 48 mil "sugar mommies". Desde 2015, 153 mil "relacionamentos sugar" foram iniciados por meio da plataforma. “Hoje temos novelas e programas de televisão abordando o assunto abertamente”, afirma Caio Bittencourt, diretor de comunicação do site. Segundo ele, um "sugar daddy" não obriga ninguém a nada. Por isso, Saul Klein não seria um patrocinador desse tipo. “Pelos fatos noticiados, é estratégia para tirar o foco de seus alegados crimes. Um relacionamento sugar não é sobre ter várias mulheres, e sim achar a sua sugar baby ideal.” Três jovens continuam frequentando a casa de Saul Klein, de acordo com o advogado. “Ele mantém relacionamento sugar com algumas moças. Não mudou o comportamento. Por causa da pandemia, não tem ido mais ao sítio, mas recebe as jovens na residência dele em Alphaville”, explica Azevedo, sobre os hábitos do cliente descrito como “o daddy de todos os daddies”.
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Faltou a informação de que era Ana Paula Banana a coordenadora geral das ações junto às mulheres nas residências de Saul Klein. E Ana Paula Banana era o braço armado da cafetina Marta Gomes da Silva. Num dos vídeos em que se declara apaixonada por Saul Klein e se autoproclama comandante de tudo, Ana Banana afirma contar com uma lista de 50 mulheres para atender aos prazeres de empresários. Ana Banana pertence à quadrilha que sequestrou Saul Klein, então fortemente depressivo. Foram pelo menos cinco anos de martírio. Foi nessa mulher que a promotora criminal Gabriela Manssur depositou toda a credibilidade como ponta de lança de um grande escândalo que ganhou 14 minutos de Fantástico. Uma reportagem que teve Ana Banana como âncora principal, de identidade preservada e rosto distorcido por efeitos especiais. O escândalo estava lançado naquela noite de 24 de dezembro do ano passado. Quatro dias depois da matéria na coluna de Mônica Bérgamo.
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21/01/2025 PAULINHO, PAULINHO, ESQUEÇA ESSE LIVRO!